Capítulo 8: Eva

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Lauren se direcionou aos aposentos que Ruby lhe concedeu, retirando as peças estragadas do traje de luta segundos após passar pelas portas

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Lauren se direcionou aos aposentos que Ruby lhe concedeu, retirando as peças estragadas do traje de luta segundos após passar pelas portas. Um banho de sal havia sido preparado para ela, que suspirou aliviada ao se deitar na água quente, que envolvia seus ferimentos e começava a cura-los.

Garantiu de desfrutar daquele momento antes de encarar seu desafio particular: Eva.

Lavou seus membros rígidos e aos poucos o sangue seco sobre sua pele fora se misturando com a água quente da banheira, enquanto ela usava suas forças vitais para se remendar em um processo de cura. Os pequenos ferimentos foram se transformando em sombras sobre sua pele macia, desaparecendo enquanto os banhava.

Lauren tocou gentilmente a serpente esculpida em seu torço, que envolvia seu ossinho como se estivesse enrolada em um galho, parecendo prestes a sair de sua pele a qualquer momento. Aquela pintura era a personificação de sua alma. Venenosa, porém contida. Monstruosa, mas delicada. A Dama Negra está ciente de que representa o ciclo da vida e do tempo, a continuidade, o infinito, a criação, a destruição e a ressurreição. Ela sabe que é um símbolo de renovação, do nascimento e da morte. Tudo o que se estabelece em cada partícula de seu corpo. Consegue sentir, não só pela serpente cravada em seu torço, mas pela que rege dentro de si como uma força única.

A Rainha das Trevas é o poder e o fracasso, é a fertilidade e a praga que a condena, mas também é a esperança, assim como a tentação.

Tudo o que se tornou é em decorrência de como fora criada. Não veio da costela de um homem, veio da terra e de tudo o que a germina. Aquela serpente estampada em sua pele também representa isso, algo que nem mesmo o Criador poderia tirar dela.

Na hora de se vestir, a soberana suspirou em desânimo, observando os vestidos e túnicas simplórias que Ruby mandou que trouxessem a ela. Anotou em sua cabeça que pediria para que alguma tecelã fizesse roupas sob medida, em seu estilo, mais especificamente.

Depois de um debate interno, escolheu um vestido vermelho sangue que mais chegou perto dos modelos que costumava usar em seu reino. Ele possuía uma expessa camada aveludada, cortes diagonais que iam até seus pés, mas deixavam suas coxas expostas ao andar. Não possuía pedrarias, mas o decote em V caia bem em seu corpo, deixando a curva de seus seios a vista e uma pequena fagulha de sua serpente despontava em sua pele alva. O caimento era perfeito para seu quadril largo e valorizava seu traseiro. A soberana prendeu as abotoaduras nos ombros, que formava um túnica suave sobre suas costas. Ela prendeu os cabelos em um coque despojado antes de sair do quarto, garantindo que sua aparência estivesse impecável.

Apesar de não se lembrar de quem era, queria que Eva gravasse sua imagem na mente, da beleza que moldava seus olhos verdes e seu corpo bem estruturado, pois não tinha dúvidas de que talvez isso a despertasse da ilusão que o Deus hebreu a manteve por tanto tempo. O desejo sexual e a libido era uma porta para o autoconhecimento, Lauren sabia bem disso.

 O Coração da Serpente [CAMREN]Onde histórias criam vida. Descubra agora