XII. Silêncio

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"Este é um lugar tranquilo, sem som ye ye ye

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"Este é um lugar tranquilo, sem som ye ye ye

Lugar tranquilo, exceto pelo som da nossa respiração ye ye ye

Tudo o que me machuca é levado pelo vento, desaparece

Devo voar para aquele céu azul onde as nuvens estão nadando?"

Sunshine, Stray Kids

01 de março de 2022, Seul

Jisung já havia demonstrado sua insatisfação com a vida adulta, no entanto, já que seus próximos anos carregariam aquele título que requer responsabilidade (a qual ele muitas vezes não tinha), aproveitaria os privilégios. 

Sem pais, irmãos, vizinhos, a casa de Lee Minho ficava à completa mercê e disposição dele e do Han. Sozinhos, descalços, um pote enorme de sorvete de morango e a falta milagrosa de olhares invasivos. 

O inverno estava caminhando para o fim, e as coisas entre ambos parecia descongelar junto, da exata forma que o creme gelado virava líquido no pote do Lee. 

— E é por isso que A Viagem de Chihiro é um dos meus filmes preferidos. Não tem como assistir e não ficar com uma sensação de… — ia explicando, sentado no chão e escorado no sofá azul grisáceo de dois lugares, o qual Minho estava deitado, quieto demais. Jisung se perdeu nas próprias palavras enquanto o longa passava na pequena TV da sala, torcendo o corpo para cima para que pudesse ter a visão privilegiada da vida: Lee Minho dormindo tranquilamente enquanto segurava seu potinho de plástico com ainda metade do sorvete. — Hyung? Min? 

O ventilador ligado no mínimo fazia um barulhinho ambiente, calmo como se fosse a brisa marítima, em conjunto com a televisão ainda falando. Era alguma hora entre duas e quatro da tarde, porque o sol que entrava pela janela ainda era amarelado e o céu parecia um azul limpo de nuvens. Perfeito para sair, caminhar, talvez um piquenique. Mas os dois jovens adultos acharam que seria mais memorável e aconchegante aproveitar a companhia um do outro ali, isolados do resto, só eles e eles. 

Jisung retirou o pote com cuidado das mãos alheias, minucioso em seus movimentos para que ele não despertasse da soneca aparentemente muito boa. Não fazia ideia do que Minho fazia em Seul, esse assunto ainda não havia sido mencionado, todavia parecia ser algum trabalho cansativo. 

Só era impressionante como o tempo apenas favorecia a beleza dele. Um sortudo do caralho por ter crescido e seguido uma linha estupidamente perfeita de traços inesquecíveis. 

Jisung era um fodido, estava completamente na merda com esses sentimentos pesados que se encaixavam tão bem em seu corpo todinho. Então, já que Lee Minho era tão bonito e Han Jisung o amava tanto, mas tanto, deu um tempo em tudo e parou para observar seu mundo. 

Aρᥱgo ; minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora