Never Let You Go

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A luz dourada que me trouxe de volta ao tempo real não significa muita coisa depois do que vi no cilindro de Jack, ele sabia de minha irmã e ele a havia escondido de mim.

O telhado inteiro ao meu redor está totalmente coberto de neve. Antes eu tinha a sensação de que até meus poderes estavam controláveis, agora vejo que não.

–Por que, Jack? - digo ríspida. - Por que a escondeu de mim?

–Elsa...

–Minha irmã, Jack! Por que? - me levanto e o empurro enquanto vou falando. - Era de meu direito ver minha irmã, saber que ela estava viva, todo esse tempo eu chorei. - grito - e você sabia... Argh. Me deixa em paz. - me viro.

Uma tempestade de neve se formava ao meu redor.

–Elsa! - ele fala tentando ultrapassar a barreira de neve. - Você olhou com atenção o cilindro? Você viu que eu não tinha escolha, ela não se lembrava e nem lembra de nada. Elsa você tem que entender que esse era o único jeito de proteger vocês naquela época. Me manter afastado de você, era o único jeito. - fala triste a última parte.

–E daí? - falo grossa. - Você podia se manter longe de mim, não me importa, mas não levasse minha irmã. Ela sim é importante. - Não choro, não posso ser a frágil.

Já havia me esquecido até de meus problemas, mas tudo voltou.

–Você tem que acreditar em mim. - ele bateu o cajado no chão e a minha neve se desfez com a mágica dele.

–Como você...? - Olho intrigada pra o resto de neve que ainda termina de cair e se espalha pelo chão. - Não importa... Me deixa. - digo brava e o encarando.

–Nunca.

Estamos nos olhando, mas a raiva dentro de mim é grande demais pra que eu leve em consideração a sua resposta.

–Eu fiquei no escuro por todo esse tempo, Jack. Eu ainda estou no escuro. - Abaixo minha voz para quase um sussurro - Você prometeu no cilindro que seria meu guardião pra sempre...

–Eu sei e...

–Mas não preciso disso.

Ele se aproxima de mim e eu deixo, eu não tenho forças pra nada. O escuro toma conta dos corações dos desavisados. Eu sou desavisada.

Abaixa a cabeça e olha para o chão, percebo que é mais alto do que eu. Seu rosto está a poucos centímetros do meu e sinto sua respiração gelada contra minha bochecha.

–Eu nunca vou te deixar, Elsa. - repete.

–Eu não estou pedindo. - digo de forma ríspida.

–Elsa, eu não vou te deixar, nem que você queira, nem que você mande, nada. Porque eu... - me olha triste mas sua expressão muda - Quer saber? Devo ir mesmo.

–Jack, eu... - Balanço a cabeça, parece que a rainha vive mandando em mim - é melhor assim.

Ele desce até a janela me deixando no telhado frio até que 1 hora depois amanhece.

E meu plano de ficar com raiva do Jack vai por água abaixo, o nascer do sol é algo que ele adoraria ver.

Mas não o chamo.

~•~

Anna cantarolava alegremente na cozinha, Jack tomava sorvete e Kristoff acertava bolinhas de papel na lareira.

Eu não deveria ter descido do telhado.

Apesar de a Anna cantar absurdamente bem, o problema é que é incessante.

Jack não me olha nos olhos, apenas de soslaio.

–Ei Elsa, senta aqui! Quer jogar bolinhas também? Aposto que gosta do fogo. - deu um risinho.

O congelei.

Anna gritou uma meia hora comigo, mas eu disse que o efeito era temporário, pelo menos nos móveis do meu quarto era.

Não acho que haja muita diferença entre Kristoff e meu armário.

~•~

Depois de um tempo (graças aos céus ele era parecido com meu armário) Kristoff descongelou.

–Não me leve a mal, mas eu tinha prometido a mim mesma que iria te congelar, então... - Falo com um sorriso minúsculo no canto da boca. - Você meio que apareceu na minha frente na hora errada. - reprimo um riso ao ver a cara que ele faz.

–Bem, me lembre de nunca mais entrar na sua frente na hora errada então. - ele diz coberto de cobertores e perto da lareira para se aquecer.

Sorrio.

Ana ri. Como sempre.

Jack me olha e um sorriso pequeno se forma.

–Jack... - chamo. - Posso falar com você?

–Vai me congelar também? - fala ironicamente. - saiba que sou imune a neve - e ri.

–Não. - rio, é realmente difícil tentar ignorar Jack. - Não vou te congelar, é só fazer como Kristoff, e não entrar na minha frente na hora errada.

–E qual é a hora errada? - fala se aproximando de mim e parando a alguns centímetros.

–Você deveria saber. - fico séria e o levo de leve pra trás.

Ele estava perto demais. Sorriu um sorriso travesso.

Eu faço cara feia, ainda não havia esquecido o que ele tinha escondido de mim.

Olho para o lado e Anna e Kristoff estavam sorrindo, juro que vi malícia no sorriso dos dois.

–Eu vou congelar você de novo. - Falei olhando para Kristoff e para Anna depois - Vocês dois.

Todos riem. Menos eu. Eu estava realmente falando sério.

Jack me tira dali antes que eu realmente congelasse alguém e me leva pra algum lugar, que não sei bem onde é.

Maldito portal.

~•~

Not so different, After all (Jelsa)Onde histórias criam vida. Descubra agora