14. one and only

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As crianças tinham uma festa naquele dia, Creusa estava responsável por levar Júlia e Lucimar levaria Pedro. Heloísa comunicou a babá que iria sair mas não disse para onde iria, a nordestina que não era boba já havia conversado com a amiga, a volta da festa seria os dois na casa de Stênio. Afinal, os pais estariam ocupados.

Helô enviou a mensagem para Stênio depois de acordar de uma noite de sono pesado. Quando a resposta imediata surgiu em seu celular, ela esboçou um sorriso que fez com que seus olhos se fechassem. Para que não houvesse nenhum desconforto preferiu marcar em sua casa, não queria algazarra ou um monte de gente em volta prestando atenção nos dois. E na casa dele, ela não se sentia muito confortável. Optou pelo reservado, afinal, aquilo seria uma conversa definitiva para ela.

Heloísa: Podemos marcar na minha casa?

Ela enviou enquanto estava sentada no sofá, já era final de tarde, Creusa já havia levado Júlia e a menina só retornaria no dia seguinte, seria bem mais calmo para conversarem.

Stênio: Claro, meu bem. Só me fala o horário.

Heloísa: Às 19:00?

Stênio: Perfeito. Vinho?

Ele sorriu malicioso.

Heloísa: Por favor!

Os dois enceraram a conversa e faltava apenas uma hora e meia para o encontro, só aquela troca de mensagem já havia causado dores horríveis no estômago de Helô, a ansiedade estava grande. Era inexplicável o efeito colateral que ele causava nela.

***

Às 19:15 a campainha de seu apartamento tocou, pensou em pedir para alguém abrir a porta mas lembrou-se que estava só. Vestia um macacão preto longo pantalona, com um decote generoso deixando em evidência seu microdermal, os cabelos estavam soltos e mais ondulados do que o normal, havia caprichado, como sempre.

Quando abriu a porta deparou-se com um buquê de rosas vermelhas tampando o rosto de Stênio. Ela apoiou a cabeça na porta aberta e sorriu.

– Palhaço! - ela riu enquanto observava a cena.

Ele entregou o buquê para ela e então encontrou os olhos dela, dóceis como sempre mas também criminosos quando percebeu que ele havia medido ela com um olhar fulminante dos pés a cabeça.

– Não vai entrar? - ela perguntou sorrindo.

– Claro, que vou. - ele disse engolindo a seco, passando por ela e deixando um beijo em sua bochecha. Fazendo com que ela abaixasse a cabeça e liberasse um sorriso de canto.

Ela fechou a porta e respirou fundo o vendo colocar o vinho na mesa de centro.

– São lindas. Obrigada! - ela agradeceu após sentir o cheiro do buquê e colocá-las na mesa.

– Como você, meu bem. - Stênio disse com a cabeça inclinada.

Helô sorriu sem graça com o elogio, virando a cabeça ficando na mesma posição que ele.

Caminhou na direção dele e sentou-se na ponta do sofá ficando de frente para ele.

– Você tem taças? - ele perguntou quebrando o silêncio que havia tomado conta do cômodo.

– Eu queria conversar com você primeiro. Pode ser? - ela disse mudando a expressão para séria.

– Claro! - ele virou no sofá ficando na mesma posição que Helô.

– Eu queria te pedir desculpas pela forma como reagi naquele dia, eu realmente, não estava esperando. - Helô disse olhando no fundos olhos dele.

– Helô, tá tudo nem...- ele disse tentando se aproximar dela.

one fine day | {steloisa}Onde histórias criam vida. Descubra agora