Capítulo 27 - O Advogado

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Algum tempo antes...

Alê:

Eu digito a senha da porta e ao entrar no quarto Dark, eu convido Kihyun para se sentar.
O quarto 1 tem a estética vampiresca, tudo negro e com detalhes vermelho sangue.
Mas a decoração do quarto é o que menos importa para nós dois, por motivos bem diferentes.

Ao me curvar para pôr minha bolsa numa pequena mesa perto da cama, sinto os braços de Kihyun me envolvendo por trás.
Sem querer falar muitas palavras, Kihyun move os meus cabelos para o lado, para assim explorar o meu pescoço.
- Perfume delicioso... - Diz ele me virando para me beijar.
- Ei, não te chamei pra isso!
- Não? - Pergunta ao me soltar imediatamente.
- Claro que não!
- Então pra quê?
- Para conversarmos de forma tranquila e discreta. Não vou esperar até segunda-feira para saber o motivo daquelas suas perguntas e de seu comportamento esquisito comigo.
- Já falei que gostei de você?
- Espera, isso foi mais um teste?
- Talvez sim, talvez não, quem sabe... - Responde ao se sentar confortavelmente na cama.

Franzindo a minha testa, eu pergunto
- Me tire uma dúvida, se tivesse te chamado pra transar, transaria comigo?
- Lógico, falei que você me atrai.

Sorri incrédula.

- Você é inacreditável!
- Daqui a pouco estará acostumada com nossas formas de agir e falar... Ambiguidade, sarcasmo, ironia, ir direto ao ponto, sem pudores, sem perda de tempo e etc, só para começar!
- Ok, então vou falar na maneira que vocês falam... O quê você tem contra mim?
- Eu? Nada, por enquanto nada.
- E por quê estes testes sem sentido?
- Sentido eles têm e os faço pelo motivo que te expliquei.
- Pela segurança de Sol?
- Mais do que isso, de todos nós... Inclusive a sua.
- Ainda nem assinei o contrato.
- Ah docinho, desde o momento que você e suas amigas se envolveram com os nossos, correm perigo.
- Acredite, se eu soubesse a dor de cabeça que iria ter, nem teria entrado no Shadow's Cat Bar!
- Acredito em você, eles que erraram em baixar a guarda. Eles não me ouviram e agora estamos aqui, tendo esta conversa.
- Que perigos são esses Kihyun?
- Tina deve ter falado sobre os tipos de clientes que temos aqui.
- Falou sim.
- Neste meio fazemos muitos amigos e também muitos inimigos.
- Está tentando me fazer desistir do emprego?
- Querendo ou não, não pode mais voltar atrás. - Kihyun pega sua mão e a puxa para mais perto - Não é apenas um emprego... É a sua segurança para continuar viva e também de suas amigas.

Eu o olho confusa, mas dentro de mim, sinto que ele está falando a verdade e ouço o que Kihyun continua dizendo.
- Não foi só por isso que querem te contratar, realmente a Tina precisa de seus serviços.
- Depois do que houve entre Yoon e eu, esperava que ela me expulsasse daqui, mas para minha surpresa, me tratou super bem e me pareceu ser confiável e muito forte.
- De fato ela é, mas nem sempre quando alguém é resistente significa ser forte... Sempre vi Tina quase como um saco de boxe, que aparentemente foi criado para levar socos e chutes, portanto resiste à muita coisa. Mas como tudo nesta vida, uma hora não aguenta mais. Se rasga, se parte, se quebra e não serve mais. Mas eu disse quase como um saco de boxe, porque ela é diferente.
É quando ela desaba e se perde de si mesma, que se reencontra e renasce!
- Eu não sei exatamente tudo que ela viveu com Yoon, mas o pouco que sei... Já posso dizer que eu não teria suportado.
- As feridas expostas, que sangram, essas todos vêem. Mas as de dentro, lá no fundo... Só sabem as que vivem. Os dois tem suas diferenças e ao mesmo tempo suas semelhanças, ambos escondem suas dores e fazem mal a si mesmos à sua maneira. Confesso que eu mesmo já senti vontade de dar uma surra nos dois, mas é tudo no seu tempo, em algum momento vão se entender. Eles se merecem... - Diz pensativo - Se um é a doença do outro, na mesma medida ou até maior, são a cura também.
- Torço para que se entendam, afinal uma criança está à caminho. - Digo ao me sentar ao seu lado e pergunto
- Vocês não tem segredos uns com os outros? Pergunto isso, porque vocês parecem sempre estar sabendo de tudo e de todos.
- Todos têm os seus segredos Alê, mas tudo que envolve isso aqui, temos que saber... Faz parte do nosso trabalho guardar grandes segredos, como deve imaginar.
- Tina me contou sobre os tipos de clientes, por alto.
- Vivemos num risco constante e para termos uma certa tranquilidade, somos rígidos nas escolhas de novos funcionários.
- Vai estar no contrato de trabalho algum tipo de seguro de vida, né? - Sorri, mas ao perceber a mesma expressão séria em Kihyun, o meu sorriso foi embora - Estava brincando, mas tem mesmo?
- Tem.
- Minha nossa.

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