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"Mona." O ácido nome da garota sai da boca de Albedo. Algo amargo, um antigo sentimento, toma seu corpo.
O suave barulho das ondas e o salgado cheiro da praia tomavam contas dos sentidos dos jovens.
Como as ondas, relacionamentos podem ir e vir, e como um maremoto, destruir seus sentimentos.
Esse foi o caso de Albedo e Mona.
Por mais que tentassem, nunca conseguiam se manter estáveis mesmo que se amassem. Talvez pela imaturidade de Mona ou pela falta de comprometimento de Albedo, porém ambos sempre foram amigos e um relacionamento falho não poderia destruir os laços que ambos formaram ao longo dos anos... Ou talvez fosse sim capaz, porém ambos estavam cegos em relação à isso.
"O que?"
"Não sei se consigo continuar assim."
Mona vira seu corpo de lado, encarando sua companhia.
"Assim como, Albedo? Aconteceu alguma coisa?"
O que Albedo havia começado era irreversível, não havia como fugir.
Com os segundos que se passavam, o garoto apenas ficava mais nervoso, seus pensamentos correndo em sua cabeça, e gotas de suor se formando em seus braços.
"Albedo...? Assim como?" A jovem o tirou de seu próprio mundo.
O coração de Albedo se encontrava batendo em uma frequência um pouco mais rápida, fazendo com que o jovem ficasse um pouco tonto, nada fora do comum.
"Não aguento mais mentir, Mona." Ele vira sua face, agora encarando a garota de volta. "Todo esse tempo entre nosso término e agora só me fez perceber o quanto ainda gosto de você... Entende? Isso só está me consumindo cada vez mais. Sempre gostei de você."
Albedo se senta na areia.
A jovem percebeu o que estava prestes a acontecer. Era isso que queria evitar.
Mona não suportava a ideia de ter que rejeitar Albedo, porém em sua opinião, eles não poderiam dar certo.
Ela havia feito de tudo em seu alcance, se cegou para o mundo e criou barreiras para evitar a simples realidade de que sua amizade com o garoto poderia acabar com o término.
Algo tão simples havia gerado emoções intensas demais para ela suportar.
Ela olha para a lua.
"Haha." Ela ri. "Isso não é brincadeira que se faça, Albedo. Não sei quais são as intenções por trás disso, porém não vou apoiar comportamentos assim."
Agora, ao invés de ter barreiras para o mundo, elas estavam voltadas para Albedo.
Seus sentimentos durante o período após o término haviam sido irreais. Talvez, olhando de fora, parecessem exagero. Apenas Mona se entendia.
"Não estou brincando. É o que eu sinto." Ele diz, aproximando sua mão ao cabelo da garota.
Quando chegava perto, ela o impede.
"Albedo, não faça isso comigo, por favor. Você sabe que não sinto mais o mesmo..."
O garoto entrou em estado de choque.
Ouvir estas palavras saindo dos lábios de sua antiga amada o destruíram. Até então ela só havia dito isso de outros modos, como ações.
O mar continuava seu ciclo.
Indo e voltando, as ondas formam um sagrado ciclo da natureza, que nunca pode ser quebrado.
Albedo estava visivelmente triste. Isso não pode ser considerado algo comum, o que dificultava ainda mais a situação para ambos.
"Escuta..." Mona se senta na areia junto de Albedo e se aproxima um pouco. "Nossa hora já passou, e tenho certeza que não pode mais voltar. As estrelas me disseram. Não tem como funcionar, não somos destinados à ficar juntos, sabe?" Ela volta sua visão para o céu.
As estrelas não mentem, tudo está gravado nelas. Era no que Mona acreditava.
Albedo nunca entendeu a fascinação da garota pelas estrelas.
Ela o contava sobre os ensinamentos astrológicos que sua avó lhe transmitia.
O jovem poderia ouvir ela falando por horas sem parar, talvez essa fosse uma das maiores provas de amor para Albedo.
Um mar de lágrimas se formavam nos olhos cianos de Albedo.
Um maremoto se aproximava, Mona conseguia sentir. Porém não físico, e sim emocional.
