Capítulo 16

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        Hoje seria finalmente o dia que a ruiva teria alta, e poderia ir pra casa ver Liz. Ela estava contando os minutos pra isso, mas ao mesmo tempo seu coração estava apertado por ter que deixar Bela lá. Eles acordaram, tomaram café, e logo a médica veio falar com Maiara. Mas ela não conseguia absorver nada; tudo estava um caos. Seu coração estava dilacerado, não era nem um pouco legal sair do hospital e deixar sua filha lá. Ela tinha medo de que alguma coisa acontecesse e ela não ter tempo de se despedir da Bela, tinha medo de que ela precisasse passar com algum procedimento, tudo lhe causava medo.

    Antes de ir pra UTI, Gustavo terminou de arrumar as coisas, Maiara chorava silenciosamente enquanto separava as roupinhas de Bela. Ele olhou pra ela com carinho, segurou as mãos dela fazendo ela soltar as roupinhas e por na cama, e olhar pra ele em seguida.

    – Amor, se acalma. – Ele falou carinhosamente – Ela sente tudo que você sente. Respira um pouquinho, que a gente precisa ir lá antes de fechar. Deixa que eu arrumo as coisinhas dela; tá bem?? – Maiara assentiu.

    – Obrigado! – Ela sussurrou, e Gustavo apenas sorriu fraco pra ela.

    Ele terminou de arrumar tudo, e em seguida subiram pra UTI. Eles entraram indo direto pro cantinho que Bela ficava, e hoje ela estava com um conjuntinho rosa, e com lacinho branco. Eles já podiam pegar ela sem auxílio, então pegaram e se sentaram na poltrona. Passaram 30 minutos ali, e nos minutos finais, a ruiva não evitou as lágrimas.

    – Filha, fala pra mamãe que tá tudo bem. – Gustavo falou – Fala assim "eu vou ficar bem quietinha aqui mamãe, esperando você e o papai me buscarem" – Maiara sorriu.

    – Mamãe te ama, minha princesinha. – Ela falou – E agora eu preciso mimar sua irmãzinha que ela tá com saudades. Mas eu volto mais tarde pra ver você de novo. Tá bom? – Continuou e Gustavo pegou a Bela que se agitou um pouco mas se acalmou ouvindo a voz dele.

    – Tudo bem. Tudo bem. – Disse – Papai te ama. Te ama muito! – Ele disse e colocou ela deitadinha no bercinho.

    Os dois saíram da UTI descendo pro quarto, e Maiara que estava engolindo o choro até pouco tempo, permitiu que o nó se desfizesse. Gustavo abraçou ela, que chorou abraçada a ele.

    – Estamos juntos nisso, tá bom? – Ele disse pra ela – Vai ficar tudo bem, amor. Tudo bem.

    Desceram pro estacionamento alguns minutos depois, e o caminho inteiro até em casa foi em silêncio. Maiara não parou de chorar nem um segundo, e Gustavo não quis falar nada. Sabia que ela precisaria de um tempo pra pensar. Então deixou ela por tudo que tinha guardado durante esses três dias, pra fora. Liz não estava em casa, ela tinha pedido pra ficar com a Tia Maraisa pra brincar com as crianças, e Maiara e Gustavo obviamente, permitiram.

    Gustavo ficou com a Liz ontem o dia todo, ele ficou com dó de deixar ela, ele só voltou pra buscar Maiara agora de manhã trocando com Marilia. Maraisa insistiu pra ficar, mas ninguém concordou. Ela ainda não estava totalmente bem pra poder cuidar de outra pessoa. Ainda sentia dores, principalmente por ser teimosa e por estar sempre pegando as crianças no colo. Fora as crises.

    Gustavo estacionou o carro fazendo Maiara respirar fundo e olhar ao redor. Ele desceu primeiro, ajudou ela a sair, e depois pegou as coisas dela. Subiram direto pro quarto, e depois de trocar de roupa Maiara foi pra cama. Ela não queria fazer nada além de chorar; deveria estar acostumada com isso, deveria saber lidar com essas coisas já que é seu trabalho também. Mas quando acontece com você - mesmo sendo sua área de trabalho - você não sabe como reagir.

    – Amor, você não pode ficar assim. – Gustavo falou – Não faz bem. Hoje você não conseguiu tirar nadinha de leite e sabe que suas emoções afetam nisso. – Acaricou os cabelos dela – O que quer fazer pra distrair, hum?

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