14.

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KITANA TENÓRIO

Eu segurava a torta de limão que eu fiz com toda a minha força. O nervosismo corrompia o meu corpo. Eu conheceria a família do ficante da minha irmã que no caso também é meu ficante. Pedro estacionou o carro na porta da casa dos pais dele e eu ouvi uma gritaria vinda lá de dentro. González abriu a porta de entrada com uma das chaves que havia no chaveiro dele e me deu espaço para entrar.

— Mãe, pai, chegamos. — o moreno gritou e eu tive certeza que estava parecendo um pimentão quando me olhei no espelho do hall de entrada. Uma menina de cabelos escuros, muito parecida com o Pedro e que parecia ter uns cinco ou seis anos, apareceu na minha vista, ela correu até os pés do homem ao meu lado e abraçou-os.

— Titio Pepi! — a menina gritou toda animada. — Trouxe o videogame que você prometeu? O papai não vai saber, eu juro.

Arregalei os olhos e encarei o Pedro que agachou para ficar no mesmo tamanho da menina, eles se abraçaram.

— Maria Fernanda! — o moreno gritou de volta com a mesma animação. — Não trouxe... Eu não sabia que você viria, mas na próxima vez eu vou trazer, fechado?

— Fechado, titio. — agora a atenção da menina veio até mim e eu quis enterrar o meu rosto em algum lugar para não passar por essa situação. — Quem é ela?

A Maria perguntou para o González em um sussurro, mas eu consegui ouvir. Quis rir pela tentativa falha dela de fazer com que eu não escutasse.

— É a Kitana. — Pedro fingiu sussurrar para ela, a garota me observou avaliativa e semicerrou os olhos.

— Ela é aquela sua namorada que o papai falou? — a morena perguntou e nós dois arregalamos os olhos, nos entreolhando logo depois.

— É meio complicado de explicar pra você, princesa Maria. Vamos lá falar com os vovós, onde eles estão? — González pegou a mão da garotinha e acenou com a cabeça para eu acompanhar eles dois.

— No quintal! O papai está fazendo churrasco. — Maria falou toda empolgada e gesticulou enquanto falava. Quando chegamos no quintal, a menina foi correndo até os pés da mãe. — Papai! Mamãe! Vovós! O titio e a namorada dele chegaram!

Eu acho que eu nunca senti tanta vergonha na minha vida. Os olhares dos adultos vieram na minha direção quase que por automático. A mulher loira que aparentava ter no máximo vinte e seis anos, provavelmente era a mãe da Maria. Os mais velhos obviamente eram os pais do Pedro e o cara que estava em frente a churrasqueira e que era idêntico ao jogador, era o irmão dele.

— Oi, Kitana! — um coral de vozes veio na minha direção, a mãe do Pedro pegou a torta da minha mão e agradeceu, dizendo que não precisava, depois colocou na mesa branca de madeira. Eu abri um sorriso amigável e acenei.

— Oi, gente. É um prazer conhece-los. — eu cumprimentei a família González e a Rosy veio novamente na minha direção, me envolvendo em um abraço de urso que eu tratei de retribuir.

— Finalmente hein, hermano. Seja bem-vinda a família, Kitana! — Fernando, o irmão do Pedro, brincou e eu senti as minhas bochechas arderem.

— Para com isso, garoto! Vem, querida... Não fique com vergonha. — a mais velha me guiou até a mesa redonda e branca de madeira que havia na área gourmet do quintal, eu me sentei em uma cadeira depois de abraçar a Ana, cunhada do Pedro, e o Tasca, pai do Pedro.

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