Para a surpresa de Rittha, os hotéis da região eram muito mais caros do que ela imaginara e o dinheiro que economizara dos trabalhos em Nhyrra de nada iriam servir.
"O jeito será ir atrás de trabalho..." Thai havia dito com tristeza na voz ao ver a moeda de seu povo convertida na de Darth.
"Uma miséria!" e "Eu sou quase um médico." Reclamou Bellamy frustrado após meses trabalhando para, ao final, ter suas economias reduzidas à metade.
"Que ridículo! Vamos nos sacrificar para salvar esse povo impuro, que nos fez mal no passado, devastaram nossas terras e, além de oferecerem uma recompensa miserável à guilda, se consideram um país tão superior ao ponto de converterem nossa moeda a metade do valor da deles!?" Elliyonore bufou.
"Então... Significa que estão pagando um terço do valor que aparece na qualificação de recompensa?" Rittha havia perguntado ao irmão.
"Isso não é da nossa conta. Vamos levar esse problemático e resolver as coisas antes que isto se torne um problema para Nhyrra." Lance os repreendera mas de nada adiantou pois o grupo continuou carrancudo.
"Isso não é justo!" Pensou Rittha, de mau humor. "Estamos ajudando e eles nem sequer nos compensam com um único obrigado." Resmungou a moça ao passo que buscara um CityCar para tentar encontrar um pouco de sorte em uma imobiliária.
Ao finalmente chegar em uma que possuísse imóveis mobiliados, Rittha deparou-se com preços melhores e um grande leque de variedades. Porém teve de burlar as regras do irmão e seduzir a atendente com um simples feitiço de empatia embutido em um anel, pois para alugar um imóvel na cidade era preciso preencher vários quesitos, dentre eles: estar trabalhando na cidade a, pelo menos, um ano e ter comprovantes de endereço em seu nome.
E, sem ter nenhum ou outro, Rittha não viu outra alternativa. A moça logo mostrou-lhe vários imóveis e dentre eles, um chamou sua atenção. Era uma casa velha de móveis rústicos, jardim mal cuidado e pintura rachada, mas Rittha sentiu a presença de um Huminus-Nhyrraera na região. O que fora o suficiente para ela não pensar duas vezes e alugar o imóvel.
Para sua tristeza, o dono do local era um homem velho e maltratado pela vida desde muito cedo, perdeu a esposa a alguns anos e o luto não o fizera bem, o melhor amigo que vivia na casa da frente morrera a pouco tempo e só deixara uma filha adotiva que não era lá muito sociável.
Ele queria três alugueis adiantados e a garantia de que ficaria, pelo menos, um ano. Caso contrário, deveria pagar uma multa. Também exigiu que a casa fosse limpa, pintada e que nada fosse destruído ou estragado no decorrer do contrato.
O que frustrou Rittha ainda mais.
"A filha dele era barulhenta quando estava com amigos e costumava virar a noite vendo filmes de horror com o volume bem alto, pelo menos uma vez ao mês e nem sequer costumava dar explicações sobre essa bagunça. Certa vez, a vizinha da casa ao lado chamou a polícia, já era a terceira ou quarta vez em um ano. Eles apenas conversaram com um rapaz que nem os convidou a entrar e ver o que estava acontecendo e foram embora." Reclamou o idoso. "Os policiais pareciam estar enfeitiçados, ou algo assim."
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A Ilha da Lua - Livro I
Hombres LoboA muito tempo atrás, duas grandes nações estavam indo a falência devido a uma guerra cujo já durava 20 anos. As nações eram separadas pelo mar e, em meio a isto, havia uma pequena ilha com um povo que tentava sobreviver sozinho. Constantemente a ilh...