1 - Perdão padre, eu pequei.

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Victoria, uma jovem de 20 anos jamais havia namorado, os caras de sua idade não lhe atraiam pelo jeito imaturo e babaca de serem.
Sua primeira relação sexual foi consumada ainda bêbada durante uma festa, foi de forma consensual, mas o arrependimento ainda era algo presente, já que foi uma péssima experiência.

Ela não queria mais aquele tipo de homem pra sua vida. Então ela se conformou em levar uma vida de solteira passando por relacionamentos casuais, visto a tantos fracassos.

Mas ainda havia aquela pressão de toda sua família, que por sinal era muito conservadora. Era uma obrigação que se casasse e encontrasse um homem, de preferência rico, independente de qualquer coisa.

Mas isso pra Victoria era ridículo, a vida tem que ser além de um casamento infeliz apenas pra manter as aparências.
Só que depois de tantos anos lhe perturbando o juízo, ela parou de tentar argumentar e só aceitou.
E assim, durante a visita de uma tia religiosa, ela ia a mais uma missa, por pura obrigação.

- Bom dia irmãos e irmãs. - anunciava o velho padre local - Como foi comunicado no domingo passado, hoje temos a visita de um irmão vindo da Califórnia. Deem boas vindas ao padre Carlo.

Distraída demais olhando pros desenhos no teto, que de fato achava incrível, ela mal se atentou ao que aquele velho barbudo dizia.
Só começou aplaudir ao ser estimulada por ouvir o som das palmas ao seu redor.
Quando se deu conta do que todos olhavam estaticamente pro altar, em suma, as mulheres com sorrisos largos, ela voltou a realidade e focou sua atenção pra frente.

- Bom dia, muito obrigado pelas palavras e pelas palmas. Mas receio não ser necessário, sou apenas um padre e não uma estrela do rock. - dizia o lindo homem com bom humor.

Alguns risos forçados são emitidos, até mesmo por Vic que sempre achou tudo um saco, mas que ao ver aquele homem de ombros largos, pescoço com veias saltadas, barba por fazer, uma boca pequena e olhar doce, fez algo dentro dela virar a pessoa mais fascinada por igreja do mundo.

Seus olhos brilhavam ao tentar conhecer os detalhes do pouco de pele que ficava a mostra por conta de sua batina, que escondia a maior parte do corpo.

- Ei, vamos embora? - sugere tia de Vic.

- Hã?

- A missa já acabou.

- Nossa é mesmo! - diz ao notar os bancos vazios.

- Nunca vi você tão entretida com a missa.

- Pois é. Hoje foi como estar no céu. - ela responde em voz baixa.

Caminhando de volta pra casa onde teria um almoço em família, pra sua infelicidade ela descobre que lá estava Robert. O vizinho pupilo da família. O rapaz "prometido", de boa família, devoto e um dos maiores provedores da paróquia.

- Puta que pariu, era só o que faltava mesmo. - pensa consigo mesma - Até aqui eu sou perseguida por esse idiota?

- Oi. - ele se aproxima dela com um sorriso cheio dentes.

- É, oi. - Vic responde sem entusiasmo.

- Olha só, o que acha da gente ir pro cineminha depois da quermesse na quinta-feira?

- Vou ver e te aviso.

- Por que você fica se fazendo de difícil? - de repente ele muda o tom de voz açucarado - Todo mundo sabe que eu sou o melhor pra você, até você sabe.

- Da licença, que tão me chamando alí. - Vic aproveita de qualquer oportunidade pra deixá-lo falando sozinho.

É, o cara era um porre.
Não saía do pé dela há tempos, desde que seus pais se sociaram nos negócios. E então o que começou com algumas brincadeiras entre os membros da família, se tornou algo real demais. Todos passaram a almejar o casamento dos dois.
Além de garantir a vida de amélia, também garantia uma boa oportunidade nos negócios pra todos.

Forgive Me Father | Pedro Pascal Onde histórias criam vida. Descubra agora