Capítulo 2 | Que os jogos comecem

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Você e Wednesday tinham constume de acordar cedo e hoje não seria diferente. Em plenas 5hrs da manhã as duas já colocavam os seus uniformes, após tomarem banho. Enid ainda dormia tranquilamente em sua cama, soltando leves suspiros de vez em quando. Você e sua irmã calçaram seus coturnos pretos e saíram para explorar aquela tão estranha escola antes das aulas começarem.

As aulas só começariam às 7hrs, então ainda tinham tempo até lá. Começaram por um corredor sinistro logo abaixo do prédio Ophelia, a escuridão as chamando cada vez mais a fundo no corredor.

Você sentiu seu sangue gelar com o arrepio que percorreu sua espinha e agarrou rapidamente a mão de sua irmã, indicando que algo estava errado. Vocês olharam em volta cautelosamente, procurando por algo que explicasse o arrepio que você sentiu. Ao longe, forçando um pouco mais os olhos, você pôde ver um quadro com olhos vermelhos brilhante olhando para você. Você soltou a mão de Wednesday e apontou para o quadro, querendo que ela o visse.

Se aproximaram cautelosamente, calculando cada passo que deram. Chegando perto do quadro poderam destinguir a figura de uma mulher ali pintada ao lado de outra mulher, essa última mais alta e mais pálida. Não pôde deixar de pensar que a primeira mulher lhe era familiar, os olhos vermelhos olhando para você. Você sentiu alguém lhe cutucando e olhou para o lado apenas para perceber ser sua irmã.

—É você, Sn!— apontou para a mulher de olhos vermelhos.

Seus olhos se arregalaram, estudando o quadro e a mulher mais cuidadosamente. Sua irmã estava certa, de fato aquela mulher ali era idêntica a você. Você ficou sem reação, sentindo um calafrio percorrer todo o seu corpo ao olhar para a segunda mulher no quadro. Eram os melhos olhos azuis e lábios vermelhos escarlate que você vem sonhado nos últimos meses, seria possível?

Você certamente não acredita em vida após a morte, muito menos em reencarnações mas não podia negar que aquela seria a única explicação para aquele quadro de aparência tão antiga estar ali na escola. Seria realmente uma coincidência imensa você estar em um quadro junto da mulher que parecia ser sua diretora.

Você sai de seus devaneios, puxando Wednesday para fora dali com um puxão no braço. Vocês percorreram aquele corredor escuro a passos rápidos, querendo se afastar o mais rápido possível dali.

Você olhou para o relógio vendo já estar na hora do café da manhã.

Como pode ter passado tão rápido? Você se perguntou.

Você e sua irmã foram ao refeitório o encontrando já lotado de pessoas. Vocês odiavam pessoas, muito mesmo. Infelizmente você não conseguia passar o dia sem sua dose diária de um café tão amargo quanto sua alma. Passaram por todas as pessoas pegando duas xícaras de café preto, puro e sem açúcar. Se sentaram em um canto isolado no Quadrado para conversar sem intromissões.

—Você viu como os olhos da mulher no quadro brilhavam em vermelho? Estou com um mal pressentimento e não é dos divertidos— você disse logo após tomar um longo gole do seu café.

—Sim e a mulher ao lado dela se parecia muito com a Diretora Weems— Wednesday disse olhando em seus olhos negros.

—Você acha que a Diretora tem algo a ver com isso?— você olhou ao redor, seus olhos se conectando com os da dita mulher.

Outro arrepio percorreu o seu corpo, dessa vez um bom. Você sentiu seu corpo se aquecer ao notar o sorriso suave que ela direcionava para você, lutando para esconder as bochechas vermelhas. Seus olhos se desconectam ao uma voz estridente se fazer presente.

—Olá amigas!—Enid passou os braços nos seus ombros lhe fazendo estremecer com uma careta no rosto— Oh certo, sem contato físico.

Enid se afastou de você rapidamente, sem a intenção de lhe incomodar. Você voltou seus olhos para a figura alta da diretora apenas para a encontrar já olhando para vocês, uma expressão estranha no rosto.

—Eu tenho que ir— você se levantou da mesa com pressa, passando pelas grandes portas e saindo do Quadrado.

Você voltou para seu quarto e pegou o livro com uma antiga capa surrada que sua mãe havia lhe presenteado a muito tempo. Percorreu as páginas até encontrar o que procurava: almas gêmeas. Segundo o livro, as almas gêmeas foram feitas uma para as outras e duram por muitas vidas, indo muito além do que conhecemos. Os laços das almas gêmeas não podem ser rompidos e são mais fortes que qualquer coisa que já existiu.

O destino nos uniu | S/n Addams/Larissa WeemsOnde histórias criam vida. Descubra agora