O EX-LUAR BRANCO DÁ UMA VIRADA!

18. Que belo cenário para lembranças!

Quando o imperador voltou ao palácio seguido de sua comitiva e do seu Primeiro-Ministro, seu primeiro gesto foi manter o cerco ao Palácio Leste, precisaria de qualquer pista sobre sua imperatriz desaparecida.

Ele não cumprimentou ou recebeu as boas-vindas de ninguém que sabia da sua parte, foi direto para o Palácio Leste e quando cruzava os jardins para entrar na construção, uma leve brisa trouxe o aroma dos pêssegos maduros para o seu nariz.

Olhou para cima e viu as frutas prontas para serem colhidas com apenas um movimento entre as folhas brancas como a neve. Aqueles pessegueiros eram especiais iguais aos que havia na seita do Jasmim Duradouro, mandou trazê-los de lá especialmente para Li Yue que adorava-os na tentativa de agradá-lo.

O vento fez as folhas dançarem novamente e um fruto caiu, He Ruocheng segurou-o e lembrou de quando conheceu seu ex-luar branco.

***

A primeira vez que viu Li Yue foi no mínimo peculiar.

He Ruocheng conseguiu escapar dos chutes e escondeu-se dentro da pequena dispensa de madeira onde a seita guardava a lenha cortada. Suas mãos sangravam e todo seu corpo doía por causa dos pontapés.

Sabia que não estava seguro por muito tempo, aqueles garotos logo cercaram a cabana e começaram a bater na porta com força.

— Sai daí, Ruocheng! Está com medo dos seus amigos? — Song Qingshan riu e depois chutou a porta para arrombá-la.

Qingshan era realmente um cretino jovem mestre de segunda geração, os outros garotos que o seguiam como capangas também começaram a chutar a porta que não duraria muito. Ruocheng sabia que se fosse pego lá dentro a chance de sair inteiro era mínima, procurou ao redor por alguma alternativa, não conseguiria lutar contra todos eles só de uma vez, Qingshan não deixou passar a derrota no treino de hoje e nem ter perdido a arma espiritual que queria para ele.

Ruocheng encontrou uma pequena janela logo no topo de uma pilha alta de lenha cortada, escalou e espremeu-se para passar pela abertura. Caiu no chão do outro lado de joelhos e logo se levantou correndo.

Por que Qingshan não podia deixá-lo em paz? O que fez contra ele? O jovem mestre era de uma família de cultivadores muito rica, poderia ter a arma espiritual que quisesse sem qualquer problema! Por que implicar justo com essa?

— Ele está correndo para o bosque! — um dos cúmplices gritou avisando os outros.

Ruocheng acelerou a passada e correu com mais força, mas era impossível despistar todos, eles eram muitos e vinham atrás dele velozes como cavalos prontos para pisoteá-lo.

Os pessegueiros brancos estariam em completo silêncio se não fosse pela horda de garotos gritando, Ruocheng olhou para trás e eles estavam mais perto a cada segundo. Quando virou de frente quase bateu no tronco de um pessegueiro.

A gangue de Song Qingshan cercou-o, eles estavam com sorrisos maliciosos e estalavam os dedos prontos para lhe darem uma sova inesquecível.

— O que você vai fazer? — Qingshan riu. — Tentar se defender?

Ruocheng sabia que era inútil, mas colocou os punhos na frente do corpo mesmo assim.

Qingshan riu de novo e acenou para um dos seus comparsas. O menino avançou estalando o pescoço, Ruocheng deu um passo para trás e suas costas tocaram a árvore.

O garoto levantou o punho para atingir Ruocheng quando algo branco caiu da copa, assustando a todos. Primeiro, Ruocheng pensou ser um galho, mas quando a coisa ficou de pé, viu que era um garoto com os mesmos robes brancos de discípulos que eles.