Naquela semana, Giovanna e Alexandre foram se falar novamente somente na Quarta-feira quando o jogador e seu agente apareceram no estúdio.
Amora e Otaviano não faziam ideia do que havia acontecido no fim de semana, então, quando Giovanna viu Alexandre atravessando o corredor em direção ao seu camarim, forçou um sorriso.
— Gio! Olha quem veio te ver. — Amora sorriu.
A morena encarou Alexandre.
— Oi. — Ela falou seca e se virou para Otaviano. — Oi, Ota. Tudo bem? — Ela cumprimentou, notavelmente mais simpática.
— Olá, Gio. Estou ótimo, e você?
— Bem também.
— Bom, vamos deixar vocês á sós. — Amora disse, puxando Otaviano. — Preciso te apresentar uma pessoa. — A loira disse animada, dando as costas para o "casal".
Giovanna entrou em seu camarim e Alexandre a seguiu.
— Está com muito trabalho? — O jogador respondeu, encostando a porta.
— Uhum. — Ela respondeu, ainda de costas para ele, enchendo uma xícara de chá.
Alexandre passou a mão no cabelo e suspirou.
— Desculpe não ter te ligado, ou..— Ela o interrompeu.
— Não é porque transamos que você me deve satisfação. — Giovanna falou, se virando. Pegou seus papéis e a xícara, passando por ele.
Alexandre levantou as sobrancelhas.
— Não é essa a questão, Gio. — Ele enrugou o nariz. — Sei lá. É estranho.
Giovanna cruzou os braços, ainda segurando a xícara.
— O que é estranho? Você ter o mínimo de noção?
— Você acabou de falar que eu não te devo satisfação.
A morena revirou os olhos.
— E você disse que iríamos almoçar juntos, que me ligaria depois.. — Ela citou.
— Não foi proposital, Giovanna! Eu preciso trabalhar, não foi por causa disso que nós entramos nisso? Por causa da nossa reputação?
Ela assentiu.
— Tá, então, por bem da nossa reputação, eu acho melhor você não ir mais para a minha casa.
Alexandre fez careta.
— O que o cu tem a ver com as calças? — Ele cruzou os braços.
— Tudo, ué. — Ela disse, como se fosse óbvio. — Se você não tivesse ido para a minha casa, nós não teríamos transado.
— Se você não estivesse chateada por causa do namoro da sua mãe, eu não teria ido para a sua casa. — Alexandre rebateu, indo em direção dela. — Não se esqueça que foi você que me ligou e ainda sugeriu ir para a minha casa.
— Eu estava emotiva.
Alexandre riu.
— Nem vem. — Ele disse.
— Foda-se quem teve iniciativa, Alexandre. O importante é o pós! Você nem cogitou em ficar comigo.
Alexandre juntou as sobrancelhas.
— Agora você lê mentes? — Ele continuou a diminuir o espaço entre eles. — Eu queria ter ficado, Giovanna, mas eu tenho que ter responsabilidade com meu trabalho.
Ela balançou a cabeça.
— Você estava com aquele teu colega. — A morena cruzou o braço.
Na realidade, ela não tinha certeza daquela informação. Apenas fazia sentido na cabeça dela ele ter feito um after com o cara que parecia ser bem próximo dele pós reunião para não ligar ou aparecer na casa dela.
— Esse não é o X da questão.
Giovanna sorriu irônica.
— Você saiu para beber com ele?
— Giovann..
— Então, preferiu beber com o teu amigo do que voltar para a minha cama? — Ela perguntou, meio abismada e Alexandre bufou.
— Não é bem assim..
— É assim sim. — Ela falou, passando por ele. — Não me liga e nem apareça em casa.
Alexandre abriu os braços.
— Porra! Aí você me fode.
Ele reclamou e Giovanna deu de ombros, saindo do camarim.
Alexandre se jogou numa das poltronas, bufando.
— E Giane ainda acha que eu gosto dessa mulher. — Ele falou consigo mesmo, balançando a cabeça.
[...]
Mais por ordem de Otaviano do que por vontade própria, Alexandre permaneceu no estúdio até a última gravação de Giovanna.
Perto das 19h, a morena apareceu novamente no camarim, onde Alexandre parecia muito entretido em fuçar seus itens de maquiagem na penteadeira.
— Tira a pata daí. — Ela mandou, o assustando.
— Meu Deus.
— Tá fazendo o que ainda, Alexandre? Você não tem trabalho, não? — Ela ironizou, o que o fez revirar os olhos.
— Otaviano mandou eu ficar para te esperar.
Ela assentiu.
— Já pode ir.
Alexandre bufou.
— Gio, para de graça, vai. — Ele pediu, e ela se sentou na frente do espelho. — Estávamos tão bem esse fim de semana, pra que estragar isso?
— Faça essa pergunta para si mesmo!
Ele assentiu.
— Vamos tentar de novo? — Ele pediu. — Eu juro que tento diferente.
Ela o olhou por cima do ombro.
— No momento estou muito irritada contigo para tomar alguma decisão. — Ela falou, prendendo o cabelo num rabo de cavalo de qualquer jeito. — Então, não.
Alexandre se apoiou na penteadeira, a observando.
— Tá, então, termina aí que a gente vai lá pra casa e você se decide. — Ele cruzou os braços.
Ela o olhou.
— Você me ouviu?
— Sim, e eu vou te ajudar a fazer tomar uma decisão. — Ele deu de ombros. — Anda logo que eu tô com fome.
Giovanna voltou a tirar a maquiagem, e o silêncio se instalou.
Quando ela terminou, tirou a roupa da caracterização e vestiu a sua própria.
Alexandre a assistiu fazer aquilo sem incômodo algum, se perguntando como ela conseguia ficar ainda mais bonita após uma tarde toda de trabalho.
— Veio com seu carro? — Ele perguntou quando notou que a moça havia acabado.
— Sim.
— Olha só, que ótimo. — Ele sorriu, se levantando. — Vim de carona com Ota, então, podemos ir direto para a minha casa.
Giovanna levantou as sobrancelhas.
— Não vou para a sua casa.
Alexandre sorriu de lado.
— Vai sim, Gio. — Ele pegou a bolsa dela, e beijou o canto da boca dela.
— Vamos.