Capítulo 30

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E a cena de filme se repete, Jessy entra no quarto e vê John cabisbaixo e eu procurando algo para dizer.

--Estou atrapalhando vocês?

--É claro que não Jessy, eu só ia dizer para você cuidar bem do John, ele é importante para mim...

Meu coração me diz para ficar e me declarar de verdade, mas eu acabaria com seu namoro e a última coisa que quero é vê-lo triste por minha culpa.

"Talvez em algum outro mundo eu seja a sua razão de rir todos os dias"

Saio de onde estava por não aguentar a pressão psicológica que ali se formava e se dependesse de mim já estaria dentro de um avião viajando para a China ou qualquer lugar mais distante dali.

--Mãe! MÃE! ! ! Eu preciso ir com ou sem o Stefan.

Pensamentos distintos rodavam pela minha cabeça e eu apenas queria fugir deles.

--Você precisa esperar o Stefan. Ele já deve está chorando menina. -tenta impedir minha ação de sair de casa.

Minha cabeça naquele instante estava a minutos de surtar. Queria voltar para aquele quarto e beijar o John pelo menos uma única vez. Eu precisava de um último toque seu, um olhar, um simples motivo para me fazer desistir de ir.

Vejo Jessy descer as escadas agarrada com John, percebo o quão feliz estavam. Mas eu sabia que aquilo não era real...

--Anne, vamos com você até o aeroporto, assim a gente se conhece melhor e conversamos sobre o meu namorado. - sorri

--Não foi uma boa ideia você ter descido exatamente agora Jessy. -falo indo em sua direção.

Ao caminhar em direção a Jessy, vários pensamentos rodavam em minha mente, e John será um deles. Seria beija-lo, eu precisava saber se ele a amava ou me amava.

--Me desculpa Jessy...

Viro em direção a John tentando criar o mínimo de coragem para beija-lo, mesmo sabendo que ele estaria quebrando um juramento comigo.
Tento retornar meu olhar em direção a Jessy para vê se ela estaria olhando a cena icônica, mas sou impedida por John, sendo puxada para perto de si e em seu movimento rápido logo pude sentir seus doces lábios tocando os meus.

"Isso realmente estaria acontecendo Anne?"

"Seus lábios eram tão macios"

Estaria em um paraíso ou entrando em uma presepada?

--ANNE!!! - minha mãe grita com um tom de total desespero.

E aí se iniciam meus conflitos intermináveis. Só aí entendo que daria esse beijo dele mais cedo ou mais tarde. Seria algo inevitável.

Sabia que se olhasse para a Jessy, ela estaria provavelmente chorando ou teria saído imediatamente dali. E sim, eu acertei, ela saio chorando e correndo para fora da casa.

--Anne vai atrás da Jessy e conserta o besteira que você fez sozinha. -ordena minha mãe.

--Anne, não vai piorar as coisas não, só não vai atrás dela.

"Aí fica complicado, um diz que é para ir atrás da Jessy e o outro diz que não é para ir"

E no final de tudo...eu saí correndo atrás dela. Queria que ela não pensasse que ele a traiu, mas que era culpa minha, que ela me culpasse, mas não fizesse nada depois do beijo que ela viu.

"Seria tão fácil se tudo se resolvesse com piscar de olhos"

Fixei tanto meu pensamento em alcançar a Jessy e acabei perdendo a percepção de olhar os carros que viriam na rua. Já que tudo que eu queria era que ela parasse e me ouvisse.

Vejo Jessy parando a uns 5 metrôs na minha frente, mas não entendo o porquê. Já que de maneira alguma ela pararia. Olho ligeiramente a esquerda e visualizo um carro vindo e supostamente um motorista totalmente distraído.

--Jessy!!- grito com a esperança que ela me escute. -JESSY SAI!!!

Percebi que gritar não seria o suficiente, então corri em sua direção para puxa-la de lá, não sei o que estava se passando em sua mente, mas nada a movia de lá.

Acredito que não consegui alcança ela a tempo, mas evitei que um acidente acontecesse acontecesse.

Pelo menos um eu evitei.

--ANNE!!
--Ai meu Deus, Anne!!!

Antes de ficar desacordada, lembro vagamente de pessoas gritando por uma pessoa Anne.

"Anne?... Quem era Anne?"

Desde que o mundo virou sinônimo de seu nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora