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Feliz ano novo pessoal! 

Uma única coisa que eu queria dizer é que esse foi o primeiro capítulo que eu pensei com a Aline quando a gente pensou nessa fic.

Vou deixar vcs lerem em paz no final do capítulo eu explico algumas coisas. 

Boa leitura, espero que gostem! 


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Stenio's pov

Desde o aniversário de Guida que as várias doses noturnas de whiskey haviam se tornado minha melhor amiga. Nos finais de semana, eu variava entre as bebidas, até que me deixasse o mais incapaz possível para não recordar dos últimos instantes que vi Heloísa na minha frente.

Minha rotina a partir daquela festa mudou drasticamente. Saía de casa para trabalhar todos os dias, ficava no escritório até o horário que o segurança do prédio aparecia por lá para me expulsar do local. Passava em alguma loja próxima ao trabalho ou ao meu apartamento e comprava a minha dose de álcool da semana para beber até dormir e acordar no dia seguinte, para recomeçar todo o ciclo novamente.

Eu tentava a todo custo não deixar que minhas memórias me traíssem, mas era impossível não me lembrar dela a todo o instante.

Como não lembrar da presença constante da mulher que atormenta a minha vida há trinta anos?

Que ela era a mulher da minha vida, não havia dúvidas, nem para mim nem para qualquer pessoa que convivesse comigo por alguns minutos. Era engraçado ouvir das outras pessoas como a nossa história parecia um conto inventado, um amor para além dos limites do que era possível e impossível.

Mas agora, enquanto encaro as paredes do meu apartamento, com o meu quinto copo de whiskey em mãos, eu percebo que talvez devêssemos ter tido mais uma conversa, mais um desentendimento, mais uma reconciliação.

No nosso primeiro divórcio, eu tinha total consciência de que a culpa era minha. Palavras de arrependimento nunca serão suficientes para demonstrar o quanto eu fui o mais idiota dos homens quando fiz o que fiz.

Nós nos casamos muito cedo, muito jovens. Pais muito jovens de uma menina nada fácil. Se Helô estivesse aqui agora, ela faria uma palestra sobre como eu mimei a Drika e todos os motivos de como isso foi prejudicial a ela.

Até isso eu sinto saudades dela.

A verdade é que não existe nenhum centímetro de mim que não sinta falta de Heloísa Sampaio. Mesmo quando estamos juntos, eu sinto a falta dela no segundo em que ela não está mais na minha presença.

Eu sempre soube que ela era a mulher da minha vida, mesmo quando fazia merda, mesmo com as brigas, mesmo com as separações. É como se o nosso destino fosse interligado, talvez seja isso que signifique ter uma alma gêmea.

Então, é por isso que agora doí tanto. O olhar de dúvida dela na festa da Guida está impresso na minha mente e toda vez que eu fecho os olhos eu consigo ver e rever.

Não posso ser hipócrita e dizer que nunca me envolvi com outras mulheres, mas eu nunca senti a dúvida. Era ela, é ela, sempre será ela.

Enquanto divagava sobre todas as coisas erradas que deram e estão dando na minha única vida amorosa, eu escuto a porta do meu apartamento abrir. Talvez, se já não estivesse em um estado de tanta melancolia e alcoolizado, eu me prestaria a sentir medo do invasor.

Mas por sorte do destino, meu invasor na realidade é uma invasora e o nome dela é Maya, que mal me dá tempo de perceber a sua presença e já está brigando comigo.

utopia (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora