Lee Minho e Han Jisung eram amigos desde que se entendiam por gente, entrelaçados por um destino indefinido, mas que parecia certeiro em suas escolhas.
A cidade litorânea que os viu crescer teve o mar como testemunha de uma paixão que desenvolvia-s...
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"Estou fugindo para algum lugar Onde está meu eu confiante? Todos os problemas e muitas coisas me fazem de bobo Me fizeram um covarde"
RUN, HAN
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04 de dezembro de 2019, Pohang
— Eu sempre soube! O jeito que vocês se tratavam e o modo como trocavam olhares era diferente, amigos podem ter a intimidade que for, mas o que vocês tinham ia muito além. Eu disse e repito, eu sempre soube.
Hyunjin de fato era a melhor pessoa para jogar verdades na cara, tudo isso enquanto escovava seus cabelos bonitos e comia alguma espécie de salgadinho sabor frutos do mar. Seu sorriso esticava da ponta de uma orelha à outra, certa de que suas hipóteses nunca falhavam, menos ainda uma que parecia tão óbvia para seus olhos de águia.
Jisung se empenhava em manter-se indiferente, fingindo ler um livro sobre montanhas e escalada, todavia suas bochechas vermelhas mostravam seu total foco no assunto. Era difícil esquecer do beijo de Lee Minho, ainda mais quando a Hwang não parava de tagarelar sobre.
— Não exagera, um tempo atrás você tava dizendo que era a cara dele sair por aí pegando todo mundo — comentou.
Ela o olhou pelo cantinho dos olhos, afrouxando a respiração em um sorriso terno.
— Sung, não é porque gostamos de alguém que devemos nos prender a isso, principalmente quando a gente acha que não tem a menor chance — diz, fazendo uma pausa dramática enquanto a ponta do indicador e do polegar levavam mais um salgadinho em direção aos lábios bonitos. — Você ficou um bom tempo fora, é normal que ele tentasse distrair a cabeça e te superar, mesmo que, aparentemente, não tenha funcionado em nada, pelo que você comentou.
Era estranho estar naquele assunto. Jisung nunca se permitiu falar sobre esse tipo de sentimento em voz alta, ao menos não quando tratava-se de Lee Minho. Nunca teve coragem.
Com as palavras de Hyunjin, pensou que não faria mal aproveitar de seu momento lúcido — ou embriagado, no sentido figurado — de audácia.
Não parecia errado ter sentimentos por seu melhor amigo.
[...]
31 de março de 2014, Pohang
A noite parecia grande demais para ser apreciada somente até às 21h, horário que normalmente todo mundo dormia por ali. Changbin havia ido para o próprio quarto após uma partida de dominó conturbada, cansado de perguntar a Jisung se tinha chances com a irmã dele. Então, dobradinhos sobre a cama minúscula de solteiro de Lee Minho, ambos os amigos cochichavam com cuidado, sempre segurando a risada quando uma frase saía embaralhada demais.
