1

1.3K 74 186
                                    

Primeiramente, eu sei, demorei pra caralho pra atualizar isso aqui. Mas a culpa não é toda minha, vou colocar numa querida ai nossa que atazanou nossa vida nos últimos dias.

Segundo, preciso falar que essa é minha primeira fic, então eu to nervosa pra cacete, pq bom, eu real acho que escrevo muito mal (e sim, eu escolhi fazer Jornalismo pra viver, acreditam?!).

Terceiro, mas não menos importante, quero agradecer às minhas amadas Distópicas: Aline, Elô e Rafaela, por me ajudarem e não me fazerem desistir disso aqui (saibam que vocês ainda vão ter que me encher muito o saco pra eu não jogar isso aqui tudo pro alto, tá?). Amo vocês.

Bom, espero que vocês gostem, e se não gostarem, não quero saber, beijos.

NOVEMBRO DE 2022

Depois que retornei da minha temporada de estudos na Europa, eu já havia encontrado Stenio algumas vezes. Umas ele me procurava, outras era eu. Mas todas relacionadas a trabalho. Por isso, a minha surpresa quando ele me convidou para jantar.

Parte de mim gritava finalmente. Já a outra, tão conhecida pelo meu ex-marido, sabia que estava adentrando um terreno perigoso.

E era um terreno que além de perigoso, agora era desconhecido. Encontrar Stenio sempre me causaria uma certa ansiedade, mas ele não ainda não conhecia a Heloísa que fazia terapia. Nem eu conhecia essa Heloísa com ele.

Quando o assunto é trabalho, eu ainda tinha o poder de disfarçar.

Será que ele percebeu a mudança? Será que ele se pergunta por onde eu andei nesses anos longe? Será que ele perguntou sobre mim para Drika ou para Creusa?

Eu sei que eu não perguntei. Eu não queria saber, eu não podia saber. Se eu soubesse, eu não conseguiria viver longe dele como eu estava. E eu precisava viver, eu precisava sobreviver sem ele.

E mesmo depois de tantos anos, eu estava aqui de novo, na minha delegacia, olhando para todo o trabalho que eu tinha que fazer, mas estava inquieta esperando os vinte minutos restantes para poder ir para casa e ir ao encontro dele.

///

Saí da delegacia pouco depois das sete horas da noite para o jantar. Sabia que estaria mentindo se não afirmasse que sentia saudades dele. Todo sentimento por ele era mais forte do que qualquer palavra de negação que tentasse expressar numa clara tentativa de se proteger.

Entretanto, ela sempre soube que podia mentir para todo mundo, menos para ela mesma. O seu grande alívio é que não havia como as pessoas lerem sua mente, como faziam nos filmes fantasiosos que Stenio obrigava ela a ver sempre que possível quando estavam juntos.

Ter sua mente e seus sentimentos só para si era ao mesmo tempo uma bênção e um castigo. Era ótimo poder mascarar o que sentia, principalmente por ser delegada. Se ela não fosse minimamente fria, ela não sobreviveria todos aqueles anos vendo e ouvindo tudo o que chegava a ela no trabalho.

No entanto, hoje, com a terapia, ela percebia o quanto afastava aqueles que ela amava com isso. Somente demorou 30 anos para perceber que aquilo a fazia mal.

Então, sim, ela estava ansiosa para jantar com Stenio Alencar.

///

Ao chegar no apartamento, escolheu propositalmente uma saia de couro preto curta, que sabia bem o efeito que teria nele, e uma camisa com estampa de animal print de sua enorme coleção, deixando propositalmente um decote generoso que deixava ainda mais evidente o microdermal que há pouco tempo havia colocado.

Enquanto terminava de se maquiar, escutou a campainha tocar.

Era ele.

Viu quando ele entrou no quarto como se ainda pertencesse aquela casa, aquele quarto. Na mão dele um vaso de orquídeas azuis.

utopia (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora