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KITANA TENÓRIO

Laporta andava pelo centro de treinamento do Barcelona e me guiava pelo local, já que eu trabalharia ali pelo próximo semestre. Era definitivo, eu me mudaria depois que terminasse a faculdade. Eu ficaria um tempo na casa da minha prima Noémie, em Paris, e depois voltaria à minha cidade natal, Lyon, que é de onde eu nunca deveria ter saído.

Eu queria recomeçar.

Sem problemas dessa vez.

Eu sentia falta da tranquilidade que eu tinha antes de começar com essa merda de aposta e antes do Pedro aparecer na minha vida.

Era óbvio que a minha vida não era uma das melhores, mas eu gostava dela e me sentia confortável. Eu não entendia o porquê que isso tudo estava acontecendo na minha vida.

— Então, Tenório... Você poderá começar amanhã. Assinaremos um contrato logo quando entrarmos na minha sala e finalmente estará trabalhando conosco. — Joan disse e eu assenti. As minhas mãos estavam para trás e eu observava o centro de treinamento do Barcelona, mas ainda estava prestando atenção no que ele dizia.

— Agradeço mais uma vez pela oportunidade, senhor Laporta. — eu agradeci e o grisalho abriu um sorriso fechado.

— Não há de que. Seu currículo é, de fato, extraordinário... Ainda mais pela sua idade. Foi aprovada na faculdade aos quinze, enquanto todos estavam sendo aos dezesseis, sem contar os diversos cursos que você fez. Além de psicóloga, é poliglota? Realmente, excêntrica. — o mais velho elogiou e eu senti as minhas bochechas queimarem. O meu currículo era ótimo, mas eu não sabia como responder a elogios.

Catalão, espanhol, inglês, francês e holandês eram os idiomas que eu era fluente. Eu estava aprendendo português também, achava um idioma interessante, a minha avó tinha descendência brasileira.

— Muito obrigada, Laporta. — eu disse mais uma vez. Koundé passou ao nosso lado junto com o Eric e eles dois acenaram na minha direção, acenei de volta e direcionei um sorriso fechado aos dois.

— Finalmente alguém vai cuidar dos nossos problemas mentais. — Jules brincou e eu gargalhei, mas depois lembrei que ele estava naquela maldita aposta também e fechei a cara.

Realmente, ele tinha problemas mentais.

Talvez sociopatia.

Brincadeiras a parte.

Eu admitia que eu era uma pessoa extremamente rancorosa e vingativa, mas somente com quem merecia. Eu também não colocaria a culpa no meu signo, isso seria uma imaturidade gigantesca.

— E alguém de qualidade hein? — Eric respondeu e eu abri um sorriso fechado.

— Será uma honra trabalhar com vocês nesses próximos seis meses. — eu disse, meus olhos fecharam quando eu forcei mais ainda o meu sorriso.

(...)

Quando você virá? Já pagou a passagem? — minha prima me encheu de perguntas e eu encarei os olhos claros dela idênticos aos meus pelo celular. Eu estava morrendo de saudades dela.

— Em seis meses, em novembro estarei aí, provavelmente antes do meu aniversário. — eu respondi. Era assustador o quão éramos parecidas, mas diferentes ao mesmo tempo. — Já, te disse isso no mínimo umas cinco vezes.

kitana, pedri gonzález. Onde histórias criam vida. Descubra agora