A Fera parou diante da porta do quarto que agora, contra a sua vontade, pertencia a Bela. Ao lado dele, sua equipe aguardava, pronta para ajudar caso fosse necessário. Ele olhou para todos e então, levantando uma grande pata, bateu à porta. Duas vezes.
- Você vai jantar comigo! - disse ele, sem esperar uma resposta de Bela. - Isso não é um pedido!
Em seu carrinho de servir, madame Samovar deu uma tossida.
- Mais gentileza, mestre - aconselhou ela. - Lembre-se, a garota perdeu o pai e a liberdade no mesmo dia.- Sim - concordou Lumière. - A pobrezinha deve estar morrendo de medo lá dentro. A Fera suspirou. Ele estava ficando farto da repentina maré de conselhos. Mesmo assim, bateu novamente.
Dessa vez, veio uma resposta.
- Só um minuto. - A voz de Bela saía abafada através da porta pesada.
- Está vendo - disse Lumière, alegre. - Aí está ela! Agora lembre-se, mestre: seja gentil...
- Cortês... - acrescentou madame Samovar.
- Charmoso! - gorjeou Plumette.
- E, quando ela abrir a porta - finalizou Lumière -, sorria de forma educada e cativante.
Vamos lá, mostre esse sorriso. Mostrar o sorriso a ele? , a Fera repetiu para si. Lumière havia perdido a cabeça? Ele não sorria havia anos. Nunca tivera razão para tal. Ele ia começar a discutir quando um olhar de madame Samovar o impediu. Com relutância, ele tensionou os músculos do rosto, puxando os lábios acima dos dentes. Em uníssono, a equipe deu um passo para trás, horrorizada.
- Ahnnn... menos dentes - sugeriu Lumière. A Fera não precisava de um espelho para saber que sua primeira tentativa de sorrir resultou na careta mais medonha que alguém já vira. Tentou de novo.
- Mais dentes? - propôs Plumette. A Fera suspirou. Ainda estava horrendo, supôs. Uma vez mais, ele ajustou o sorriso.
- Dentes diferentes ? - acrescentou Horloge.
- Que tal sem dentes? - aconselhou madame Samovar.
A Fera lançou um olhar de aviso. Ele chegara ao limite. Todos queriam que ele convidasse Bela para jantar. Tudo bem, assim o faria. Mas ele não iria perder mais um minuto tentando sorrir. Bateu na porta de novo, em uma nova tentativa.
- Você quer jantar comigo? Desta vez, a resposta de Bela foi rápida.
- Você me fez prisioneira e agora está me convidando para jantar? - Sua voz soava mais perto agora, como se ela estivesse encostada do outro lado da porta. - Ficou louco?
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𝓐 𝓑𝓮𝓵𝓪 𝓮 𝓪 𝓕𝓮𝓻𝓪 (𝐿𝑖𝑣𝑟𝑜 𝑂𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑙𝑚𝑒)
Romance𝑀𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑎𝑙𝑑𝑒𝑖𝑎 𝑓𝑟𝑎𝑛𝑐𝑒𝑠𝑎, 𝐵𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎 𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑖𝑙𝑙𝑒𝑛𝑒𝑢𝑣𝑒 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑜𝑓𝑒...