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Michael Wheeler

Já havia tomado banho, estava sentado sobre a minha cama, mas mesmo assim ainda sentia o toque dos seus lábios na minha pele.

O que havia acontecido?

Eu não sabia o que pensar depois daquilo. Estava anestesiado, meio aéreo e mesmo assim parecia querer que ele tomasse meus lábios por completo.

Balancei minha cabeça e me joguei para trás no colchão, deixando meu corpo relaxar. Mas ao contrário os meus pensamentos só gritavam o quanto eu queria sentir aquela boca na minha.

Desde de que Hannah morreu nunca mais me interessei por mulher alguma, nem homem, e olha que tive muitos que se ofereceram a mim, principalmente Olívia - que era melhor amiga de Hannah.

Desde que passei a conviver com Will as coisas começaram a mudar, eu o achava sexy, engraçado, maluco, mas o pior é que um desejo insano estava tomando conta do meu corpo.

Fechei meus olhos, mas a única coisa que vinha era a imagem daquele garoto.

Droga! Agora eu ficaria pensando no quase beijo?

E ainda tinha uma maldita culpa dentro do meu peito, que falava se eu tivesse tomado à coragem de virar um pouco a minha cabeça, tinha sentindo seus lábios por completo.

Abri os olhos novamente e os voltei para a mesinha de cabeceira onde estava o desenho que Will tinha feito. Não era certo esse desejo, eu tinha que esquecê-lo, não podia ficar pensando nele desta forma. Ainda mais porque provavelmente ele podia ter feito isso só por conta da bebida. Amanhã talvez nem se lembrasse do que aconteceu.

Enquanto pensava acabei dormindo e acordei no outro dia com o despertador quase berrando em meu quarto. Não tinha visto se Anne chorou no meio da noite, mas tenho quase certeza que não, pois eu sempre acordava quando isso acontecia.

Levantei-me da cama e parti para a minha rotina de todos os dias da semana, banho, terno, verificar se estava tudo bem com a minha bebê e um café bem forte para dar o dia como começado.

Ainda estava colocando a minha gravata quando escutei Anne pela babá eletrônica, no entanto esperei um pouco para sair do quarto para ver se Will apareceria. E enquanto eu olhava o relógio, ele chegou em menos de dois minutos para cuidar da minha filha.

Ok! Estava atraído por ele, e ele ainda tratava minha neném do jeito que eu queria, desse jeito as coisas ficariam mais complicadas para o meu lado.

Peguei outro porta retratos que ficava na penteadeira perto da janela, nesse tinha uma foto minha e de Hannah. Ela estava tão sorridente, com seus cabelos loiros cheios de ondas por seu comprimento. Eu a amava, sempre amaria para falar a verdade, no entanto sabia que tinha que levar minha vida da melhor maneira possível.

Não era daquelas pessoas que ficava se sentindo culpado por estar desejando outra. Só que ainda não estava preparado para me envolver com alguém, morria de medo de perder as pessoas que estavam ao meu redor.

Então, seria prudente pensar muito, antes de dar um passo que nesse momento seria vacilante. Sabia que Hannah não me culparia por estar mexido com um quase beijo que levei do babá da minha filha.

Deixei a foto no seu lugar de origem e caminhei para fora do quarto. Assim que me aproximei do de Anne, ouvi a voz de Will brincando com ela.

Foi nesse momento que me peguei cheio de ansiedade para entrar no quarto da minha filha. Hesitei, mas tomei coragem. Abri a porta lentamente e lá estava ele, o garoto que mexeu com minha mente, ele segurava minha bebê em seus braços, mas assim que ouviu o barulho se virou para mim.

Quando seus olhos encararam os meus, vi suas bochechas mudarem o tom, e eu tinha quase certeza que ele se lembrava muito bem do que tinha feito.

Papá — Anne, murmurou, estendendo as mãos em minha direção.

Will mesmo envergonhado abriu um sorriso enorme, já que ele ainda não tinha visto que realmente Anne havia começado a se desenvolver e finalmente estava soltando suas palavrinhas.

— Bom dia, senhor Wheeler . — Will quase não conseguiu falar, seu sussurro foi tão baixo que se o quarto não estivesse em completo silêncio eu não teria escutado.

— Bom dia!

Anne estendeu os braços para mim e eu a peguei de bom grado. Ela segurou minha gravata e começou a brincar com o pano, e eu amava ver minha filha fazendo isso, toda manhã, só que hoje meus olhos queriam se desviar para outra pessoa.

Já que queria ver sua reação, por estar no mesmo ambiente do que o meu.

Olhei para Will, porém ele estava de cabeça baixa. E maldita seja a vontade incontrolável que apossou do meu corpo, mas eu levei a minha mão livre até seu queixo e levantei seu rosto em direção ao meu.

A expressão assustada que passou pelo rosto dele não me passou despercebido, e tenho completa convicção que ele nunca imaginaria que eu fizesse tal ato. Se eu fosse falar a verdade, nem eu imaginava. Aquilo não era do meu feitio.

Era bastante fechado para deixar me abalar tanto por um simples toque de lábios, mas pelo visto os meus atos não acreditavam naquele pensamento.

— Está tudo bem?

— Sim, senhor — sussurrou, novamente.

Antes de sair do quarto, afaguei sua bochecha e entreguei Anne a ela. Depois beijei a testa da minha filha, dei uma última olhada para o garoto que estava no local, encarei seus olhos cor de esmeraldas, partindo em seguida para a empresa.

Sem nem passar na cozinha de casa para tomar o café forte que eu tanto necessitava. Já que no momento o que mais precisava era me afastar da minha casa, para não voltar ao quarto da minha filha e beijar aquele garoto que mal havia entrado na minha vida e estava mexendo tanto comigo.

 Já que no momento o que mais precisava era me afastar da minha casa, para não voltar ao quarto da minha filha e beijar aquele garoto que mal havia entrado na minha vida e estava mexendo tanto comigo

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Pra quem tem curiosidade de saber como é o rostinho da pequena Anne: { Imaginem ela um pouquinho mais nova! }

Beijinhos da Mary, xx ❤️‍🩹

𝘕𝘢𝘯𝘯𝘺 𝘐𝘯 𝘛𝘳𝘰𝘶𝘣𝘭𝘦 Onde histórias criam vida. Descubra agora