It's Dark Inside

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–Por que Jack? Por que não posso ver o cilindro?

–Elsa, é complicado de te explicar, por que não sei o que verá lá, mas existe uma coisa na qual você não deve acreditar, principalmente você, que é poderosa demais.

–Se você ao menos me dissesse, talvez eu pudesse controlar e...

–Não tem controle, tem apenas o risco... E você pode estar em sérios problemas se isso acontecer.

–Eu não irei discutir - minha expressão é séria. - eu já estou praticamente morta mesmo, meu coração congelado lembra? - fecho os olhos e viro meu rosto para baixo - Eu sou um monstro.

–Dá para você parar? - ele se levanta do banco e eu abro os olhos olhando para ele que está parado na minha frente com o cajado, ele está bravo. Me levanto também.

–Parar? - digo irritada - se é a verdade, porque devo parar? Eu sou sozinha, eu sempre fui assim. Porque eu sou um monstro.

–Você não acha que sou sozinho também? - grita - Acha que é a única com problemas aqui? Eu... Eu tenho tanta...esqueça. Não acredito...que se acha um monstro porque tem poderes de gelo, ou um coração congelado sei lá, você deveria começar a rever suas atitudes, são elas que te tornam algo, e você não é um monstro.

–Jack, eu não queria te magoar, mas você não sabe de nada da minha vida. Já disse que sou ruim, praticamente do mal, uma pessoa que congela o coração dos outros... É do mal. - estou encarando-o - Me deixe sozinha, é melhor pra todos nós.

Ele se aproxima de mim e apoia uma de suas mãos no meu ombro e me olha triste.

–Não vê que isso me machuca também?

–Não quis dizer você, eu sou o monstro, por ter um coração congelado. - estou gritando - Eu não falei que você era o mal dessa história.

– E quem disse que é por isso que estou triste?

–Como assim? - diminuo a voz e franzo a testa, analisando seu rosto, alguns fios de seus cabelos brancos caem um pouco sobre seus olhos de um azul profundo capaz de te fazer enxergar galáxias em suas pupilas.

Ele me mostra um sorriso, não brincalhão, nem triste, apenas sincero.

–Olha, eu sou seu amigo não sou? - ele me encara.

–É.

–Não quero te ver machucada, quero te proteger. E pra isso as vezes temos que esconder verdades.

Toco a mão dele que ainda está no meu ombro, estou com uma cara triste.

–Eu entendo, só...Nada - eu queria dizer pra ele não me deixar como disse para ele fazer anteriormente, mas não sei ser assim, por mais que eu queira.Sou orgulhosa demais pra isso.

–Não precisa se preocupar, eu vou estar sempre aqui. - parece até que lê meus pensamentos.

–É que... As vezes tenho certeza que você é o único que me entende.

Ele olha pra mim e sorri.

–Tenho minhas fontes de pesquisa.

Rimos. Observo o sorriso dele.

–As pessoas normais, elas sorriem o tempo todo, e isso me empurra para muito, muito longe, você sabe...- franzo o cenho - Mas quando você sorri, não é como se estivesse forçando, é acolhedor.

–Você deveria ver o seu sorriso. - ele responde de imediato.

Eu sorrio e ele sorri de volta.

Not so different, After all (Jelsa)Onde histórias criam vida. Descubra agora