O Fim de Um Ciclo Vicioso

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– Ninguém se mexe!

Os demais adultos travaram em suas posições rapidamente ao comando sussurrado e cauteloso de Jungkook, ficando atentos. Ninguém moveu um músculo enquanto o Papai Gguk agachava-se vagarosamente próximo a mesa de jantar, ele então espiou por sob a toalha de mesa e voltou-se para eles confirmando com um maneio de cabeça.

Alvo encontrado.

Jungkook reconheceria aqueles pezinhos à quilômetros de distância! Ele ergueu a toalha de supetão e pegou assim a pequena fugitiva no flagra, em pé sozinha, usando o assento da cadeira de apoio.

– Achei você! – o papai riu soprado, tremendamente aliviado. – Como chegou até aí sozinha, meu amor?

Gyuri sorriu sapeca, parecendo saber exatamente o que estava fazendo.

– Aigo! Acho que envelheci uns vinte anos agora só de preocupação! – Jihyun resmungou, levando uma mão ao peito.

Todos puderam respirar aliviados enfim, cientes agora de que a pequena Gyuri estava em segurança. Verdade seja dita, passaram cerca de vinte minutos de muito sufoco em busca da menina; estiveram ocupados a manhã inteira fazendo as malas e bastou apenas um instante de desatenção para que Gyuri fugisse do futon na sala e causasse um verdadeiro caos com seu súbito sumiço. Cogitaram até mesmo a possibilidade da pequena ter escapado por uma porta aberta e engatinhando para o perigo lá fora, mas felizmente estavam equivocados.

– Vem com o papai, vem! – Jungkook estendeu os braços e a chamou, e, para a estupefação geral, Gyuri em suas perninhas bambas fez um esforço para dar um passinho em sua direção.

Jimin ali ao lado ofegou, surpreso e emocionado. Sua filha lutava para manter a balança, com uma expressão concentrada, e ainda mantinha uma mãozinha na cadeira para apoiar-se, tentando dar seus primeiros passinhos com muita força de vontade. Depois de dois passinhos tortos ela vai para frente e é capturada pelo Papai Gguk. E todos comemoram.

– Você andou, meu amor! Você andou! – o Jeon comemorou alegre, abraçando o corpinho miúdo contra o seu peito. – O papai está tão feliz! Viu isso, Chim?

O loiro assentiu, sorrindo largo ele mesmo.

– Isso é incrível, e eu realmente não quero acabar com o clima... mas estamos atrasados! – lembrou a Vovó Park com urgência, e isso serviu para mobilizar à todos.

Jungkook e Jihyun juntaram as malas e guardaram no porta-malas espaçoso da mini van alugada, a Vovó Park checou a casa uma última vez antes de trancá-la e logo então toda a família embarcou. Rumo ao Jukdo Resort, em Yeonhwa-ri, onde não por acaso aconteceria a festa de aniversário da pequena Gyuri. Com o Vovô Park no volante, foram deixando o bairro totalmente preparados para enfrentar o que seriam cerca de duas horas de viagem bem longas, mas não passaram sequer duas quadras antes do primeiro acidente fecal.

– Omo, Gyuri!

– Minhas narinas estão ardendo!

Essa com certeza seria uma longa viagem.

...

Casa da Família Mizuki.
Azabu, Tóquio, Japão.

— ... por favor, Danna-sama, eu lhe imploro! Deixe-me ver minha filha! — a esposa devotada pedia angustiada, seguindo o marido indiferente apartamento à dentro. — É tudo o que eu peço, deixe-me ver Manami!

Entretanto o Sr. Mizuki não lhe dava valor, caminhando com tranquilidade como se a voz da esposa não passasse de um imperturbável som ambiente. Logo mais, numa tentativa desesperada de conseguir sua atenção, Aoi puxou-o pelo braço – sem real força para desestabilizá-lo, de fato – conseguindo assim fazer com que Daichi reconhecesse seus esforços e estacasse no lugar. O homem vagarosamente buscou seu braço direito, encarando as mãos delicadas e pequenas segurando a manga de sua camisa, e então voltou sua atenção enfim para o rosto da esposa. A mulher hesitou temerosa sob tal olhar tão frio, não conseguindo encará-lo nos olhos mas obrigando-se à não soltá-lo.

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