Bernardo
Quem chega na favela pos operação se assusta cm a cena de guerra. as cápsulas espalhadas pelo chão junto cm sangue. Cachorro latindo pra todo lado, as tias que são tão alegres jogando água nos becos pra limpar o sangue dos parceiros...
— caralho irmão... Não sei como eles aguentam um negócio desse mano
— nem fala Leandro... Mas muitos estão aqui pq precisam tá ligado
— mas porra... Olha isso Bernardo. É cena de guerra
— papo reto mesmo. Gosto nem de imaginar que eles passaram aqui — confirmo pq porra... só quem ta aqui dentro sabe como é
— pow, fico Malsao por isso irmão. Queria te uma forma de ajudar eles — olho pra Leandrinho que tá olhando pra janela.
o menor é puro, sei como é o coração dele. Por isso que não tenho vergonha de dizer que amo esse muleque como meu irmão parceiro
— a gente já tá indo fazer— dou o papo que é verdade, mesmo recebendo um dinheiro pra isso, muitos não tem nem coragem de entrar
— tô falando pros moradores Bernardo...
— ah...depois noix desenrola essa meta aí
— mas vamos mesmo. Meus pais cagando dinheiro enquanto tem nego aqui que não tem nem o que comer
— essa visão aí mesmo. Mesmo meu pai dando um suporte por tras, tem muitos filhos da puta que pega o dinheiro pra se drogar tbm. Aí deixa as crianças largada com fome por ai na favela...
— teu pai ajuda?
— sempre ajudou! — falo estacionamento o carro no casarão que atendemos os feriados dos confronto— ele conserta os telhados, as caixas d'água das tias, da cesta básica pra associação dos moradores pra eles destruir... Ajuda nos remédios dos mais velhos quando o governo não dá.. essa parada aí
— pow! Todo esses anos e eu não tava ligado num bagulho desse
— meu pai não gosta de falar dessas coisas
— ele não fala de nada na verdade...
— verdade
— quem vê teu pai nem imagina que ele é o que é irmão
— hj neh? E é pq tem o dedo da minha mãe nisso— bato na porta de aço reforçado e os vigias abrem pra noix— eaeh,Tranquilo?!
— tudo na paz cria — um deles fala
— fefé parceiro... Tua mãe tá lá em cima já — o outro da contenção fala atras de noix
— tô ligado... Valeu ai— vou subindo depois que Leandrinho cumprimenta os parceiros
— a história do seus pais é foda neh?— Leandro fala enquanto subimos a escada
— é mermo! Minha mãe passou por coisa pra caralho
— mesmo assim é fechamento do seu pai. Isso é amor pra mim. Não aceito menos que isso
— nem eu parceiro — assim que abro a porta vejo a quantidade de feriado. Minha mae larga tudo e vem até a gente tirando a luva e o capote— iai dona Amanda?! Tá linda toda suja de sangue em
— Bê — ela me abraça da maneira que dá — perdoa a mamãe filho?
— iala mãe? Tá doidona? — falo rindo mas ela nao me solta
— por favor Bê... Fica cm a mamãe pra sempre?
— claro pow... Eu nunca vou te abandonar
— desistiu de sair de casa?— ela me solta e olha pra mim