- Eu te amo.
- Vai passar.
Não, o coração de Victoria não aceitava que um sentimento tão puro e genuíno entre dois adultos pudesse ser considerado errado.
Mas para Carlo, conformado com sua vida solitária de padre, isso era demais pra ser compreend...
Na manhã seguinte, às 8h30 o despertador toca exaustivamente pela segunda vez após ser ignorado. Ainda com dificuldade, Carlo abre um pouco os olhos, apenas o suficiente para avistar o celular em cima da mesinha ao lado e finalmente conseguir desligar o som irritante. Ele suspira fundo levando as mãos aos olhos, esfregando simultaneamente, que ao ser atingido pela claridade vinda da janela, faz sua retina doer.
Carlo emite um som rouco de desconforto e frustração, mas o sentimento muda em seguida e fica agraciado ao finalmente notar o braço de Vic em volta de seu corpo nu. Por não ter absolutamente nenhum costume em acordar com uma mulher ao seu lado, é até compreensível o fato dele ter esquecido que dormiu com Victoria. Com delicadeza, Carlo desliza a ponta dos dedos por toda extensão do braço dela, e a acaricia por alguns minutos. Até que por fim, ele se vira para vê-la melhor.
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Sua mão esquerda puxa com cuidado a mecha de cabelo que protegia a bochecha, rosada e repleta de sardas, de Vic. Involuntariamente, Carlo revela um sorriso encantador nos lábios, e deposita um beijo na pontinha do nariz dela, que a desperta de leve.
- Bom dia, dorminhoca.
- Urhmm... - Victoria resmunga, como um urso faminto.
- Não me lembrava do seu mau humor matinal. - brinca alinhando o cabelo dela por cima do ombro.
- Eu não sou mal-humorada. - afirma com a cara afundada no travesseiro e sua voz acaba saindo abafada - Só mais cinco minutinhos vai...
Ela até tenta voltar a dormir, mas Carlo puxa as cobertas com tudo, já subindo em cima de Vic beijando-a e fazendo cócegas em suas costelas.
- CARLOO!! Para agora!!! - ela grita rindo.
- Você disse alguma coisa? Eu não ouvi. - finge e continua fazer cócegas.
- Tá bom, tá bom, eu já acordei!!! Pode parar, Carlo! - exclama gargalhando quase sem ar, com o rosto todo vermelho.
- Aaaah agora sim! - ele acompanha nas risadas - Bom dia, querida.
- Bom dia, seu chato. - Vic senta na cama tentando mostrar emburrada.
- O que acha de um lanchinho antes de pegarmos a estrada? - pergunta entre alguns beijos no ombro.
- Se você fizer, eu aceito. - sorri tímida.
- Você sabe que adoro cozinhar pra você. - Carlo segura suas mãos e brinca com os dedos, os balançando de leve - E o que a madame gostaria?
- Humm... - Vic fecha os olhos se concentrando no pedido - Eu ia adorar umas panquecas, com aquela geléia de amora e um suco de laranja. - ela abre apenas um olho o encarando com curiosidade e sorrindo - Pode ser?
- O que você quiser. - conclui lhe dando um beijo no dorso da mão. - os dois se levantam da cama, apressados e vestindo a primeira peça de roupa que encontram pelo chão.
