Já era o décimo dia e Lucerys estava bem melhor e menos assustado. Aemond ficava na caverna o tempo todo, exceto quando ia buscar comida e água. Durante as caminhadas ele acabou encontrando uma cabana no meio da floresta e decidiu que levaria o sobrinho para lá, que era mais perto do rio.
—Você não tem casa não? —Lucerys perguntou. —Fica o tempo todo aqui.
—Tem hora que eu penso se deveria ir embora e deixar você se virar sozinho. —Aemond retrucou.
—Não estou reclamando, se você quisesse me matar, já teria feito. —Luke rebateu. —Só acho que sua esposa deve sentir sua falta.
Foi a primeira vez em dias que ele ouviu falar de Lyanna e aquilo dilacerou o coração dele um pouco. Como será que ela estava?
—Ela não quer me ver. —Aemond foi sucinto. —Ficou furiosa quando soube o que aconteceu em Ponta Tempestade.
—Eu não morri, talvez ela fique satisfeita e menos chateada. —Luke respondeu.
Se Aemond não o odiasse, poderia afirmar que ele era agradável.
—Não adiantaria. —Aemond respondeu brevemente.
—Acho que você deveria ficar com ela. —Luke falou. —O Daemon sempre ficou por perto da minha mãe durante as gravidezes dela e isso a agradava.
—Não tem mais bebê. —Aemond falou rápido.
Luke arregalou os olhos e encarou Aemond, ficando em silêncio por um tempo. Ele abriu e fechou a boca alguma vezes, até que falou.
—Sinto muito. —Luke disse.
—Você não entende. —Aemond rebateu.
—Não na mesma intensidade, mas eu entendo. —Luke respondeu. —Minha mãe perdeu o bebê também. Quando... Quando...
—Foi quando ela soube da coroação do Aegon? —Aemond perguntou.
—Isso. —Luke disse. —Eu estava treinando com o Jace e minha avó disse que a mamãe estava nos chamando e era urgente. Saber da morte do vovô e que sofreu um golpe praticamente em sequência mexeu com ela o suficiente para entrar em trabalho de parto.
—Agora os motivos dela para nos matar multiplicaram. —Aemond respondeu. —Sinto muito pela sua perda. Era um bebê inocente.
—Era uma menina. Mamãe a chamou de Visenya. —Luke comentou.
Visenya... Sua parente distante e primeira montadora de Vhagar.
Provavelmente ela se envergonharia de Aemond, conforme o príncipe pensou.
—Lya estava esperando um menino. —Aemond se amaldiçoou por ter esse tipo de conversa com Lucerys. —Se chamaria Baelor.
—É um bom nome. —Luke respondeu. —Vocês ainda são jovens, podem tentar outra vez. Sei que dará certo.
"Duvido muito que Lyanna se deite comigo outra vez e eu jamais seria sujo a ponto de obriga-la a isso" Aemond pensou e encarou o sobrinho.
—Está com dor? —Ele mudou de assunto, já que ele não se permitia falar muito da esposa.
Quando ele fazia isso, era dominado por uma vontade de chorar e ele odiava chorar.
—A perna, mas comparado a antes, não sinto nada. —Luke respondeu. —Posso te perguntar uma coisa?
—Se você responder como saiu vivo... —Aemond negociou, já que estava curioso desde o segundo que viu Lucerys.
—Minha sela... Ficou junto de um pedaço da asa do Arrax quando... quando... —O mais novo vacilou e Aemond viu que ele queria chorar. Arrax era o ponto delicado de Luke, enquanto Lyanna era de Aemond.
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Fogo, Gelo, Sangue - Aemond Targaryen (CONCLUÍDA)
Fanfiction-Você não quer casar? Todas as donzelas querem casar, ter filhos, fortalecer a família. -Aemond respondeu. -Casamento é um dever. -Eu quero casar por amor, não por obrigação ou imposição -Lyanna respondeu. -Quero ter o que os meus pais tiveram, quer...