O sol havia acabado de nascer no horizonte quando Bela saiu para dar a refeição matinal às galinhas. Os pássaros piavam e uma brisa gentil soprava ao longo das colinas. Junto ao belo céu azul sem nuvens, era a imagem perfeita de uma manhã.
Então Bela escutou uma bufada familiar. Ela ficou surpresa ao se virar e ver Philippe parado ao lado do portão do cercado. O corpo do animal estava trêmulo e encharcado de suor. O branco de seus olhos apareceu quando, nervoso, ele começou a bater as patas no chão.
- Philippe - disse Bela, apressando-se para abrir o cercado para que o cavalo pudesse beber água. Ela o acariciou gentilmente. - O que está fazendo aqui? Onde está...? - A mão dela parou no meio do gesto. Então começou a tremer quando ela viu as tiras rasgadas onde o arreio deveria estar amarrado. Os olhos de Bela se arregalaram ainda mais quando ela notou as rédeas estraçalhadas. Algo havia acontecido com seu pai... algo ruim.
Sem parar para pensar no que estava fazendo, Bela jogou uma sela sobre o dorso de Philippe, apertou ao redor do animal e colocou novas rédeas sobre sua cabeça. Ela sabia que era pedir demais ao cavalo, mas ele era o único que sabia onde estava Maurice. Ela montou o animal e o guiou adiante.
Bela sabia que seu pai fora para a floresta. Disso ela tinha certeza; era a rota que ele sempre pegava. Mas, assim que Philippe deixou o interior familiar da aldeia e galopou floresta adentro, suas esperanças enfraqueceram. Aquela parte da floresta era enorme. Encontrar um homem naquela imensidão parecia quase impossível.
- Rápido, Philippe - disse ela enquanto o cavalo rodeava uma árvore que havia sido partida ao meio. - Leve-me até meu pai.
A mata ficou ainda mais fechada e o céu, mais escuro, mas Philippe mergulhou destemido nas sombras. Bela examinou o chão e as laterais do pequeno caminho. De repente, avistou a carroça do pai. Estava no chão, tombada. As belas caixinhas de música estavam espalhadas, algumas tão quebradas que não tinham conserto, outras um pouco menos danificadas. Mas não havia sinal de seu pai. Cutucando Philippe com os calcanhares, ela o apressou. O cavalo galopou adiante, parecendo reconhecer o caminho estreito e sinuoso. Bela quis acreditar que aquele era o trajeto que seu pai havia percorrido. Para seu alívio, um portão surgiu alguns instantes depois. Além das grossas barras de ferro, ela avistou um gigantesco castelo de pedra. Philippe relinchou. Seu pai tinha que estar ali, em algum lugar. Bela podia sentir. Ela desmontou apressada e acariciou Philippe. Sussurrou palavras de encorajamento, levando-o para dentro dos portões, então pediu que ele aguardasse. Ela se moveu para subir os degraus de pedra, mas parou de repente. Bela não estava disposta a correr para dentro do estranho castelo sem levar nada com que se defender. Vasculhando ao redor, ela avistou um galho grosso caído no chão. Ela o pegou e o segurou acima da cabeça, empunhando-o como um porrete.
Só então ela subiu até as portas da frente. Bela nem se deu ao trabalho de bater na porta. Se o seu pai estivesse mesmo em algum lugar ali dentro, ela não queria perder tempo para achá-lo. Ela empurrou as portas e se viu em um saguão gigantesco. Algumas velas penduradas nas paredes mal proviam luz suficiente para iluminar o espaço. Endireitando os ombros, Bela respirou fundo e adentrou o castelo.
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𝓐 𝓑𝓮𝓵𝓪 𝓮 𝓪 𝓕𝓮𝓻𝓪 (𝐿𝑖𝑣𝑟𝑜 𝑂𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑙𝑚𝑒)
Romance𝑀𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑎𝑙𝑑𝑒𝑖𝑎 𝑓𝑟𝑎𝑛𝑐𝑒𝑠𝑎, 𝐵𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑖𝑙𝑙𝑒𝑛𝑒𝑢𝑣𝑒 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑜𝑓𝑒...