one fine day | {steloisa}

O1. her

Heloísa é uma das delegadas federais mais conhecidas da cidade do Rio de Janeiro. Uma mulher solteira que vivia em seu apartamento com sua filha Júlia, e junto com as duas vivia Creusa, que além de babá da menina era empregada da casa há muitos anos.

A delegada havia passado por maus bocados desde que optou pela profissão, conhecida por ser caxias e incorruptível ela sempre era carro chefe de investigações muito difíceis e perigosas, foi dessa forma que Júlia entrou em sua vida.

FLASHBACK: Cinco anos atrás

O caso estava caminhando para o final, tratava-se de um caso de tráfico de mulheres e crianças. A denúncia investigada era de um cativeiro cheio de mulheres e crianças. A delegada já havia reunido a força tarefa e a quantidade de pessoas que ela iria precisar para a batida no local. A quadrilha já atuava no mercado há muito tempo e conseguir captura-los seria um grande fechamento para a delegacia e ela conseguiria colocar um ponto final em muitos dos casos que ela tinha em aberto. Afinal, nos últimos meses os casos de desaparecimentos teriam se tornado mais corriqueiros em sua delegacia.
A

batida estava marcada para as 19:00 horas, ela sem esperar mais um minuto realizou como deveria, conseguiu prender o dono da casa onde o cativeiro era localizado e recuperou todas as mulheres, eram mais ou menos 20, algumas conhecidas dos arquivos de sua mesa. Haviam 8 crianças todas com no mínimo 5 anos e uma de apenas 3 anos, Heloísa ficou extremamente mexida quando adentrou no local e se separou com a cena, havia muita sujeira, um cheiro forte e as crianças estavam em estado crítico assim como as mulheres.

- Fiquem todos calmos, estamos aqui para ajudar. Eu sou delegada e nós vamos tirar vocês daqui. - ela tranquilizou todos.

Com a ajuda dos oficiais todas as mulheres e crianças foram retiradas do local até que Heloísa foi parada por uma das mulheres, virando sua atenção completa para ela.

- Doutora, desculpa... Mas falta uma das crianças. Tem uma menina...pequena, ela não tá aqui ..- ela disse fraca deitada em uma das macas a caminho da ambulância.

- Barros? Barros! Vem comigo...- ela gritou o braço direito enquanto entrava na casa novamente.

Os dois entraram na casa e foram novamente até o quarto, quando ela entrou não conseguiu encontrar ninguém até que visualizou um guarda roupa velho no canto do local, chamou o policial para ajudá-la e quando abriu uma das portas se deparou com a pequena encolhida no chão. A cena apertou o coração da morena, ela entregou sua arma para Barros e pegou a menina no colo, diferente dos outros que pareciam estar ali há muito mais tempo, a menina estava limpa e ainda gordinha, ao contrário das outras crianças que tinham a aparência anêmica e de doentes.

Todos foram encaminhados para o hospital em ambulâncias a menina que ainda não havia dito o nome não largou o colo da delegada por nada. Heloísa a levou para o hospital e pediu para que Barros fosse para delegacia adiantar os relatórios e ajudar nas identificações das vítimas, já que ela não conseguiria naquele momento. Chegando no hospital a assistência social foi chamada para acompanhar as crianças, ela acomodou a criança na ala pediátrica e pediu para a médica que a mantivesse informada sobre o estado da menina, a atitude da mulher deixou a assistente social intrigada.

- Doutora! - ela chamou por Helô enquanto a delegada atravessava a porta.

- Oi. oi! - ela respondeu ainda se recuperando do que havia acontecido. A ligação entre ela e a pequena tinha sido muito forte, coisa que nunca havia acontecido antes.

- Está tudo bem? A senhora não parece bem...- a mulher perguntou já sabendo o motivo do desequilíbrio emocional da delegada.

- Sim... Não! - ela disse conturbada. - Você pode me fazer um favor? - Ela perguntou a assistente ainda com os olhos marejados.