Capítulo 10 - Cinco adolescentes e uma nova amizade

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Thales Randolph estava dentro de uma sala escura, com apenas uma lâmpada fraca iluminando ele relativamente e o local. 

Xerife Benjamin acabava de entrar junto de um homem desconhecido, que parecia ser seu assistente, Thales não conhecia de nenhum lugar, nem sabia ele era ou não de Copeland. Os dois se sentaram nas duas cadeiras que estavam desocupadas e de frente ao suspeito.

- Senhor Randolph, vou tratá-lo assim. - O Xerife o intimidava com a sua mirada fria e inclemente. - Agora você precisa colaborar connosco. 

- Não fui eu. - quebrava a continuidade das palavras de Benjamin, deixando o homem indignado.

- Ainda não terminei de falar. - exclamava, mas ainda tendo controle de si. Ele tirou o seu telefone do bolso, antes de colocar a próxima questão. - O que estava fazendo nessa foto? 

- Eu estava carregando madeiras, com mais ou menos, 1.79 metros. - tentava parecer o mais tranquilo possível. 

- De noite? - interrompia, com os seus cenhos franzidos. - Com quem estava carregando essas madeiras? Duvido que tenha sido sozinho. 

Thales assistia a barata que passeava tranquilamente pelo chão, enquanto pensava numa resposta, algo que não o fizesse entregar pelo menos um de seus cúmplices. 

- Com um colega. - escondia sua visagem, por dentro, já se arrependia do que acabava de dizer. 

- Quem era esse colega? - aproximava inconscientemente a sua cadeira para mais perto do adolescente na sua frente, criando certa expectativa com o que estaria para ouvir. 

- Não lembro. - voltou a encarar o Xerife, acabando com o silêncio antes instalado na sala fria.

- Como assim não se lembra?! - golpeava a mesa, que poderia ter se quebrado de tão frágil que aparentava. - Acha que isso aqui é uma brincadeira?! 

- Eu estava bêbado! - dilatava o tom de voz. - Como eu vou lembrar? Tudo parecia desfocado. 

O Xerife o examinava por segundos segundos que pareciam demorados minutos, após chegar na sua conclusão. 

- Está mentido. - parecia conseguir sentir o coração de Randolph bater cada vez mais rápido. 

- Não tem como saber. - dizia antes de respirar fundo e profundamente. - Não responder mais nada, quero um advogado. 

- Deveria ter dito isso antes. - O assistente, mudo durante todo aquele tempo, comentava, antes de se levantar junto do Xerife. 

- Vocês podem me trazer um copo com água. - tendo em conta a maneira como bateram com a porta, era quase impossível voltarem com um copo de água. 

Thales saboreava o seu Hambúrguer, segurando o telefone pela outra mão, rolando o feed, sozinho numa das várias mesas da cantina, na verdade, não tinha muita gente por lá naquele momento. 

- Oi! - Jackson se sentou ao lado dele, com o seu clássico sorriso sendo exposto. Todos já sabiam o que aquele sorriso significava. 

- O que foi? - Suas sobrancelhas foram para baixo, quase que de te imediato. - Porquê está falando comigo?

- Sei lá. - Randolph mordiscava o seu Hambúrguer, esperava que Richardson dissesse mais alguma coisa. - Eu vejo a maneira como olha para o Tom. 

- O quê? - quase se engasgava. - Eu sou hétero, amigo. 

- Não é não. - negava com o seu apontador. - Eu vejo o jeito com olha para ele, porque eu olho para ele assim também. 

- Você só pode estar louco. - ria de nervoso, voltando a depositar suas energias no seu lanche. 

- Você está louco se pensa que vai tirar o meu homem de mim! - seu tom começava a subir, deixando Thales indignado. 

- Eu não vou ser sua rival Jackson, não estamos no século XX. - em menos poucos segundos, teve suco de laranja jogado sobre ele, se levantando cheio de fúria. - Meu casaco!!

- Enxergue isso como uma volta no tempo. - atirava o copo antes com líquido ao chão, saindo apressadamente do local.

- Eu vou acabar com você! - chutava uma cadeira contra o chão. - Seu merda! 

Thales Randolph matou o Jackson? É uma discussão bastante discutida pelos estudantes. Eu, particularmente, não me importo, só gostaria que os quatro restantes também estivessem na mesma situação, mas também não me martelo muito com isso. Como eu já disse uma vez, ou não, não me lembro, eu estou demasiado envolvida nessa situação. Eu me sinto observada, desprotegida, às vezes eu sinto, tonturas... Eu não sei, estou com um pressentimento muito estranho. 

- São seis e noventa. - A senhora da cantina me cobrava, fazendo com eu procure dinheiro à mais nos bolsos, sendo sincera, eu já sabia que não tinha. Simulei um sorriso, antes de fazer o meu pedido. - Eu posso te pagar amanhã?

- Claro que não. - se desanimava, mas eu já previa essa resposta. - Eu não confio em vocês jovens perturbados. Além disso, não é permitido. 

- Eu posso pagar. - Blair aparecia com o seu cartão de crédito já em suas mãos. Fiz cara de nojo na hora. 

- Você não vai pagar nada. - segurava a mão na qual ela segurava o seu cartão nojento. 

- Deixa eu te ajudar! - quase se engasgava com o seu riso. 

- Eu não preciso da porra da sua ajuda. - tentava dizer isso perto do ouvido dela para que apenas ela ouvisse, mas acho que falhei. 

- Não faz mal precisar de ajuda Lucy. - passava na minha frente e entregava o seu cartão na senhora que nos assistia esse tempo todo sem expressão alguma. - Além disso, você está morrendo de fome, eu consigo ver. 

Não é porque pagou a minha comida que somos amigas. - pegava na minha bandeja, prestes a sair de perto dela. 

- Quem disse? Você vai lanchar comigo agora. - também pegava na sua bandeja e me guiava até uma mesa vazia para sentarmos só nos duas. 

Eu não sei como pude aceitar isso tão fácil. Eu deveria ter respondido algo do tipo "Eu não lancho com assassinos" ou até algo melhor. 

Burra na vida, como sempre. 

- A gente se conhece desde bem novinha, não é? - Me indagava. Que papo aleatório é esse agora?

- Acho que sim. - começava por provar o meu pudim. Eu tenho sorte de estar comendo esse pudim. 

- Você sempre foi assim, sozinha? - acho que nós já podemos concordar com o fato de que a Mary Blair é uma tremenda vaca. 

- Eu tinha amigos, mas eles saíram daqui. - lamentava. - Mas o próximo ano já é o último não é? Já não falta muito. 

- Realmente já não falta muito. - acatava. -Mas nos poucos momentos que precisar de falar com alguém, me procure. 

Como se eu fosse louca de procurar uma abestalhada. 

- Legal. - dava um sorriso de orelha a orelha, era falso, claro, mas ela acreditou. 

Eu poderia ter xingado Mary Blair e saído daí voando, mas é como dizem: 

Quem está na chuva, é para se molhar. 




Cinco Adolescentes e Um CorpoOnde histórias criam vida. Descubra agora