ℂ𝔸ℙÍ𝕋𝕌𝕃𝕆 𝕏𝕍I

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  Bela queria acreditar que tudo ficaria bem, que a Fera ficaria bem

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  Bela queria acreditar que tudo ficaria bem, que a Fera ficaria bem. Mas assim que ela se sentou e a cabeça dele tombou em seu colo, ela soube que o tempo da Fera estava acabando. Já havia acabado para Gaston, embora aquilo só tivesse lhe causado um impulso momentâneo de lamento. Ele fora um péssimo homem. Embora ela jamais desejasse tal destino a ninguém, tampouco desperdiçaria lágrimas ou tempo por sua memória. A Fera, no entanto, era outra história. Ela não queria que ele se tornasse uma memória.

Ela queria que ele ficasse ao lado dela, são e salvo. Queria dizer o quanto ele significava para ela. Queria dizer o quão arrependida estava de ter enviado Gaston sem querer para o castelo. Ao olhar para a Fera, ela sabia que sua chance de dizer tudo aquilo estava escapando rapidamente. Ele respirava com dificuldade e seus olhos estavam apertados pela dor que devastava seu corpo.

Suavemente, Bela desceu a mão e acariciou o rosto dele com os dedos. Quando a Fera sentiu o toque, abriu os olhos.

— Você voltou — disse ele com um olhar de puro amor. Ele ergueu a pata e ajeitou uma mecha de cabelos dela.

— Claro que voltei — respondeu ela, tentando lutar contra as lágrimas que ameaçavam escorrer por suas             bochechas. — Nunca mais vou deixá-lo.

A Fera ergueu o mais levemente possível os ombros. Então suspirou e disse, com a voz fraca:
— Temo que seja minha vez de partir.

Bela balançou a cabeça. Não! , ela queria gritar.  Lute! Não desista agora! Não depois de tudo que nós passamos. Levei tanto tempo para encontrar você.  Apesar de seus esforços, as lágrimas começaram a cair. A cabeça da Fera estava ficando mais pesada em seu colo. Enquanto olhava para ele, ela sentiu seu coração se partir. Contra todas as probabilidades, a Fera havia lhe mostrado a beleza verdadeira. Ele lhe mostrara que tudo bem ser diferente. Mostrara que não havia problema em se sentir perdida e a fizera perceber o quão desesperadamente ela queria ser encontrada. Ela tinha aprendido que as coisas não são sempre como parecem, que pessoas podem surpreender. Ele havia lhe dado a única coisa que ela sempre desejara: algo a mais. E agora? Agora ele estava morrendo em seus braços. Esforçando-se para encontrar as palavras, Bela conteve um soluço.

—  Nós estamos juntos agora  — disse ela. — Tudo vai ficar bem. Você vai ver.

— Pelo menos posso vê-la uma última vez. — Enquanto ele dizia essas palavras, sua pata desabou do cabelo de Bela. Seus olhos se fecharam. Sua respiração ficou mais lenta, então cessou.

Com outro soluço, Bela se jogou sobre o corpo da Fera. Ele se fora. E ela nunca lhe dissera que o amava. Enquanto a Fera dava seu último suspiro no terraço acima, seus criados, alheios ao que havia acontecido entre o mestre e Gaston, estavam no meio de uma celebração. Eles se reuniram em um dos terraços de baixo para assistir aos aldeões fugindo pela floresta. As chamas de Lumière brilhavam impulsionadas pela vitória. Plumette amaciou suas penas e Horloge tiquetaqueava mais rápido que o comum. Até as peças maiores da mobília, como Madame de Garderobe e seu amor havia tanto tempo perdido, Cadenza, estavam participando da festa. Lumière se virou para Plumette e a segurou nos braços. O espanador soltou risadinhas de flerte.

𝓐 𝓑𝓮𝓵𝓪 𝓮 𝓪 𝓕𝓮𝓻𝓪  (𝐿𝑖𝑣𝑟𝑜 𝑂𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑙𝑚𝑒)Onde histórias criam vida. Descubra agora