XI. Naufrágio

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"Não acertei o momento, e parece que estou sendo punidoNão acredito que, para chegar mais perto de vocêAcabei construindo uma parede da qual não posso me aproximar…Estou ressentido, você tambémNão sei a quem culpar, então o ressentimento cresce…En...

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"Não acertei o momento, e parece que estou sendo punido
Não acredito que, para chegar mais perto de você
Acabei construindo uma parede da qual não posso me aproximar

Estou ressentido, você também
Não sei a quem culpar, então o ressentimento cresce

Enquanto eu organizava meus sentimentos, deixei passar o mais importante, você"

Sorry, I Love You, Stray Kids

Quando se tem um navio, espera-se que ele faça longas e boas viagens, que explore novos mares e aguente firme a força da água batendo sobre seu casco. Priorizam uma estrutura resistente ao sal, para que nada enferruje com facilidade, e assim dure até que todos cheguem a salvo no porto. Você se esforça, dá o seu melhor para guiar o mastro na direção certa, faz o possível e o impossível, porque gosta da brisa úmida que bate em seu corpo e escorre pela alma. Mas quando acontece um naufrágio, por mais linda que possa ter sido a experiência de navegar, tudo vira tragédia, afogado pelo mar e preso entre recifes rígidos.

Lee Minho, como um bom marinheiro e amante de Han Jisung, não queria que suas lembranças de toda uma vivência extraordinária terminassem em memórias tombadas num mar de desalento.

Ele era viciado em reviver seu passado com Jisung. E isso provavelmente lhe custava mais do que uma vida estável em Seul.

— Não ficou com saudades de mim?

Que pergunta boba.

Jisung quase explodiu de tanta falta que sentiu de cada pedacinho de Lee Minho, isso era doloroso e machucava seu coração.

Era a maldição de um amor genuíno e gigante demais, incapaz de caber em uma cidade tão minúscula de quilômetros e com cérebros antiquados.

— Pensei que você iria me ignorar pelo resto da vida. Me deixa aliviado em saber que não precisei tomar a iniciativa, pra ser sincero, eu não ia ter coragem — a voz trêmula era quase imperceptível, mas fazia um eco enorme dentro da própria cabeça. Sim, Jisung não era corajoso o suficiente para lidar com as consequências de suas escolhas, e ele se martirizava por isso.

Para sua surpresa, Minho riu. Tão gracioso e leve que nem aparentava ter uma âncora jogada aos pés do Han.

Ninguém imaginou que seria fácil deixar o apego no passado, todavia também não esperavam que ele fosse tão resistente assim. Talvez estivessem certos em declarar amor um ao outro, algo diferente disso com certeza seria considerado pecado. Jisung e Minho se atraiam como imãs.

— Você nunca me pede pra ficar, sempre me deixa livre pra ir. Sou eu que te seguro, no final das contas, é compreensível que eu continue fazendo isso, mesmo agora. — Minho escorou-se no batente, ficando mais perto do que o previsto.

Aquela falta de distância era perigosa para o coração apaixonado do Han.

Por um instante, esqueceu de responder. Ele era tão, mas tão bonito, tão inexplicável que era muito fácil se perder em seus traços. Minho era o mar aberto e Jisung com certeza não tinha uma bússola, e era engraçado o jeito em que se perdia no mesmo lugar em que se achava.

Aρᥱgo ; minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora