"I care for you still and I will forever
That was my part of the deal, honest
We got so familiar"Annabeth se sentia exausta. Ela estava deitada na cama faziam cerca de 6 horas, mas seu corpo estava tomado pelo cansaço. Não se lembrava de qual era a última vez que tinha posto o pé para fora da casa de verão de seu avô ou qual a última refeição que havia feito, tinha certeza de que tinha perdido pelo menos uns 2kg por isso. Haviam se passado 3 meses desde a festa de formatura, a última vez que ela tinha visto ou falado com Luke ou qualquer um de seus amigos.
Todos exceto Thalia, o que devido a situação tornava as coisas muito complicadas.
Sentia-se péssima de ignorar as mensagens e ligações incansáveis da melhor amiga, mas a última coisa que precisava era ouvir o repetitivo discurso sobre o quanto ela estava apaixonada por Luke. O garoto havia contado para a namorada que Annabeth os descobrira, mas não entrou em detalhes de como exatamente, então a morena não se policiava muito em falar sobre. A garota odiava admitir, mas cada palavra que lia sobre o ocorrido a embrulhava o estômago, ela se sentia fisicamente doente. Thalia não poupava palavras ao falar sobre seus beijos, como ele a tocava, os lugares que visitavam, do cheiro dele. Annabeth conseguia disfarçar, dizia estar feliz por eles, as vezes até soltada uma pergunta ou outra para não parecer desinteressada. Mas se fosse realmente sincera, tudo o que conseguia pensar era como todas aquelas coisas deveriam ser suas. Se sentia horrível pela verdade, mas pela primeira vez em sua vida sentia inveja pura e genuína da amiga.
Diversas vezes se pegava em cruéis devaneios de possibilidades onde ela poderia estragar as coisas para eles. Poderia forjar provas de que Luke a traia, ele certamente cairia como um patinho, não sabia como se defender. Talvez pudesse arrumar outra pessoa para conquistar Thalia, mas era praticamente impossível. Os devaneios sempre acabavam no mesmo lugar: a verdade. Poderia simplesmente contar a amiga sobre seus sentimentos, sobre o que Luke fizera, o porquê de ter feito. Esse devaneio era o que a fazia chorar mais vezes, ela se odiava por ser capaz de sonhar acordada com esses cenários e se surpreendia com o quão cruel conseguia ser em sua cabeça. Não seria realmente capaz de fazer aquilo com nenhum dos dois, apesar de tudo. Annabeth sabia que Luke não tinha intenções ruins ao fingir corresponder seus sentimentos, mas não conseguia deixar de sentir raiva. Mas também, não era exatamente raiva. Não, era muito pior que isso.
Ela se sentia humilhada.
Humilhada por passar tantas noites em claro imaginando sua vida juntos, se maravilhando com o momento em que ele finalmente teria coragem de dizer que a ama e a beijaria de novo. E enquanto isso, Luke sabia de tudo e fingia ter os mesmos pensamentos, os mesmos anseios, mas só tinha olhos para Thalia.
- Annabeth, posso entrar? - A voz de seu avô, Timothy, ecoou do outro lado da porta do quarto de hóspedes, a fazendo sair de dentro de sua cabeça. A garota secou suas lágrimas rapidamente e se sentou na cama, passando as mãos no cabelo ligeiramente. Alcançou um livro qualquer na cabeceira da cama e o abriu numa página aleatória.
- Pode sim, vovô! - disse ao final de seu preparamento. Timothy adentrou timidamente o quarto, carregava consigo uma vara de pescar. - Bom dia, está indo pescar?
- Sim, estamos indo pescar, eu e seu pai. - O homem olhava apreensivo para a neta, como se estivesse com medo de dizer as próximas palavras. - Bem, eu chamei sua prima, Mags, para vir aqui. - Annabeth franziu a testa brevemente, tentando não deixar o óbvio incômodo transparecer.
- Ah, verdade? - disse sem muita emoção, seu avô respirou pesadamente.
- Meu girassol, veja – Timothy se aproximou lentamente, sentando-se ao lado da loira. Annabeth já sentia o coração amolecido por tê-la chamado pelo apelido de infância. Só ele a chamava assim. - Eu não sei bem o que aconteceu com você, mas eu sei que você não é assim. Sempre teve muita energia, você construiu metade dessa casa, pelos Deuses! Da última vez que veio aqui você projetou e construiu sozinha uma casa na árvore, no ano antes disso, você desenhou a planta da casa inteira dos Wilson aqui do lado e com as suas próprias mãos! Que tipo de criança faz isso? - A loira não conseguiu segurar uma risada fraca e melancólica.
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Checkpoint - Love Is a Laserquest
RomanceAnnabeth tem 18 anos e acabou de ser rejeitada pelo seu primeiro amor. Além disso, ela se depara com o início do fim da adolescência, tendo que lidar com o doce e amargo sabor da liberdade. Recém saída do ensino médio, ela recebe a notícia de que te...