II. Dias de chuva

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"(A única coisa previsível sobre a vida é
É que é algo imprevisível
Qualquer um pode ser qualquer coisa
Você pode ser tudo)"

Alien, HAN

12 de fevereiro de 2005, Pohang


— Sunggie, vem logo!

— Não!

O menino menor, de cinco anos e bochechas grandes e melecadas de um falecido pirulito, formavam a coisa mais fofa que Minho já havia visto na vida, cheias de ar enquanto os lábios finos esculpiam um bico de birra.

Lee era o mais velho, com sete anos e uma blusa listrada em azul e branco, que era o conjunto de sua boina de marinheiro. Podia ser o maior, mas talvez não fosse o mais responsável.

A praia era sempre tão vazia de pessoas no período da tarde, mas sempre tão lotada de água, céu e areia. Inclusive, era isso que mais incomodava o pequeno Jisung, a bendita camada infindável de grãos amarelados pelo chão. Se recusava a pôr seus pés naquele monte fofo que abrigava tantas coisas desconhecidas.

Minho balançou os braços de forma impaciente.

— Mas você é um homem ou uma batatinha, hein? — As mãos foram parar na cintura, expressando sua falta de calma.

Aparentemente, ele não era o único indignado em questão.

— Uma batatinha! Por isso mesmo não entro aí, depois minha sunga fica cheia de terra e é difícil pra tirar, Min, eu não gosto. Vamos brincar de pique-pega lá na rua de cima, vaaai — tremeu os joelhos, arrastando a fala mais do que o vento balançava os fios claros da cabeça, encarando o melhor amigo que cutucava a areia com o dedão do pé.

— Aish, se você tomasse banho, sairia tudo facinho, mas não. — Deu de ombros, caminhando até a ponta da escada que dividia o asfalto da praia. — Mas tudo bem, eu não me importo de ir lá pra rua de cima hoje.

— Ah, Min, você é tão legal! — quase comemorou, o resquício de um grande sorriso surgindo, todavia Minho não deu tempo o suficiente.

— Mas — prolongou a vogal — só com uma condição.

A criança bochechuda revirou os olhos, negando com a cabeça.

— Você é um chato, isso sim. O que quer em troca?

Nem deu tempo de pensar, quando o pequeno notou, seu braço já havia sido puxado e os pés descalços já estavam em contato direto com a areia espalhafatosa, sendo arrastado até um pouco antes da metade, quase pertinho do mar.

— MINHOOOOOO!

— Vai ter que me pegar primeiro! — Foi a deixa perfeita para ele sair correndo por aí, tropeçando no vento e rindo à toa, sendo seguido por um mini Jisung raivoso.

Os dois eram melhores amigos desde sempre, pois não existia um momento de seus poucos anos de vida que eles se lembrassem de não estarem juntos, quase grudados. Suas famílias eram vizinhas, o irmão mais velho de Minho quase namorou a irmã de Jisung e os pais de ambos eram companheiros de trabalho.

Tudo se interligava, o destino parecia querer os unir de uma forma ou de outra.

28 de novembro de 2016, Pohang

Dias de chuva não costumavam ser um problema. Era gostoso sentir os pingos molhados no rosto enquanto os pés sujavam-se com a areia encharcada, mesmo que na manhã seguinte acordasse acompanhado de um resfriado. Porque tudo que envolvia Han Jisung valia a pena, era sempre memorável e cercado de um apego que seu coração não sabia explicar, porém gostava de sentir. Era bom estar ao seu lado, até em momentos ao qual o único som presente era o da maresia e das gaivotas que vez ou outra passavam entre as nuvens.

Todavia, naquela tarde em específico, amaldiçoava todos os pingos infelizes que escorriam do céu nublado de seus olhos.

A regata amarela e azul amarrotada denunciava a falta de vontade de estar ali, diante de sua vida, assistindo-a prestes a partir. Minho apertava a barra da blusa sem ao menos notar sua ansiedade e nervosismo, observando o sorriso empolgado do Han ao conversar animadamente com Hwang Hyunjin, a vizinha que entrou em suas rotinas ao final do último ano.

O vestibular não parecia tão importante em sua concepção, porém se esforçou para estar junto de Jisung e Hyunjin à caminho de Seul. Não obteve sucesso, então a única coisa que lhe restava era ficar feliz pelos amigos, parabenizar a conquista árdua e motivar para que seguissem o tão desejado sonho de estudar em uma universidade renomada. Não podia ser egoísta e pensar só em si e nos próprios sentimentos, sequer sabia ainda que aquilo que lhe atormentava o peito era tão forte a ponto de o fazer sofrer em silêncio.

— Min! — Jisung gritou, correndo para dar um último beijinho na bochecha do melhor amigo, nem notando a face corada do rapaz em razão de sua ação. — Promete que vai me visitar na capital? Eu ainda nem entrei naquele ônibus, mas já tô com saudades de você.

Minho sorriu de canto, erguendo as sobrancelhas numa dancinha sugestiva, como se não estivesse chorando grossas lágrimas silenciosas.

— Você precisa esquecer um pouco de mim, Sunggie, não vou estar sempre do seu lado. Desapega! — Deu um empurrãozinho em seu ombro esquerdo.

Não… não me deixe aqui sozinho.

— Não consigo! — fez manha, lhe puxando para um último abraço.

Era um aperto tão quente e seguro, sentia que ali, naquele contato aconchegante, estaria protegido de qualquer coisa.

— Yah, Han Jisung, se a gente perder esse ônibus por sua causa eu taco meu sapato na sua cara! — Hyunjin gritou ao fundo, desesperada para embarcar logo. Ela, sem dúvida alguma, era a mais animada com a viagem.

E assim os braços de Jisung foram, aos poucos, desvencilhando-se dos seus, com os orbes brilhantes fitando os seus da maneira mais intensa que podiam, secando com os polegares o tsunami das bochechas de seu hyung, deixando um último sorriso bonito às vistas do Lee.

— Até logo, Min, eu te amo.  

Eu também amo você. Tanto.

— Eu… deixei uma coisa dentro da sua bolsinha de cuecas e meias, não consegui entregar pessoalmente, então só coloquei lá. — Suspirou. — Até mais, Sunggie.

— Obrigado, Min!

E então se foi, deixando o coração de Minho cheio de amor, ao mesmo tempo em que esvaziou toda sua mente.

Han Jisung se desapegou tão rápido.

Próximo capítulo é o reencontro dos minsung 😗✌️

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Próximo capítulo é o reencontro dos minsung 😗✌️

obs.: os capítulos sempre terão essas mudanças de tempo, ent fiquem de olho nas datas, pq não estarão em ordem cronológica, blz??

espero que estejam gostando 🫶

Aρᥱgo ; minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora