Fogo, Gelo, Sangue - Aemond Targaryen (CONCLUÍDA)

Epílogo

O sol mal tinha raiado quando Lyanna acordou com o barulho dos dragões que sobrevoavam Solarestival. Desde quando Aemond passou a ensinar os filhos a montar em seus respectivos dragões, acordar com os rugidos era algo normal.

Caso estivesse em casa Daeron estaria voando também, mas o irmão caçula de Aemond passava boa parte do ano voando com Joffrey pelo continente e, pela última carta que enviou, estava passeando no Norte e tinha ficado alguns dias em Winterfell, antes que Cregan, Helaena e as crianças fossem para Porto Real, em razão da comemoração do décimo terceiro aniversário da coroação da Rainha Rhaenyra.

A Lady se aproximou da janela e viu Vhagar pairando no ar rodeada por Stormsky, que era o dragão de Daella, Pollux, que era o dragão de Rhaella e Zafiro, o dragão de Rhaegar.

O dragão de Daella era prateado e tinha as membranas cor de rosa perolado, o de Rhaella era acinzentado como o lobo Storm com chifres pretos e o de Rhaegar era de uma tonalidade azul muito parecida com a pedra que Aemond carregava em seu olho perdido.

Baelon, Visenya e Daenerys, os caçulas do casal, tinham ovos os quais ainda não tinham eclodido, embora Aemond afirmasse que o de Baelon e Visenya, que tinham 8 e 6 anos, respectivamente, já estavam quase eclodindo.

Lyanna foi se arrumar com uma trança embutida e um vestido azul safira, antes de sair do quarto e procurar por Daenerys, a caçulinha que tinha seis meses de vida e, assim como Rhaella, tinha as feições de Aemond e os cabelos pretos de Lyanna. Os outros eram todos platinados.

Como Daenerys ainda estava dormindo, rodeada por bonecas e dragõezinhos de pano, Lyanna foi procurar por Baelor e Visenya e os encontrou no jardim ao lado do pátio. Os dois estavam fascinados e encaravam o céu, certamente acompanhando o voo do pai com os irmãos.

—Mamãe! —Eles falaram assim que viram Lyanna e Visenya correu para abraça-la, sendo seguida por Baelon.

—Ei, meus lindos! —Lyanna respondeu e se sentou num banco de madeira que ficava ali. —Estão vendo o papai e os seus irmãos?

—Na verdade eles já desceram. —Baelon respondeu. —A gente queria ver os nossos lobos, mas só o Storm e a Nymeria estão por perto... os outros foram passear.

—Sabia que quando a mamãe e o papai morávamos em Porto Real o Tormizinho e a Ny sempre faziam passeios secretos? —Lyanna perguntou. —Eles sumiam por horas, a Nymeria muito mais, inclusive, mas sempre voltavam.

—Eu queria que eles me levassem nessas aventuras. —Baelon suspirou.

"Seu pai surta se ouvir isso" Lyanna pensou e encarou o filho.

—Mamãe, o papai ainda tá bravo comigo? —Baelon perguntou e Lyanna franziu o cenho, porque não sabia de nenhum motivo para Aemond estar bravo com o filho.

—Por que você tá falando isso? —Lya perguntou e viu que Visenya olhou para baixo.

—Eu tenho medo do meu ovo não eclodir e para eu ter um dragão, eu falei com o papai que ia reivindicar o Sunfyre, mas ele me proibiu, porque era o dragão do irmão do papai que a gente não pode falar o nome. —Baelon explicou e Lyanna entendeu o ponto de Aemond.

Ele não queria nada que lembrasse Aegon em Solarestival. Obviamente que Jaehaerys, Jaehaera e Maelor não entravam nessa determinação do príncipe, porque o usurpador nunca ligou muito para os filhos.

—Vem cá, Baelon. —Lyanna ergueu os braços e chamou o filho para o colo dela. —Sem essa de que é grande demais para um carinho de mãe.

—Eu gosto do seu colo, mamãe. —Baelon respondeu e abraçou a mãe, enquanto brincava com a saia do vestido de Lyanna.