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Michael Wheeler

Lindo, perfeito, maravilhoso, inteligente, delicado, cuidava da minha filha melhor do que eu, simplesmente incrível.

Era assim que eu deveria me referir a Will. Ele era tudo isso e um pouco mais, como eu tive que precisar de uma pessoa desconhecida entrar na minha vida para mostrar que eu estava fazer tudo errado?

Ele usava com um sunga rosa, e Anne com um pequeno biquíni quase da mesma tonalidade, mas com desenhos.

Os dois estavam na areia fazendo — sem sucesso — um castelo de areia. Meu coração ainda estava um pouco disparado, por Anne estar tocando a areia que podia estar contaminada por várias bactérias. Mas como Will me disse no dia que chegamos à casa de praia:

Eu não devia me preocupar, pois ela era uma criança e precisava viver.

Comemoramos o aniversário de dois anos da minha filha aqui na praia, e ela parecia tão alegre. E foi pela primeira vez que o aniversário de Anne não ficou tão mórbido, pois em seu primeiro ano, eu só conseguia me lembrar de Hannah.

Não que eu não tenha me lembrado dela, mas foi com menos tristeza em meu coração.

Ela tinha sido o amor da minha vida, e sempre seria lembrada, só que agora finalmente estava conseguindo deixá-la descansar em paz.

Aquelas férias eram para isso, para que eu deixasse de ser bitolado e começasse a deixar minha filha curtir a infância dela.

E era nítida a alegria de Anne, ela sorria e em alguns momentos sujava Will de areia. As gargalhadas dos dois eram as coisas mais bonitas de se observar.

Por outro lado, eu estava em uma espreguiçadeira observando tudo de uma distância não muito longa.

Logo Will levantou-se da areia e estendeu a mão para Anne, que pegou de bom grado, depois que ela pegou seus brinquedos, vieram em minha direção.

— Quelo — Anne apontou para o coco que eu estava tomando a água.

Fiz um sinal para Camargo, um dos meus seguranças e logo chegou próximo a nós. Falei para ele pedir a Edith, — a governanta da casa de praia — para trazer mais duas águas de coco para nós e ele foi fazer o que ordenei.

— Já está vindo, meu amor.

Peguei-a e a sentei em meu colo, seu corpinho coberto de areia me fez ficar ainda mais nervoso, mas eu tinha que controlar aquela loucura. Depois que Anne estava tomando a água e Will também, ficamos observando o mar.

Os dias estavam sendo assim, curtíamos a praia e eu já até tinha liberado Will a entrar com Anne um pouquinho no mar, desde que depois ela tomasse um banho quentinho para não pegar um resfriado.

Ainda tinha que melhorar muito o meu lado maluco, no entanto até que estava indo bem.

Não podia esquecer que quando Anne dormia eu curtia a noite com Will, em cada canto da casa.

Não me lembrava de como aquele lugar tinha vários cantos para aproveitar, e todos eu aproveitava com ele. Nesses poucos dias que estávamos aqui, eu já estava me sentindo ainda mais ligado aquele garoto, e talvez eu já tivesse aprendido a viver com ele ao meu lado.

Talvez eu pudesse culpar o meu nível de carência que era alto demais, mas não era só isso.

Will era fascinante e esse era um dos maiores pontos por eu estar louco por ele.

Quando voltamos para a casa, ele deu banho em Anne, minha pequena caiu no sono rápido demais, e nem comeu. Estava exausta e era compreensível o quanto dormia rápido, era uma fase nova em sua vida.

𝘕𝘢𝘯𝘯𝘺 𝘐𝘯 𝘛𝘳𝘰𝘶𝘣𝘭𝘦 Onde histórias criam vida. Descubra agora