eight

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𝐍aquele dia, Eric acordou sentindo uma dor de cabeça terrivelmente forte, sentia como se estivessem martelando seu crânio. Desligou o alarme e se levantou, se rastejando até o banheiro. Lavou seu rosto e passou os cabelos bagunçados para trás.

O garoto fedia a álcool e suor, e  ainda estava usando a mesma roupa que havia vestido no dia anterior para ir à escola. Tirou suas roupas e foi tomar um banho, enquanto tentava se lembrar do que exatamente havia acontecido na noite anterior.

★★★
noite anterior | 11:56 pm

Eric estava em uma boate famosa que ficava em um dos becos escuros de Derry.

Ele havia ido para lá depois da briga que teve com Eddie na escola, agora estava quase caindo de tanta bebida e maconha que havia ingerido.

Do outro lado da boate era possível ver uma garota ruiva de cabelos lisos e longos, um batom vermelho escuro, uma blusa azul extremamente curta, uma mini-saia azul com alguns babados, e – Apesar de estar de noite – usava óculos escuros em formato de coração.

Ela logo viu Eric recostado no balcão onde ficavam as bebidas, caminhou até ele e começou a falar.

— E aí... Eric, não é?

— Hm? É, é, é sim. E você é? ... – Eric disse tentando dar o seu melhor para se manter de pé, balançou a cabeça sentindo seu corpo balançar.

— Prazer, Lidia Marsh. – A garota respondeu enquanto brincava com o próprio cabelo, que possuía algumas trancinhas nas laterais.

— Prazer em conhecer você também – Eric disse e deu um sorriso, indo pra mais perto da garota, que corou e deu um sorriso de lado.

— Então, não quer sair daqui e... sei lá, se divertir um pouco? – Lidia foi para mais perto para falar no ouvido de Eric, já que a música estava muito alta.

Em um piscar de olhos, Eric e Lidia estavam se beijando do lado de fora da boate, Lidia pediu passagem com a língua que foi rapidamente cedida pelo garoto.

Eric pôs as mãos na cintura da garota, que entrelaçou seus braços ao redor de seu pescoço, a língua de Eric explorava cada canto da boca de Lidia, que acariciava sua nuca e divertia-se cada vez que via alguém encarando-os.

★★★

Depois daquele momento, Eric não teve mais notícia de Lidia, na verdade, não se lembrava de nada que aconteceu depois daquilo.

Não fazia ideia de como havia chegado em casa, e se vestiu o mais rápido que pôde só para poder dar uma olhada em sua garagem e ter certeza de que seu carro estava bem, e para sua sorte, o automóvel não havia sido danificado.

Abriu a porta do veículo e percebeu que ali ainda estavam as coisas de seu namorado Eddie, respirou fundo, entrou no carro e apertou o botão que abria a porta de sua garagem.

Não estava com medo, e muito menos sentindo culpa.

Eddie merecia aquilo, afinal, havia o provocado.

Eric não tinha o menor motivo para se preocupar com a possibilidade de Eddie descobrir sua traição, porque ele sabia que Eddie Kaspbrak não iria terminar com ele.

Sabia que tinha o namorado na palma de sua mão, não precisava se preocupar em ser abandonado pelo mesmo, ou por ser denunciado e ter sua imagem denegrida perante o resto da escola e ficar com a fama de "namorado-babaca-abusivo" pelo resto de sua adolescência, talvez até de sua vida.

O garoto não era inteligente e não se esforçava para estudar. As notas medianas que conseguia tirar eram todas por causa de Eddie, que fazia seus trabalhos, seus deveres de casa e, vez ou outra, se esforçava para ajudar Eric nos estudos.

Henderson havia repetido de ano, e fazia questão de lembrar Eddie disso todas as vezes em que o menor pensava em se recusar a fazer seus trabalhos e tarefas.

Desde pequeno, ele tinha a fama de "garoto problema", era como os professores o chamavam.

Seu pai costumava ser um bêbado que batia no mesmo com uma frequência terrível, o que o fez se rebelar contra o mundo e mostrar sempre o pior de si sempre que possível.

Não adiantava muito chamá-lo para reuniões de pais e mestres, já que ele quase nunca comparecia, e quando comparecia, nunca parecia ligar para o comportamento explosivo do filho.

O velhote morreu há alguns meses atrás por causa de uma doença em seus pulmões devido ao hábito que tinha de fumar frequentemente – Tal hábito que havia sido passado para Eric depois de algum tempo –, o que foi honestamente um alívio na vida de Eric, que havia sido infernizado pelo pai desde o dia em que nasceu.

Eric quase não se lembrava de sua mãe, a mesma havia se suicidado quando o garoto era ainda um bebê e estava prestes a completar seus quatro anos de idade. Ele não sentia falta de sua mãe, nem visitava sua lápide no cemitério como a maioria das pessoas normais fariam.

Tudo o que conseguia sentir pelos seus pais era ódio e repulsa, acreditava desde pequeno que havia sido rejeitado e que seus pais não o amavam e que eram dois babacas.

Eddie no fundo acreditava que por baixo de toda aquela rebeldia e ódio, Eric era uma boa pessoa, só precisava do incentivo certo.

Ele sempre foi do tipo que dá o máximo de chances possíveis para alguém, e tenta ao máximo entender a perspectiva dela, mesmo que muitas vezes ela não mereça.

Eric não se preocupava com a possibilidade de algum dia ser abandonado por Eddie, porque ele sabia que o garoto era medroso demais para abandoná-lo.

Ele sabia que aquilo não o poderia afetar, pois Eddie apesar de ter todos os motivos para terminar com Eric, não podia.

Não se ele quisesse continuar tendo sua reputação limpa e intacta como sempre teve.

Naquele dia, Eric não foi buscar Eddie para levá-lo para a escola como sempre fazia, ele inventou uma desculpa esfarrapada para cada professor e aluno que perguntou o motivo da falta do garoto, e todos engoliram suas desculpas sem se preocuparem e sem pensarem duas vezes.

Menos Richie. Porque ele sabia o que acontecia quando ninguém estava olhando.

Palavras: 1021

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