"Mona, por favor. Não consigo seguir em frente, pode parecer bobo porém você é única, não sei se consigo viver sem você."
O coração de Mona se apertava.
"Por favor não diga isso. Já disse, as estrelas me disseram que não podemos ficar juntos, Albedo. Com certeza você vai achar alguém que goste de você do jeito que você é... Mas infelizmente essa pessoa não sou eu. Você precisa entender isso. Acredite nas estrelas."
Ela volta a se deitar na areia, que agora estava fria.
Não era fácil para nenhum dos dois ter esta conversa.
Os resquícios de ondas encostavam nos pés de Mona, os esfriando.
"Mona, nunca foi minha intenção não ter conseguido assumir para minha família. Eu sou uma pessoa melhor agora."
"Pare com isso. Não aguento, Albedo... A culpa não é sua, simplesmente não era para acontecer. Não se culpe por isso."
Ela coloca sua mão por cima da mão de sua companhia.
Ele estava quente. Até demais.
"Acredite, eu também gostaria que tivesse dado certo. Se quiser se afastar de mim, vou entender."
Ele pega a mão da garota.
"Me dê uma chance. A última já que as estrelas dizem que não somos destinados um para o outro."
Ele se levanta e ela o segue.
Mona entendeu a mensagem. Após esta noite, provavelmente nunca mais haveria nada entre eles, nem mesmo amizade, nem mesmo olhares trocados em uma rua lotada.
Albedo ia em direção ao mar.
Ele não gostava muito de água.
"Vem Mona!" Ele sorria ainda com lágrimas em seus olhos.
No momento que seus pés encostaram na água, ela sentiu um arrepio, estava um pouco fria porém ainda sim agradável.
Albedo segurou as duas mãos da garota.
"Olhe para a água, por favor. Talvez nosso destino seja mostrado mais claramente agora." Ele disse.
Era uma visão magnífica aos olhos de qualquer pessoa. A água refletia perfeitamente o céu estrelado da madrugada, mostrava claramente até as constelações menos conhecidas.
Ela apenas ficou parada admirando o mar.
Algo que ela não percebeu era que Albedo se aproximava, talvez com intenções que ela não esperava.
Os olhos de ambos automaticamente se fechavam. Eles sentiam suas respirações cada vez mais perto.
Era algo confortante para Albedo, porém Mona hesitava um pouco.
Seria um pouco de hipocrisia aceitar um último beijo de seu antigo amado logo após o rejeitar.
A madrugada realmente teve uma influência no comportamento de ambos.
Antes que Albedo esperasse, Mona quebrou a distância.
Seus lábios macios traziam lembranças sobre o tempo que ficaram juntos, que agora, ficavam cada vez mais azul e amargas, deixando Albedo com uma sensação de melancolia.
O tempo havia parado para ambos.
A água salgada batendo em seus pés junto com a brisa da madrugada faziam Mona lembrar da primeira vez que haviam saído juntos.
Ela se recusava a lembrar.
Quando se afastaram, os olhos azuis da garota estavam cheios de lágrimas.
"Querida Mona, não sei se é isso o que você queria, porém acho que agora posso me afastar em paz. Eu espero que viva a melhor vida que puder." Ele soltou as mãos da outra.
Enquanto se afstava, Mona tentava o alcançar, porém não conseguia se mexer.
Talvez ela finalmente tenha percebido que nunca mais teria contato com ele. Nunca mais o veria novamente.
"Adeus Albedo." Soou em sua cabeça enquanto ela assistia o garoto pegar seus sapatos e ir embora.
Ele havia ido embora para sempre e com certeza havia levado um pedaço do coração de Mona junto.


Olá bests, tudo bem? Como já era de se esperar, minha vida ficou uma loucura depois de começar a postar o que escrevo.
Gostaram do comeback bucetonico babilônico? Por favor deixem suas opiniões nos comentários, gostaria muito de saber o que acham de angst!
Agora para assuntos pessoais.
Mudei de cidade e entrei em um episódio depressivo, minha anemia piorou e provavelmente vou aumentar a dose do meu remédio, sendo assim, queria postar algo antes de virar uma planta.
Obrigado por me apoiarem na minha primeira história publicada. ♡

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