Senhorita Yoake

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Na manhã seguinte todos já haviam concluído seus estudos e já poderiam usufruir do campo se quisessem, mas mesmo assim, novamente, Mauí não estava lá.

"Ugh, de novo." Pensou Nayume. Mauí odiava exercícios em conjunto segundo as observações da garota. Ele sempre se afastava quando a equipe se juntava para os treinos e só era possível vê-lo com frequência na biblioteca. Nayume o achava intrigante.

De todos, ele foi único que não se dirigiu a ela para quaisquer apresentações e ela também não havia falado com ele diretamente, pois quase sempre ele a mandava embora como faria qualquer um que o interrompesse.

- Ei! Mauí!

E lá estava a garota procurando Mauí outra vez. Sim, outra vez. Nayume vivia o importunando para que ambos treinassem juntos. Não gostava do garoto, mas queria que ele gostasse dela, adorava se sentir amada.

Nayume resolveu ir para onde sempre encontrava o garoto. Ela foi até algumas folhas que se encontravam no canto do pátio de terra e as atravessou até que pudesse sentir uma fenda de porta. Era um lugar que nenhum de seus companheiros sabia, apenas Mauí e ela. Era uma estufa.
Ela abre a porta velha ao sentir a maçaneta e sente as plantas se esfregando em seu rosto na medida que avançava para dentro do jardim abandonado. Era uma estufa porém tinha as telas de proteção rasgadas e meio verdes na parte de baixo, era destoante do resto da construção e parecia ter sido feita antes do templo, porém não quiseram removê-la e aí ela acabou se tornando um espaço vazio para qualquer coisa que quisesse. Um lixeiro, um depósito, um refúgio.

E, como sempre, lá estava Mauí treinando no meio daquele mato todo. Uma macieira enorme crescia nos fundos da estufa, servindo como parede mas também quebrando o teto.

Nayume se aproxima devagar, o garoto tinha os olhos fechados, como se estivesse no sono mais profundo e calmo de todos. Ela se aproxima mais, para ver se o rapaz dormia mesmo quando uma coisa agarrou seu tornozelo. Era uma das plantas de Mauí.

- Senhorita Yoake.

Mauí meio que a cumprimenta, mas de forma ríspida, e sem largar o tornozelo da menina.

- Mauí! Achei que tinha sumido de vez!

A garota o responde e ele suspira, o que já era um avanço. Significava que ele a ouvia, mesmo se isso o aborrecia.

- Fiquei te esperando hoje, não vai para o pátio?

O garoto seguiu calado, mas sua expressão já se tornava estressada. Seja o que Nayume queria, estava conseguindo.

- Não vai treinar com a gente? Já arrumei tudo para irmos! Sabe como eu sou rápida então mesmo se não tivesse arrumado teria feito rapidinho!

Mauí continuava tentando se manter inabalável enquanto Nayume voltava a tagarelar sobre si.

- Uma vez ganhei um prêmio de corrida, nada de mais sabe... Comparado ao meu prêmio de melhor espadachim a de velocidade foi fácil. Se bem que estou meio enferrujada com espadas... Você podia ir treinar comigo para testar-

- Se eu aceitar você cala a boca?

Mauí a interrompe antes da finalização de sua fala. Nayume fecha a boca num sorriso minúsculo e assenti com a cabeça.

- Sim!

A garota solta alto, como se rugindo.

- Contando a partir de agora, então faça silêncio, senhorita Yoake.

A garota faz uma expressão emburrada enquanto o garoto lentamente se levantava e afastava as plantas de seus pés, deixando com que a mesma se movimente e o siga.
O garoto se dirigiu a fenda onde havia a porta e passou por ela, assim como Nayume. Eles seguiram lentamente para o pátio, numa calma que irritava Nayume, ela precisava falar algo ou explodiria.

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