quatorze

2.3K 173 128
                                    

Naquela semana, Giovanna e Alexandre foram se falar novamente somente na Quarta-feira quando o jogador e seu agente apareceram no estúdio.

Amora e Otaviano não faziam ideia do que havia acontecido no fim de semana, então, quando Giovanna viu Alexandre atravessando o corredor em direção ao seu camarim, forçou um sorriso.

— Gio! Olha quem veio te ver. — Amora sorriu.

A morena encarou Alexandre.

— Oi. — Ela falou seca e se virou para Otaviano. — Oi, Ota. Tudo bem? — Ela cumprimentou, notavelmente mais simpática.

— Olá, Gio. Estou ótimo, e você?

— Bem também.

— Bom, vamos deixar vocês á sós. — Amora disse, puxando Otaviano. — Preciso te apresentar uma pessoa. — A loira disse animada, dando as costas para o "casal".

Giovanna entrou em seu camarim e Alexandre a seguiu.

— Está com muito trabalho? — O jogador respondeu, encostando a porta.

— Uhum. — Ela respondeu, ainda de costas para ele, enchendo uma xícara de chá.

Alexandre passou a mão no cabelo e suspirou.

— Desculpe não ter te ligado, ou..— Ela o interrompeu.

— Não é porque transamos que você me deve satisfação. — Giovanna falou, se virando. Pegou seus papéis e a xícara, passando por ele.

Alexandre levantou as sobrancelhas.

— Não é essa a questão, Gio. — Ele enrugou o nariz. — Sei lá. É estranho.

Giovanna cruzou os braços, ainda segurando a xícara.

— O que é estranho? Você ter o mínimo de noção?

— Você acabou de falar que eu não te devo satisfação.

A morena revirou os olhos.

— E você disse que iríamos almoçar juntos, que me ligaria depois.. — Ela citou.

— Não foi proposital, Giovanna! Eu preciso trabalhar, não foi por causa disso que nós entramos nisso? Por causa da nossa reputação?

Ela assentiu.

— Tá, então, por bem da nossa reputação, eu acho melhor você não ir mais para a minha casa.

Alexandre fez careta.

— O que o cu tem a ver com as calças? — Ele cruzou os braços.

— Tudo, ué. — Ela disse, como se fosse óbvio. — Se você não tivesse ido para a minha casa, nós não teríamos transado.

— Se você não estivesse chateada por causa do namoro da sua mãe, eu não teria ido para a sua casa. — Alexandre rebateu, indo em direção dela. — Não se esqueça que foi você que me ligou e ainda sugeriu ir para a minha casa.

— Eu estava emotiva.

Alexandre riu.

— Nem vem. — Ele disse.

— Foda-se quem teve iniciativa, Alexandre. O importante é o pós! Você nem cogitou em ficar comigo.

Alexandre juntou as sobrancelhas.

— Agora você lê mentes? — Ele continuou a diminuir o espaço entre eles. — Eu queria ter ficado, Giovanna, mas eu tenho que ter responsabilidade com meu trabalho.

Ela balançou a cabeça.

— Você estava com aquele teu colega. — A morena cruzou o braço.

Na realidade, ela não tinha certeza daquela informação. Apenas fazia sentido na cabeça dela ele ter feito um after com o cara que parecia ser bem próximo dele pós reunião para não ligar ou aparecer na casa dela.

— Esse não é o X da questão.

Giovanna sorriu irônica.

— Você saiu para beber com ele?

— Giovann..

— Então, preferiu beber com o teu amigo do que voltar para a minha cama? — Ela perguntou, meio abismada e Alexandre bufou.

— Não é bem assim..

— É assim sim. — Ela falou, passando por ele. — Não me liga e nem apareça em casa.

Alexandre abriu os braços.

— Porra! Aí você me fode.

Ele reclamou e Giovanna deu de ombros, saindo do camarim.

Alexandre se jogou numa das poltronas,  bufando.

— E Giane ainda acha que eu gosto dessa mulher. — Ele falou consigo mesmo, balançando a cabeça.

[...]

Mais por ordem de Otaviano do que por vontade própria, Alexandre permaneceu no estúdio até a última gravação de Giovanna.

Perto das 19h, a morena apareceu novamente no camarim, onde Alexandre parecia muito entretido em fuçar seus itens de maquiagem na penteadeira.

— Tira a pata daí. — Ela mandou, o assustando.

— Meu Deus.

— Tá fazendo o que ainda, Alexandre? Você não tem trabalho, não? — Ela ironizou, o que o fez revirar os olhos.

— Otaviano mandou eu ficar para te esperar.

Ela assentiu.

— Já pode ir.

Alexandre bufou.

— Gio, para de graça, vai. — Ele pediu, e ela se sentou na frente do espelho. — Estávamos tão bem esse fim de semana, pra que estragar isso?

— Faça essa pergunta para si mesmo!

Ele assentiu.

— Vamos tentar de novo? — Ele pediu. — Eu juro que tento diferente.

Ela o olhou por cima do ombro.

— No momento estou muito irritada contigo para tomar alguma decisão. — Ela falou, prendendo o cabelo num rabo de cavalo de qualquer jeito. — Então, não.

Alexandre se apoiou na penteadeira, a observando.

— Tá, então, termina aí que a gente vai lá pra casa e você se decide. — Ele cruzou os braços.

Ela o olhou.

— Você me ouviu?

— Sim, e eu vou te ajudar a fazer tomar uma decisão. — Ele deu de ombros. — Anda logo que eu tô com fome.

Giovanna voltou a tirar a maquiagem, e o silêncio se instalou.

Quando ela terminou, tirou a roupa da caracterização e vestiu a sua própria.

Alexandre a assistiu fazer aquilo sem incômodo algum, se perguntando como ela conseguia ficar ainda mais bonita após uma tarde toda de trabalho.

— Veio com seu carro? — Ele perguntou quando notou que a moça havia acabado.

— Sim.

— Olha só, que ótimo. — Ele sorriu, se levantando. — Vim de carona com Ota, então, podemos ir direto para a minha casa.

Giovanna levantou as sobrancelhas.

— Não vou para a sua casa.

Alexandre sorriu de lado.

— Vai sim, Gio. — Ele pegou a bolsa dela, e beijou o canto da boca dela.
— Vamos.

bad reputation Onde histórias criam vida. Descubra agora