"Na maioria das vezes eu não sei onde você está.
Não sei para onde vai quando me olha com esses olhos tão frios, mas que de algum jeito se tornaram o único ponto brilhante em minha vida.
Não sei para onde vai quando diz que me ama, mas me machuca...
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𔘓 ؛𝑠𝑡𝑎𝑦 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝑚𝑒, 𝑖 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑤𝑎𝑛𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑡𝑜 𝑙𝑒𝑎𝑣𝑒𓆸
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𓆩♡𓆪
Enquanto durmo sonho com minha família.
Minha mãe amorosa e seu lindo sorriso, meu pai amável e seus braços que eram meu porto seguro, e meu irmão, Usui, a única parte que sobrou depois que tudo se tornou caótico.
Volto a aqueles dias praticamente toda vez que durmo. Em meus sonhos, posso abraça-los, tudo está normal, ninguém está morto, ninguém está machucado e eu não fui sequestrada.
Mas então eu abro os olhos, minha ilusão se desfaz perante mim em um estalar de dedos, e eu estou no meio de uma trama que não escolhi participar, com pessoas as quais nunca vi, mas que de alguma maneira se tornaram minha única companhia.
Tem uma maldição no meu corpo há uma semana, há outra que sempre tagarela os piores tipos de maldades quando me vê e um feiticeiro que é o mais calmo, mas o pior de todos. E eu não faço a mínima ideia do que todas essa coisas significam.
Não sei principalmente o que estou fazendo deitada em uma cama macia e não em um colchão jogado nos fundos de um porão, não sei para onde minhas roupas foram e nem porque de repente tudo está quente.
E com certeza não sei o motivo que leva ele estar aqui.
- Você finalmente acordou – sua voz é a primeira coisa que escuto, tão fria e tão distante, mesmo que ele esteja sentado na poltrona ao meu lado.
Geto se camufla no quarto escuro com suas roupas pretas, o cabelo mediano está preso como o usual, os olhos pesam sobre mim, me avaliam cuidadosamente enquanto deixa escapar com suspiro cálido.
Busco na minha memória o que me levou a essa situação, e me lembro de Tamya, vibrante na minha frente enquanto fechávamos um pacto feito completamente sobre pressão, me lembro do como perdi a consciência e achei que finalmente tivesse morrido.
Mas bem, a realidade é um tanto mais precária do que eu gostaria.
Me sento contra a cabeceira, puxando os cobertores para cima do meu corpo, vejo que visto uma grande camiseta preta, que parece masculina, também sinto um aroma adocicado emergir do meu corpo e noto então que alguém me deu banho e me trocou enquanto eu estava apagada.
Levanto a cabeça e me atrevo a encará-lo.
Foi ele?
- Como está se sentindo? – apesar da pergunta poder significar preocupação, a expressão de desdém entrega que realmente não se importa.
Fico em silêncio e isso parece o irritar, visto que revira os olhos.
- Pensei que você não era muda – levanta uma sobrancelha e eu engulo seco – Tive um trabalhão tendo que cuidar de você e vou exigir algumas respostas em troca – ele se apoia em seus joelhos, inclinando-se para frente – A maldição dentro de você... Você conversou com ela... Não conversou?
