onze

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- Seus pais se separaram faz muito tempo? - Alexandre perguntou, ainda com Giovanna abraçada em seu corpo.

- Faz 15 anos. - Ela falou, suspirou. - Foi horrível. - A morena se afastou um pouco, ficando de frente para o jogador. - Fazia um ano que eles estavam meio afastados mesmo, mas eu nunca imaginei que estava tão ruim que eles iriam recorrer ao divórcio, sabe? Então, quando eles sentaram com a gente falando que haviam se separado, foi bem chocante.

Alexandre se apoiou no sofá, ficando ainda mais próximo dela, com as pernas dela apoiadas em seu colo.

- Se você tinha 17 quando isso aconteceu, seu pai já partiu para outra? - Ele perguntou.

- Demorou uns meses, mas basicamente sim. Eu passei um tempo sem falar com ele, inclusive. - Ela deu de ombros. - Estava tão puta. Não conseguia acreditar que o que eles tinham havia acabado daquela forma, sabe? Eu sempre achei tão lindo o amor deles.

Alexandre viu os olhos dela encherem de água.

- Ei, não chora. - Ele a puxou de novo. - Nada é para sempre.

- Eu sei que não. - Ela falou com a voz meio embargada. - Mas era a merda de um casamento.

Alexandre afastou o rosto dela para encará-la.

- Casamento é uma merda. - Ele disse. - Consegue imaginar você ter que jurar amor eterno para alguém? Pô, amanhã posso acordar e não sentir mais nada por ela, entende? Nós estamos em constante mudança, Gio. Tudo pode mudar de um dia para o outro.

Giovanna deixou algumas lágrimas rolarem e fungou.

- Mas, não é porque seus pais deram errado que significa que eles não se amavam ou não se amam. - Ele afastou o cabelo dela do rosto. - Eles são amigos, certo? - Ela assentiu. - Pronto, então. Eles amam outras pessoas romanticamente, amam os filhos e se amam por admiração e respeito.

Giovanna se ajeitou, passando a mão no olho. A morena suspirou, contendo o choro.

- Ok. - Ela assentiu. - Obrigada.

Alexandre sorriu.

- Não precisa agradecer.

Eles ficaram em silêncio e Giovanna levantou.

- Está melhor? - Ele perguntou e ela assentiu.

- Sim. - Ela respondeu baixo, caminhando até a cozinha.

Alexandre a observou.

A morena esquentou mais um pouco de água e pegou outro sache de chá. Enquanto o micro-ondas não apitava, pegou algumas bolachas e esperou pacientemente a água esquentar.

Quando aconteceu, colocou o sache na xícara e voltou para a sala.

Alexandre agora andava pela sala, observando os porta-retratos que estavam espalhados por todo cômodo.

- Você é igualzinho ao meu irmão. - Ela disse do nada, chamando a atenção de Alexandre.

- Ué. Porquê?

- Fingem ser ogros, mas é só até acontecer alguma coisinha com quem vocês se importam. - Ela bebericou o chá.

Alexandre notou que a Giovanna de mais cedo estava de volta, e riu, caminhando até ela.

- Eu me importo com você?

Ele cruzou os braços na frente dela.

Ela deu de ombros.

- Caso fosse ao contrário, não estaria aqui agora. - Ela disse e ele assentiu.

- Você tem um ótimo ponto.

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