Capítulo 3: Pesadelo

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Elain



O vestido branco era realmente lindo.

Não sabia o porquê de o estar o usando, mas ele era tão lindo que não se incomodou. Carregava um buquê de lírios amarelos com as duas mãos, uma força e um nervosismo estranhos.

Estava em uma sala branca, vazia. Nem sequer um espelho tinha.

Estava assustada. Mas por quê?

⎯ Pronta? ⎯ Rhys apareceu, sorrindo para ela. Entrelaçou o braço dela no dele, como um cortesão que oferece um passeio.

Como se fosse levá-la a algum lugar.

⎯ Está na hora ⎯ falou, puxando-a com delicadeza para fora da sala em que estava. ⎯ Estão todos esperando.

⎯ Esperando o quê? ⎯ ela lembrou-se de perguntar.

Agora, estavam de frente para um par de portas entalhadas de madeira, lindas e exuberantes. Enormes. Amedrontadoras.

Um calafrio percorreu sua espinha quando ele sorriu.

⎯ Seu casamento, Elain.

O meu o quê?, ela pensou.

As portas se abriram e, quando olhou novamente para as próprias mãos, estavam acorrentadas. O buquê agora era de hortênsias vermelhas de pétalas podres.

O coração estava acelerado conforme era puxada pelo braço, os tambores tremendo o chão. Caminhava até um altar.

Um que ela não queria subir.

Estava descalça, percebera. E os pés estavam algemados, assim como as mãos.

Desespero tomou conta de seu corpo.

As pessoas levantaram dos assentos para vê-la passar. Mor sorria. Amren batia palmas discretas. Suas irmãs davam sorrisos de encorajamento para ela.

⎯ Esperamos por isso há tanto tempo, Elain ⎯ a voz de Rhys se fez presente novamente. ⎯ Finalmente vai aceitar seu destino. Ter o que merece.

As palavras eram bonitas, mas soaram agressivas quando ele disse. Como se ela estivesse caminhando para ser condenada à morte.

Cassian assentiu para ela quando passou por ele. Ao seu lado, havia uma cadeira vazia.

A única cadeira vazia do salão.

Os joelhos bateram com um baque surdo no altar quando ela foi empurrada. Os convidados começaram a cantar uma canção. Parecia ser de amor no começo, mas era a melodia mais macabra que já ouvira.

A linha alterada

Pode ser mudada

Se o corvo aceitar,

Será finalmente amada.

A besta sairá

E não pode ser contida

Revele o segredo

Nela escondida.

Seu corpo arqueou-se quando prenderam suas mãos e cabeça em um jugo de madeira. Olhando para cima o máximo que seus olhos permitiam, viu finalmente cor em todo aquele branco. Vermelho acobreado.

Lucien.

Não.

Não.

Não.

Corte de Encantos VibrantesOnde histórias criam vida. Descubra agora