Desejo: Uma história Pirata | História em mudança

Prólogo

Capítulo aborda um tema pesado e sensível.

Para melhor inserção e imaginação dos personagens tem essa pasta no Pinterest a qual me baseei: https://pin.it/1QQfQHC

Para maior imersão tem uma playlist com o nome do livro no Spotify, para acessar é só pesquisar meu nome de usuário: iamoneil.
Quando for usado alguma música falarei no começo do capítulo, caso alguma parte da música em específico seja usada vou colocar as iniciais N.A. (Notas da Autora) e os minutos da música.

Boa leitura!
Não esquece de votar e de comentar o que achou do capítulo. 🥺
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Nas províncias de Mal-Morto, cidade reconhecida por sua enorme força militar e política, muito o que se falava ou se era imposto, de que a cidade tinha tal nome pela baixa taxa de mortos em conflitos.
"Zumbis sobre a terra e mar", "Pessoas incapazes de serem aniquiladas", era um de seus lemas. Mas a verdade era que boa parte, provavelmente mais que metade da província, sempre estava infestada por doenças. Sua força militar era estonteante, é claro, mas as pessoas que viviam sobre a parte oeste da cidade eram dominadas pela fome, moradias insalubres, terra infértil, doenças e por criminosos. Diferente do leste, que era dominado por lojas condecoradas, grandes casas e locais de passeio para os nobres e aldeões locais, junto a escolas e quartéis.

Entre o lado oeste e leste, chamado de divisa, o mercado ilegal percorria fortemente junto a bordéis, casas de apostas e orfanatos, sendo de fácil acesso a todos os lados da cidade.

Situado na divisa, Recanto das Flores é o prostíbulo mais famoso e requisitado de Mal-Morto. Sendo de grande uso dos nobres do lado leste. Aberto desde o nascer do sol ao por do sol, o lugar está sempre com clientes.

Vera, dona do local, passava pelos quartos para vistoriar suas aparências. Era uma mulher não tão jovem, mas que ainda guardava consigo lembranças de sua juventude avassaladora. Era conhecida como a melhor dama dos prazeres da cidade e sua fama chegava a atravessar outras províncias. Sua presença ainda era facilmente requisitada, mas somente por uma enorme quantia era concedida. Seu espartilho acentuava suas curvas e moldava seu corpo ao vestido vinho que usava. Seus seios, não tão fartos, se tornavam àmostra e remexiam a cada passada que dava com seus saltos de bico redondo, assim como seu cabelo escuro preso boa parte em um coque e outra em cachos grossos que tocavam sua nuca.

Sua inquietude estava estampada em seu rosto e procurava por qualquer coisa que estivesse errada. Finalmente, parou em um dos quartos ao avistar Belladona, a mais nova das garotas, limpando um dos quartos.
A casa não estava cheia, mas se aproximava da hora de lotação e por isso a mulher ficou irritada ao ver a jovem fazer o serviço tão lentamente. Ela não escondia o fato de que sempre implicava com a garota e isso era notório para todos da casa.

- Belladona! - Exclamou Vera com sua voz fina e ríspida. A garota se virou imediatamente sem conseguir encobrir a confusão por ser puxada de seus pensamentos tão rapidamente.

- Dona Vera, eu... - A garota se preparou para aguentar, novamente, as fortes palavras da mulher à sua frente. Suspendeu a enorme vontade de revirar os olhos.

Antes da mulher aparecer, ela limpava uma enorme janela em detalhes dourados. Não percebera a presença da mais velha pois estava distraída fitando o mar. As ondas se quebravam lindamente e o reflexo do sol do fim da tarde parecia polir tudo tão magicamente que ela se perguntava como seria estar na pintura que via naquele exato momento. Tornou a pensar nisso, mas voltou a prestar atenção em Vera quando sentiu um pedaço de pano bater em sua pele exposta no braço direito e lhe causar ardência. Sua mão percorreu o local e o apertou, deixando um "Aí!" sair de seus lábios enquanto olhava a mulher à sua frente. Seu rosto estava vermelho, mas ela acreditava não ser da pesada maquiagem que usava. Começou a prestar atenção na maquiagem que a mulher usava.