"Viver é desenhar sem borracha".
- Você não tem dormido bem, né? - Juliana, uma das amigas mais próximas e mais irritantemente observadoras de Brunna, sorriu meio triste enquanto o garçom colocava um espresso triplo diante delas.
Apesar dos inúmeros bocejos que ela conteve durante todo o jantar, Brunna sabia que estava um caco. Nem mesmo sua maquiagem Estée Lauder conseguia esconder o cansaço em torno dos seus olhos. Além disso, Juliana a conhecia havia seis anos e nada passava despercebido por ela.
- Eu tentei - respondeu a latina, sacudindo um pacotinho de adoçante.
- Ainda está tendo pesadelos? - perguntou Júlia, do lado esquerdo de Brunna.
Ju e Juliana são noivas e foi a partir de Juliana que Brunna conheceu Júlia. Elas ficaram amigas instantaneamente. Brunna não podia negar que Júlia possuía uma estrutura invejável, sua cor pele era negra e a deixava ainda mais linda, seus olhos castanhos eram cheios de vida e seus cabelos pretos médios estavam lisos, deixando ela mais jovem. Juliana era alta, seus cabelos eram cacheados e seus olhos castanhos. Ambas eram lindas e faziam um casal perfeito.
Juliana era também professora, passou quatro anos dando aulas no Texas, mas voltou porque não já não aguentava mais estar longe da noiva e era bom tê-la por perto de novo, completando o trio de amigas, apesar da preocupação das duas ser um tanto sacal, Brunna sabia que ambas tinham boas intenções, mas isso, somado à inquietação da mãe em relação ao seu trabalho, estava se tornando exaustivo.
Juliana meneou a cabeça.
- Você sabe que pode me ligar a hora que quiser Bru.
- E acordar vocês durante a noite? - perguntou Brunna, erguendo os ombros - Porque eu ligaria para vocês?
- Porque somos suas amigas e nos preocupamos com você - respondeu Juliana antes de enfiar uma grande colherada de crème brûlée na boca.
- Ainda mais com esse emprego - complementou Júlia e Brunna a encarou.
- Não comece - Brunna ergueu as mãos em rendição.
- Quem está começando?
Gonçalves girou a colher dentro de sua xícara.
- Esse emprego...
- É importante para você, nós sabemos - interrompeu Juliana, colocando a mão sobre a da latina - Você tem muita coisa pela frente nos próximos meses - Brunna baixou os olhos e fitou a mesa - O aniversário da morte do seu pai não está longe. Só saiba que eu e a Júlia estamos aqui, ok? Nós amamos você.
- Eu amo vocês.
- E lembre-se: sou professora mas também advogada. Se qualquer pessoa naquele lugar atazanar sua vida, estou à sua disposição. Você sabe que eu conseguiria descobrir até os podres do papa se você precisasse - Juliana e Brunna riram.
Aquilo provavelmente era verdade. Juliana ganhara muitas das suas causas através de favores e determinação, investigando sujeiras a fundo. Farejava escândalos e extorsões como um cão de caça.
- Ei, sua mãe ligou? - perguntou Ju e Brunna suspirou fundo.
- Três vezes só na noite passada.
Júlia ergueu a sobrancelha.
- Ela ligou para mim também. Está preocupada, só isso.
- Olha, eu sei que você joga no time da minha mãe...
- Não jogo no time de ninguém - retrucou Júlia - Eu apenas entendo seus motivos. Deve ser difícil para ela.
Brunna se irritou.
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Desejo proibido.
Fiksi PenggemarBrunna Gonçalves nasceu em berço de ouro. Filha e neta de senadores, a bela latina de olhos castanhos e curvas perfeitas se formou em Literatura e surpreendeu todos ao decidir dar aulas em uma penitenciária. Mas quando Ludmilla Oliveira, uma detenta...