14. Cocos são melhores que caixões

103 16 0
                                    

Depois que deixaram a Cidade das Termas de Jasmim, continuaram para o sul onde a temperatura aumentava um pouco e os ventos ficavam mais fortes por causa do clima mais seco. Contudo, Li Yue preferia andar pelas estradas do que voar nas espadas ou na vassoura. O Ex-Luar Branco queria ver tudo enquanto ainda pudesse.

Gostava da brisa contra seus cabelos, do sol na sua pele e do barulho que seus pés faziam na terra cercada por plantações e florestas. Então, ele avistou algo incrível e desceu com os pés ligeiros da estrada.

— Olha só, Wen Tao! Quantos cocos! — Li Yue correu para os coqueiros e pegou dois cocos — Eles não tem fim! — Ergueu as frutas. — É muito coco! E tem água! — Sacudia-os sem parar enquanto ria.

— Você é muito idiota — Wen Tao estava de braços cruzados nas margens da plantação — Feliz com essa bobagem?

O adolescente não entendia, Li Yue veio de um lugar muito frio onde coqueiros eram impossíveis, por muitos anos acreditou que cocos eram ficção, nem mesmo na cidade imperial viu as frutas. Ver que elas existiam de verdade era mais que incrível!

— Pensa rápido! — Li Yue gritou.

Um coco veio em velocidade absurda na direção de Wen Tao que desviou no último instante. A fruta bateu em um coqueiro com tanta força que vários cocos caíram no chão.

— Por que jogou um coco em mim?! Poderia ter me matado!

— Mas eu disse "pensa rápido" — Li Yue falou como se isso justificasse tudo.

— Céus, você é pior que meus irmãos. Por que está tão empolgado com isso?

— É uma fruta com água dentro!

— Sim, todo mundo sabe disso.

— Li que os povos do sul abrem eles com os dentes.

— Com certeza, isso é mentira... o que você está fazendo?!

Li Yue, após quase quebrar todos os dentes da boca, percebeu que não era tão habilidoso quanto os povos do sul.

Ele puxou a faca de dentro da manga e começou a descascar o coco.

— Por que você é tão maluco? — Wen Tao reclamou. — Por que está desperdiçando uma faca tão boa? Não vê que ela não é para isso?

— Uma faca é uma faca — Li Yue não entendia a linha de raciocínio que fosse o contrário. Do que adiantaria ter uma faca se não fosse para usar?

— É uma arma refinada demais para abrir um coco. Não vê o desperdício?

— Qual desperdício? — Li Yue batia o gume na casca que ia despedaçando — Lâminas foram feitas para cortar.

— Mas isso é um coco.

— Ora, se a adaga consegue cortar um coco, ela corta qualquer coisa. Olha! Água!

Wen Tao observou a adaga, era um objeto refinado de alto nível e feita de pura prata. A lâmina combinava com os olhos de Li Yue e no punho dela havia uma pedra dourada de energia. Extrema qualidade. Wen Tao perguntou desconfiado:

— Onde você conseguiu essa arma?

De repente, Li Yue parou. Ele abriu a mão e por inteiro viu a arma na sua palma. Carregava-a há tantos anos que sua origem, apesar de jamais esquecida, não importava tanto. Ela era muito mais dele do que qualquer outra coisa.

— Ganhei de presente. — Li Yue pegou outro coco para descascar. Estava bom nisso.

— De algum amigo rico? — Wen Tao sempre tinha essa impressão de que alguém tão excêntrico e sociável quanto Li Yue devia ter os mais diversos amigos.

O EX-LUAR BRANCO DÁ UMA VIRADA!Onde histórias criam vida. Descubra agora