❛ 𝟏𝟑 ⌗ 𝐴 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑎 𝑠𝑜𝑟𝑟𝑖𝑢. . ↺ ❛

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𔘓 ؛𝑠𝑡𝑎𝑦 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝑚𝑒, 𝑖 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑤𝑎𝑛𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑡𝑜 𝑙𝑒𝑎𝑣𝑒𓆸

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𔘓 ؛𝑠𝑡𝑎𝑦 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝑚𝑒, 𝑖 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑤𝑎𝑛𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑡𝑜 𝑙𝑒𝑎𝑣𝑒𓆸

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𓆩♡𓆪

Eu nunca pensei muito em como morreria.

Na verdade, eu nunca pensei em nada sobre o assunto.

Ao preço de minha juventude, eu apenas vivi o melhor da vida enquanto pude, nada muito fora do normal. Desde a adolescência nunca tive uma lista imensa de vivências, mas sempre tive uma realidade calma a pacifica, uma vida que não era empolgante e desafiadora, mas que eu não me importava em apenas prosseguir assim.

Quando estávamos naquele carro, meus pais nos bancos da frente e eu sozinha atrás, eu não senti nada, não tive aquele presságio de morte ou um arrepio me subindo pela espinha.

O acidente foi tão do nada quanto meus pensamentos intrusivos sobre a morte.

Naquele milésimo de segundo eu pensei pela primeira vez de verdade em como morreria. Enquanto o carro capotava para fora do acostamento e caia sobre o mar.

O desespero ao notar que meus pais haviam desmaiado desde o primeiro impacto e de que eu estava presa no veículo que segundo a segundo estava mais perto de se tornar um grande aquário.

Meu corpo preso ao cinto se segurança e o pânico de assistir a água subindo nublando meus pensamentos.

Minha voz gritando por meus pais, o desespero de os ver afogando ainda desmaiados bem diante dos meus olhos.

E então meus pulmões perdendo o fôlego no último instante de vida que me restava.

Eu apenas desmaiei, minha cabeça não me levou a lugar nenhum e não teve um pós-morte. Tudo foi apenas silencioso e pacifico, como um profundo sono.

Mas na hora em que abri os olhos pela primeira vez após jurar que acordaria no inferno, céu ou coisa do tipo, eu apenas estava em um hospital.

Os médicos me refutando quando eu disse que não tinha saído do carro, falando que o trauma deve ter me feito esquecer, mesmo que eu me lembre com exatidão do momento em que o sufocamento me corroeu.

"Te encontramos jogada contra a costa". Foi o que a equipe de salvamento me disse, garantindo que os únicos presos no carro eram meus pais.

Eu nunca soube absorver muito bem essa informação, mesmo hoje anos depois.

Eu os assisti morrer bem diante dos meus olhos enquanto estavam vivos, e ao menos tenho ideia de como salvei minha própria vida.

Esse sempre foi um sentimento que me atormentou.

No mês seguinte ao acidente eu já não conseguia mais comer, dormir ou levantar da cama, sentia-me sufocada só por estar viva, a saudade e o luto me sentenciando a um destino ainda pior.

𝐀𝐩𝐨𝐜𝐚𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞, 𝑺𝒖𝒈𝒖𝒓𝒐 𝑮𝒆𝒕𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora