Capítulo 15

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        A noite foi tranquila no hospital. Tanto Gustavo quando Maiara conseguiram dormir bem, e acordaram perto das 8 horas da manhã. Era o horário do café da manhã, e depois a UTI abria. Ela primeiro foi pro banho, o que foi uma tarefa um pouco difícil mesmo com o auxílio do Gustavo, depois trocou de roupa e tirou um pouco de leite. Geralmente o pessoal da UTI auxilia a mãe nessa parte porque mesmo com a sonda, a alimentação do bebê é o leite materno; a não ser que a mãe não esteja produzindo.

    Gustavo só comeu depois de ajudar Maiara no café da manhã, e em seguida eles foram ver a Bela. Provavelmente a ruiva teria alta amanhã, mas seu coração ficava apertado só de imaginar que deixaria a filha ali. Cada minuto com Bela fazia o coração dela bater mais forte, ela sentia que carregava o outro pedaço do seu coração bem ali, nos seus braços. Gustavo ficou sentado na poltrona ao lado de Maiara, acaricando a Bela, mas ela agarrou o dedo dele e não soltou mais, então ele ficou ali, sorrindo todo bobo enquanto Maiara falava com ela.

    – Filha, o colinho da mamãe ta bom, mas o papai quer segurar você também. – Maiara falou ainda conversando com a Bela – Pega a mantinha aqui, amor.

    – Ela é pequenininha demais. Tenho medo.

    – Relaxa, só cuidado com esses fios pra você não se embolar.

    A ruiva levantou com cuidado e com a Bela no colo, e colocou nos braços de Gustavo. Ela era pequenininha e leve, então Gustavo ficou com medo de machucar ela, mas segurou direitinho, e enquanto ele babava nela, Maiara admirava eles dois. Gustavo até poderia tentar descrever aquela cena, mas era impossível. Ele sentia como se carregasse um pedaço do seu coração nos braços. Essa era a sensação. E era a melhor do mundo.

    – Baixinha cê vai ser porque é de família. – Ele disse e Maiara fez careta pra ele – Bonita também, porque cê é a cara da sua mãe e, de brinde vem sua tia.

    – A Maraisa vai mesmo usar isso como argumentos. – Maiara falou segurando a risada.

    Eles ficaram o tempo que deu pra ficar ali, porque logo fecharam pra alimentar os bebês, e fazer alguns procedimentos padrões que só era permitido ficar na sala os médicos e enfermeiros. Liz estava agitada na casa dos tios, ela já estava confusa por não estar vendo pai, e agora a mãe e o tio sumiram também. Estava sendo uma tarefa difícil pra Maraisa e Wendell distraírem a pequena. Ela não quis tomar café, Lívia fez panquecas pras crianças, mas ela recusou, e nem o suco de laranja que era o preferido ela quis.

    – Vida, avisa a sua irmã. Não dá pra ela ficar sem comer. – Wendell falou assim que Maraisa conseguiu fazer Liz dormir.

    Ela tinha chorado por um tempo, e só parou quando a tia deitou com ela e fez ela dormir.

    – Vou me arrumar, e aviso o Gustavo. Aí ele vem e eu fico com a Maiara. Vou avisar a Marilia também, ela queria ir lá.

    – Tá bom.

    – Leva as crianças pro shopping um pouco. Eles não vão lá a um tempo. – Seu olhar caiu, mas Wendell tocou seu rosto.

    – Não é sua culpa. – Ela olhou pra ele.

    – Quê?

    – Não é sua culpa! – Repetiu.

    – Eu sei.

    Desde que tudo aconteceu com a morena, ela não se sentia segura em sair de casa, e consequentemente não saía com as crianças. O máximo que eles iam era no parque do condomínio. A primeira vez que ela saiu foi no funeral do Luiz, isso porque Wendell não deixou ela voltar pra casa. Mas as crianças não tinham saído de verdade ainda, e óbvio que eles estavam sentindo falta. Por isso Wendell falou que não era culpa dela. Ela não queria deixar os filhos presos em casa, ela só tinha medo de que algo acontecesse com eles e por isso não gostava de imaginar eles longe.

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