12. one fine day

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Helô caminhou até o quarto da filha naquela manhã achando que a encontraria já pronta para a escola, porém, a menina continuava dormindo. Ao achar estranho o fato de Júlia não estar já de pé, foi até a cozinha a procura de Creusa, que estava colocando a mesa para o café.

– Bom dia, Creusita. - ela disse depositando um beijo no rosto da empregada. – Júlia não tá atrasada? - ela disse mexendo na tigela de morangos que estava no aparador.

– Bom dia, Donelô... - ela disse cantarolando e sorrindo. – Julinha não tem aula hoje, parece que vai ter algum grupo de estudo, essas coisas...- ela explicou.

– Entendi...- ela disse abrindo a geladeira para beber água se sentindo um pouco aliviada, afinal, todos os dias ela sempre fazia questão em se despedir da filha antes dela ir para a escola.

As manhãs na casa de Helô eram sempre agitadas e Creuza percebeu que algo estava diferente quando observou a calmaria em que a delegada estava. Ela sabia que a patroa havia chego tarde na noite anterior e que não havia chego sozinha. Enquanto levava as coisas para a mesa resolveu indagar como foi a noite da morena.

– A senhora chegou tarde ontem - ela disse sorrindo enquanto as duas caminhavam para a mesa.

– Acabei perdendo um pouco a hora e bebendo demais...- Helô disse parando no corredor observando a porta do quarto que ainda estava fechada.

– Hmm... Tá tudo bem, Donelô? - Creusa perguntou observando de longe como a patroa estava estranha. – Tá esperando alguém? - ela continuou com um sorriso de canto, agindo como se não soubesse de nada.

Helô continuou no mesmo lugar agora com os braços cruzados e o olhos cerrados, sabia que Creusa não era burra.

Enquanto ela andava de um lado para o outro no corredor, Stênio tomava seu banho sem pressa nenhuma. O advogado havia falado com Lucimar e a empregada avisou que o filho não teria aula naquele dia, o que o deixou tranquilo. Finalizou o banho, se vestiu e abriu a porta para sair, quando pensou em caminhar na direção de Helô que ainda estava no mesmo lugar, inquieta, foi parado por uma puxada na perna da calça.

– Tio? - Júlia disse esfregando os olhos ainda sonolenta.

Stênio simplesmente congelou e encarou Helô com os olhos arregalados, a mesma já estava pálida do outro lado observando a cena. Os dois ficaram sem ação por um momento, não sabiam o que fazer e nem o que falar. Aquilo geraria muitas perguntas.

– Oi, jujuba! - ele disse abaixando e pegando a menina no colo, que logo descansou a cabeça no ombro do homem grisalho.

Helô presenciava a cena colocando de lado agora a palidez e observando como aquilo poderia ser bom, tanto pra ela quanto para a filha.

– O senhor dormiu aqui? - ela disse olhando para ele, já próximos de Helô.

– Júlia! - Heloísa disse firme.

A reação da delegada causou um sorriso no rosto do advogado, que preferiu não responder a pergunta da pequena.

– Toma! - ele entregou a menina a mãe. – Eu preciso ir. - disse meio sem jeito observando as duas que estavam com os rostos colados um no outro.

O olhar dele era dócil e de admiração. Talvez, um pouco de paixão também, ele era apaixonado pela mulher que Heloísa era. E depois da noite que eles tiveram, ele só confirmou o quão incrível em tudo ela era.

– Venham tomar café! - Creusa gritou na sala. – Venha, Doutor Stênio. Tem tapioca e café fresquinho! - ela disse indo em direção ao casal.

– Não começa, Creusa! - Heloísa disse entre os dentes colocando a filha no chão.

one fine day | {steloisa}Onde histórias criam vida. Descubra agora