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Michael Wheeler

Não havia terno, eu estava na sede do Empório, somente com uma calça jeans escuro e uma polo preta. Meus funcionários me olharam de forma estranha, mas foda-se.

Precisava organizar minha vida por um mês, então tinha que delegar funções.

Cada um já sabia o que fazer, no entanto queria deixar claro algumas coisas. Por isso, comecei a reunião de forma animada.

Queria tentar ser uma pessoa melhor, e pela forma que Kyle – o amigo daquele garoto que não conversava comigo há uma semana, só se fosse o essencial — me encarava, eu já sabia que ela estava vendo alguma diferença no meu modo de agir.

Sem contar que toda a semana que se passou, ele conseguiu organizar minha agenda, para que não tivesse compromissos importantes por um mês.

Depois que informei a todos o motivo da reunião, eles ficaram ainda mais chocados.

Mas fazer o quê? Michael Wheeler também precisava tirar férias não é mesmo?

Eu fazia isso quando era casado, por que não podia fazer agora depois de dois anos da morte de minha esposa? Ainda mais que eu precisava divertir minha filha.

Ou como dizia Will — o garoto que ainda me odiava — "deixar Anne viver".

Assim que terminei a reunião, fui saindo da sala, mas Kyle achou que era um ótimo momento para me chamar:

— Senhor Wheeler, podemos conversar? — Olhei para ele que me encarava, com um leve sorrisinho.

Eu queria ir embora imediatamente, porém o que podia fazer? Se eu ia tirar férias precisava saber o que meu secretário queria.

— Pode falar, Kyle.

Ele esperou que os funcionários se afastassem.

— Sei que ele está chateado, mas se de repente um chocolate aparecer na frente dele... Talvez Will volte a ser legal com o senhor.

Antes que eu pudesse responder para o secretário ir cuidar de sua vida, ele me lançou um sorriso e se afastou. Balancei minha cabeça, e desisti de repreendê-lo, ele só estava tentando me ajudar, não é mesmo?

Saí da empresa e no caminho passei em uma loja própria de chocolate. Se Will gostava de ser paparicado com doces, eu daria a ele, só para que voltasse a conversar comigo.

E malditas sejam as três semanas que passamos juntos. Eu sentia saudade de conversar com ele, de ouvir o seu falatório sem fim, a sua risada quando falava de algo engraçado. Porra! Podia não fazer muito tempo, mas até do seu beijo eu sentia falta, do seu corpo colado ao meu. Foi somente uma noite, mas parecia que nunca sairia da minha mente.

Comprei uma caixa de bombons com recheio de licor de cereja, uma caixa de barras de diversos sabores, e uma garrafinha de chocolate derretido.

Esperava que com isso eu pudesse ganhar ao menos um sorriso daquela boca fascinante, que ficava sexy demais com aquelas covinhas tentadoras.

Antes de voltar fui à outra loja, e comprei um ursinho para Anne, sabia que ela amava aquelas coisas, e estava louco para agradar minha filha.

O último que dei a ela foi o Stitch, que a garotinha amava. Agora iria ver se o famoso Pua — porquinho da Moana – a faria tão alegre quanto.

Cheguei em casa e vi ao longe que Will estava com um livro em sua mão, lendo para Anne que o encarava, enquanto estava sentada em seu colo. Não quis atrapalhar o momento, entrei em casa e levei os chocolates para o meu quarto.

Depois com o porquinho na mão voltei para o andar de baixo e chamei Mary até meu escritório.

— Pensei que o senhor havia ido para a empresa — comentou, assim que entrou e fechou a porta atrás de si.

𝘕𝘢𝘯𝘯𝘺 𝘐𝘯 𝘛𝘳𝘰𝘶𝘣𝘭𝘦 Onde histórias criam vida. Descubra agora