Capítulo 14 - Labyrinth

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"Oh no, I'm falling in love again
Oh, I'm falling in love
I thought the plane was going down
How'd you turn it right around?"

É difícil perceber os limites naturais do seu corpo quando tudo em sua volta é cores e sorrisos, ainda mais complicado quando rostos familiares te trazem a segurança de poder testar os ditos limites. Annabeth se deu conta de que estava ultrapassando suas fronteiras somente quando percebeu que não sentia os pés tocarem o chão. O mundo a sua volta parecia um grande vulto, iluminado por cores fluorescentes e rostos levemente familiares. Teria caído para trás de suas costas não estivessem muito bem apoiadas numa superfície fofa.

"Apoiadas?" Annabeth pensou. Levou as mãos para as costas e encontrou uma superfície plástica, mas macia. Estava sentada em cima de um dos puffs com enchimento. A sua frente, salgadinhos e uma garrafa de água estavam acima de uma mesinha. Não sabia exatamente como havia chegado ali, mas dado o posicionamento das coisas, acreditava que tinha sido colocada por alguém.

—Aff, até parece que sou criança! - A loira murmurou para si mesma, indignada. Colocou as mãos em ambos seus lados e deu um impulso para cima, apenas para cair de volta exatamente onde estava. A cabeça girou tanto que ela deve de tocar o pescoço para se certificar que estava na posição correta. - Ok, o puff é bem fofinho, até. - Disse, derrotada. Esticou a mão até uma coxinha e a comeu numa bocada só. Estava bem gostosa, então continuou comendo as demais. Quando se deu conta a cestinha estava completamente vazia, muito diferentemente de seu estômago. Annabeth encostou a cabeça no puff, quase se deitando. Apesar do frio que fazia do lado de fora, estava se sentindo estranhamente quente, talvez fosse efeito do álcool. Conseguia ver seus amigos dançando e bebendo a poucos metros dali. Thalia já estava sem sua fantasia, dançando dentro de uma piscina infantil de plástico. Luke filmava a cena em meio a gargalhadas. A cena também fez com que a loira risse, apesar de se sentir um pouco louca de estar rindo ali sozinha. Pensar naquilo a fez rir ainda mais.

—Eita, você tá bem de boa, né? - Lee disse ao se aproximar. Annabeth teria se assustado se ainda tivesse qualquer reflexo reagente em seu corpo. Ela riu ainda mais com o comentário, mas não sabia se porque havia achado graça ou se até mesmo estando completamente bêbada, tinha consciência de que estava evitando o garoto e agora estava rindo de nervoso porque ele a havia encontrado. E pior do que isso, sozinha.

Talvez fosse um pouco dos dois.

—L-Lee! Eai... - Annabeth disse, sem conseguir disfarçar o desconforto em sua voz. Torceu para que ele confundisse com embriagues. O loiro se sentou ao lado dela e a encarou, parecia levemente alterado também, o que era um péssimo sinal. Annabeth sorriu amarelo e esperou que ele dissesse alguma coisa, mas tudo o que ele fazia era olhá-la admirado. Se fosse possível que corações pudessem aparecer nos olhos de alguém, tinha certeza de que os de Lee seriam grandes e vermelhos.

—Annabeth... - Ele começou. A loira sabia que algo acabaria mal ali só pelo jeito que o garoto disse seu nome. Aquele era o momento, ele ia se declarar. Agarrou o tecido macio do puff, sabendo que não conseguiria correr dali, se mal conseguia se levantar.

—Lee, escuta... - A garota tentou interrompê-lo.

—Não, Annabeth! - Lee disse com firmeza, segurando a mão dela. Annabeth mordeu o lábio, aflita. Parecia que ele estava bem determinado em falar, não teria como fugir. - Eu preciso que você saiba, eu gosto muito de você. - O garoto se aproximou, os olhos pidões brilhavam com expectativa.

—E-eu também gosto de você Lee... - A garota tentou dispersar, casualmente.

—Você não... Não entendeu. Eu estou apaixonado por você, Annabeth. - Lee a olhou intensamente, de repente já não parecia tão bêbado, aquilo que estava dizendo era claramente verdade. Ele umedeceu os lábios e sorriu docemente - Você quer ser minha namorada? - A loira sentiu a cabeça girar ainda mais, se isso fosse possível. A barriga roncou e sentiu um refluxo fortíssimo no fundo da garganta.

Checkpoint - Love Is a LaserquestOnde histórias criam vida. Descubra agora