Eu permanecia calada, porque eu achei que ele iria embora, mas indo contra as minhas crenças ele se sentou ao meu lado.
- Qual é o seu nome? - ele avistava o extenso quintal.
- Lucy. - evitava contato visual.
- Meu nome é Paul. - Me diga algo que eu não saiba, Trevolin. - Porquê não está se divertindo?
- O que é diversão para você? - dessa vez o encarei.
- Dançar, beber, transar. - argumentava.
Ele não poderia ser mais estereotipado.
- E porquê você não está fazendo isso tudo?
- O meu namorado morreu. - lamentava, com a cabeça para baixo.
- Jackson? - retrocava rapidamente.
- Como sabe que estou falando dele? - me fixava.
- As notícias correm, uma boa parte da minha escola já sabe. - alçava o meu ombro.
- Seria bom se o nome do assassino também passasse de boca em boca desse jeito. - reclamava.
- Não se preocupe, a verdade sempre aparece. - monteava a minha mão sobre ele, na intenção de tranquilizá-lo.
- Nesse caso eu nem sei mais. - Paul começava a se emocionar, o que não foi muito do meu aguardo, estava sem paciência para consolar quem fosse. - Pior que não poder fazer nada, é você poder e mesmo assim não fazer porque também pode sair prejudicado.
- Como assim? - fiquei nitidamente espantada. - Você sabe de alguma coisa?
- Quer dançar? - Nossa, ele foge do assunto tão bem...
- Vem. - Paul se levantava e me puxava para dentro.
Fomos para o meio da sala, junto a multidão que lá já atuava e dançávamos a música eletrônica mais clichê possível. Os amigos do Trevolin surgiram com bebidas para mim e para ele. No calor do momento eu botei tudo para dentro, e depois disso, eu não parei mais.
- Olha a Lucy. - Steve a indicava com a ponta do nariz. - Nunca pensei em vê-la tão fora de si, se é que você me entende.
- Eu ainda nem sei como você me convenceu a estar aqui. - Mary se queixa, visivelmente aborrecida.
- Mas está sendo legal. Não gostou. - Steve dava um gole da sua bebida.
- Tudo bem, eu vou buscar água para mim, e para você também. - Mary saia de perto dele e ia até a cozinha.
Chegando na cozinha, Mary não pude deixar de reparar na presença de Franklin, que se situava encostado na pedra da cozinha, se deliciando do seu refrigerante.
- Ivan? - Mary se aproximava dele. - Não sabia que estava aqui.
- É. Vim para beber alguma coisa. - Ivan dava destaque no seu refrigerante.
- Você veio só para isso? - Mary extraía duas garrafas de água da geladeira.
- Eu sei lá. Eu estava apenas te respondendo, de qualquer jeito. - declarava. - Está com mais alguém?
- Estou com o Steve. - retorquia.
- Que bom. - o pouco ânimo que Ivan tinha havia se perdido. - Porquê está com ele?
- Porque ele me convidou. - depois de asseverar o óbvio, Mary se guiava até a sala.
- E você está se divertindo com ele? - se desencerava da pedra da cozinha - Tipo, está realmente se divertindo?
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Cinco Adolescentes e Um Corpo
Ficção AdolescenteDepois de o corpo de Jackson Richardson ser encontrado à deriva no mar, Mary, Steve, Yasmine, Ivan e Thales buscam formas de saírem ilesos do problema enquanto lidam com Lucy, que sabe o que eles fizeram.