❛ 𝟏 ⌗ 𝐴 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑓𝑎𝑙𝑒𝑖 ↺ ❛

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𔘓 ؛𝑠𝑡𝑎𝑦 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝑚𝑒, 𝑖 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑤𝑎𝑛𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑡𝑜 𝑙𝑒𝑎𝑣𝑒𓆸

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𔘓 ؛𝑠𝑡𝑎𝑦 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝑚𝑒, 𝑖 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑤𝑎𝑛𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑡𝑜 𝑙𝑒𝑎𝑣𝑒𓆸

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Eu nasci em uma manhã de verão, e morri em uma noite de inverno.

Fechada sob aquela sala, escura, vazia e pacata.

Respirando demoradamente, com calma e graciosidade. Porém por dentro, tão escura e pacata quanto o meu novo lar.

Mas não vazia. Nunca, em todo o complexo da minha vida, estive tão preenchida por dentro.

Não de terror, de medo, felicidade ou amor.

Mas preenchida dela.

Mortal, impiedosa e perversa.

Que além de fazer morada em mim, também é o motivo de eu estar largada aqui, nas frestas da escuridão, apagada pelo calor do frio.

Ás vezes acompanhada dele, ás vezes sozinha. Bem, meio sozinha.

Já que ela já me disse, baixo, mas direta, que mesmo após a morte, permaneceria dentro de mim.

Vagando não entre meus ossos e órgãos, mas entre a minha alma, penada e acabada, porém seu único lar.

Como eu agora, neste lugar, meu único lar.

A porta pesada de metal engenha ao ser aberta com certa cautela. Os passos ecoam baixos, mas em um ritmo acelerado e aguçado, o que de certa forma me impressiona.

Já que ele, independente do dia, sempre parece calmo e leve como uma pena sobrevoando o céu.

Seus passos chegam até o lado direito da cama, e sua sombra alta e robusta preenche o meu campo de visão, quando ele calmamente, deposita a bandeja de comida ao lado da pequena cômoda.

Não o olho diretamente, mas sinto os olhos escuros me fitarem por breve segundos, conferindo se estou viva, se continuo respirando e piscando meus olhos, mantendo viva dentro de mim aquilo que ele realmente preza.

Mas ele não vai embora como sempre faz. Muito pelo contrário, dessa vez examina a sua volta, girando um pouco os calcanhares para os lados, verificando mesmo na escuridão, cada canto daquele lugar.

E por um tempo breve, ele paralisa sua atenção em um lugar específico, e parece encontrar algo que o interessa.

- Aquela são as bandejas dos últimos dias? - sem querer, me arrepiei.

Eu escutei pouco sua voz, grave e um tanto expressiva, com um charme e lascívia natural de seu próprio tom.

Mas escutei o suficiente para grava-la em minha memória, como um mantra, que eu não conseguia decidir se era aterrorizante ou não.

𝐀𝐩𝐨𝐜𝐚𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞, 𝑺𝒖𝒈𝒖𝒓𝒐 𝑮𝒆𝒕𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora