O6. the perfect plan

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Era folga dela após duas semanas seguidas trabalhando sem parar, com as férias de Creusa havia ficado muita coisa pedente, ela precisou colocar tudo em ordem o quanto antes. Helô estava deitada com a filha no sofá da sala após o almoço assistindo televisão quando seu telefone tocou. Já era a quinta vez que Guida ligava em um intervalo de poucas horas e ela não atendia.

– Mamãe, seu celular tá tocando. Outra vez! - Júlia disse levantando a cabeça do colo de Helô.

– Shhh. Finge que não tá escutando. - ela disse tocando devagar a cabeça da filha fazendo a deitar novamente.

– Mas já tocou várias vezes. Porque a senhora não atende logo?

Realmente já estava insuportável a quantidade de vezes, após Helô recusar mais uma não demorou cinco minutos para que ela ligasse de novo, fazendo com que Júlia a olhasse com uma expressão de não estar aguentando mais.

– Tá, tá...- ela entendeu o olhar da filha. – Fala, Guida. Mas a minha resposta continua sendo NÃO! - ela já deixou claro antes que a prima falasse algo.

– Ah, não! Helô, por favor. É só um jantar.- ela falou de uma vez.

– Eu estou de folga depois de duas semanas de estresse. Não vou e acabou. Tchau! - ela desligou sem esperar por uma resposta sabendo que a prima iria insistir.

– Não vai pra onde, mãe? - Júlia disse se sentando no sofá.

– Jantar fora com uns amigos. - ela disse enquanto fazia um coque no cabelo. – Quem mandou você levantar, hein? Pode voltando! - ela disse puxando a filha pelo braço e fazendo cócegas na barriga da menina que deitou novamente. As duas ficaram ali a tarde toda.

***

– Você tá doido! - Stênio disse no telefone logo depois soltando uma gargalhada.

– É sério, cara. Por favor, não me deixa na mão. - Moretti disse do outro lado da linha apreensivo.

– Moretti, não tem condições disso. Ela não me suporta e não tô afim de fazer social enquanto você flerta a noite toda. - ele disse enquanto pagava a conta no posto de gasolina, estava voltando para casa, havia passado o dia com Pedro no Parque Lage.

– Pelas crianças...- ele sussurra sabendo que aquilo era jogo baixo.

– Você é horrível, cara. Como consegue? - ele disse já no carro seguindo o caminho para casa.

– Você tá me deixando sem opções...- ele deu de ombros.

– Eu vou ver, se a Lucimar tiver disponível para ficar com o Pedro, te aviso. - ele disse desligando o celular sem acreditar que o amigo havia feito aquela chantagem.

– Quem era? - Pedro perguntou no banco carona já que havia pego a conversa no final.

– Seu padrinho. Me chamou para jantar. - ele disse enquanto entrava em seu condomínio. – Mas acho que não estou muito afim e você não pode ficar sozinho. - ele disse parando o carro na porta de casa.

Quando Stênio entrou em casa percebeu o silêncio e isso só constatava que Lucimar não estava em casa, ele havia dado folga para a empregada, sendo assim, não teria como ele, querendo ou não, ajudar o compadre. Comunicou Moretti pelo WhatsApp:

Stênio: Cara, não vou conseguir mesmo. Esqueci que dei folga para Lucimar.

A mensagem foi visualizada mas não foi respondida. Ele deu de ombros e entendeu que já havia resolvido a situação.

***

Do outro lado da cidade, Moretti estava atormentado, queria muito encontrar Guida, tinha se interessado de fato pela prima de Helô. Os dois já haviam pensado em tudo, ele contou toda a história de Stênio para ela e ela falou sobre Helô, ou seja, eles estavam unindo o util ao agradável.  Quando leu a mensagem do sócio, o homem se viu extremamente desanimado mas não desistiu e resolveu comunicar Guida.

one fine day | {steloisa}Onde histórias criam vida. Descubra agora